Redução de crimes em Mato Grosso do Sul, avanços no combate ao tráfico de drogas e a importância de investimentos em educação e segurança pública para prevenção futura foram temas da entrevista desta segunda-feira (23) no Giro Estadual de Notícias. O Secretário de Justiça e Segurança Pública de MS, Carlos Videira, destacou as grandes apreensões de drogas e investimentos para as forças de segurança no Estado.
"O estado fez apreensões de mais de 560 toneladas de drogas este ano, incluindo uma grande quantidade de maconha e cocaína. Temos feito grandes apreensões, como aconteceu na última sexta-feira (20) quando prendemos 19 toneladas de maconha em Amambai-MS. Essas apreensões são um grande golpe ao crime organizado e nos da uma noção da quantidade de drogas em remessas únicas que saem de países vizinhos e passam por nossas rodovias", diz.
Segundo o secretário, Mato Grosso do Sul tem uma das maiores populações carcerárias do mundo com 23 mil presos, sendo que 40% desses detentos estão encarcerados por tráfico de drogas. "O tráfico de drogas é dever da polícia federal combater, o Estado contribui com esse trabalho por força de convênio. Apesar da policia estadual contribuir com a federal, não recebemos ajuda para minimizar o valor das despesas dos presos. A conta de água da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (AGEPEN) está na casa dos R$ 8 milhões por mês. Quando olhamos para todas as despesas, esses mais de 20 mil presos nos custam cerca de R$ 500 milhões mensais", explicou.
Secretário de Justiça e Segurança Pública do MS, Antônio Carlos - (Foto: Lorena Sone)
Carlos entende que a melhor forma de promover a segurança pública é através da educação. Ele defende a necessidade de investimento em prevenção através de uma abordagem integrada entre segurança, justiça, assistência social e educação.
"A forma mais eficaz e barata de investimento em segurança pública a longo prazo é preparando as crianças e adolescentes para serem cidadãos responsáveis. Não sou favorável a redução da maioridade penal. Hoje o perfil do jovem que entra em conflito com a lei mudou, ele está mais violento, então temos que ser ainda mais cauteloso na hora da reabilitação e devolução para a sociedade", afirma.
Videira comentou sobre o caso da deputada Camila Jara (PT) na última madrugada, onde policiais militares estavam fiscalizando a regularidade de bares na rua 14 de julho, em Campo Grande, onde se situava a petista. A deputada reclamou da abordagem da PM alegando preconceito de classe contra quem frequenta o local.
"Recebo com frequência reclamações de moradores da região central dizendo que não suportam mais o barulho, a sujeira, vandalismo e o tráfico de drogas. Neste final de semana, 50% das denuncias aconteceu por conta de casos naquela região. Existe um conflito de interesses entre os moradores da região e a população que vai até o local para se divertir. Respeitamos todas as partes, porém, a lei precisa ser cumprida".
O secretário afirmou que está sendo feito reuniões com a PM e a Casa Civíl para discutir a importância de eventos festivos e o impacto disso na comunidade. Ele enfatiza a necessidade de respeito mútuo entre as partes envolvidas para garantir o direito ao lazer e ao descanso.
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