A segurança nas fronteiras em Mato Grosso do Sul sofre com um descaso completo por parte do Governo Federal. Um exemplo disso é que no Estado o gasto mensal é de mais de R$ 11 milhões apenas para manter os 7 mil presos por tráfico. Isso corresponde a R$ 130 milhões por ano de despesas. Os dados foram repassados pelo deputado estadual pelo DEM, José Carlos Barbosa, o “Barbosinha”, durante sua participação nesta quinta-feira (17), em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias. Segundo ele, que foi secretário de Segurança do Estado, recentemente foi anunciado pelo Governo Federal o repasse de R$ 200 milhões para ampliar a segurança nas fronteiras. No entanto ele destaca que para MS esta verba seria de apenas R$ 13 milhões. “Isso não é nada de recursos se considerarmos que presos do tráfico tem um custo elevado para manutenção”, destacou, lembrando que na época como secretário estadual de Segurança, o Estado entrou com ação no STF cobrando ressarcimento da alimentação e cuidados com estes presos. “Entramos com ação no STF cobrando o mínimo o ressarcimento da alimentação e cuidados destes presos e até agora ficamos sem decisão”, frisou.
Barbosinha alegou que existe um descaso completo com a nossa fronteira. “Temos um descaso completo do Governo Federal com a nossas fronteiras. As armas que abastecem morros cariocas são de armas que cruzam as fronteiras brasileiras e notadamente de MS. A morte do Raffat, a carnificina que vemos na fronteira é uma briga fratricida pelo comando de drogas na região”, acrescentou. Isso ocorre, segundo o deputado pelo crescimento na produção de cocaína no Paraguai. “Antes na fronteira 97% do tráfico de drogas era maconha e isso tá mudando. Hoje o Paraguai é rota de produção da cocaína”, avalia.
Integração das polícias
O deputado explica que mesmo sem ajuda federal, a integração das polícias militar e civil em MS ajuda a reduzir os índices de crimes. “Não tivemos do Governo federal nenhuma mudança de estrutura e se não fosse a integração e diálogo de nossas polícias militar e civil, junto com a Polícia Federal e PRF isso estaria pior”, afirma. Ele destaca que a estrutura da PF é ínfima e da PRF quase que inexistente. “Coube as polícias de MS, e aqui destaco o trabalho do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), que foi citado pelo presidente Bolsonaro como referência e ainda a polícia rodoviária estadual para os bons resultados. A integração destas polícias tem trabalhado para todo Brasil. Temos cobrado do Governo porque é impossível trabalhar a política de fronteira sem contar com as forças armadas. O inimigo que ameaça o Brasil não é externo. O maior inimigo são as drogas ocupando espaços das famílias”, acrescentou.
O deputado estadual pelo DEM, José Carlos Barbosa, o “Barbosinha”, durante sua participação nesta quinta-feira (17), em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias
Apesar das críticas à segurança na fronteira o deputado trouxe índices positivos no combate à criminalidade dentro do Estado. “Em segurança pública, MS tem números excelentes, mesmo com problemas e necessidade de investimentos. Proporcionalmente, MS é o Estado que mais apreende drogas e o Estado da federação que mais elucida homicídios. Os dados são muito importantes, e colocam MS com índices melhores do que muitos países desenvolvidos”.
Saneamento e infraestrutura
O deputado, que presidiu a Sanesul por sete anos, ainda falou sobre a eficiência do saneamento no Estado. “Somos um dos poucos estados da federação que não temos o tal do afastamento. Ou seja, muitos estados da federação coletam o esgoto jogam nos rios. Aqui tudo é tratado e crescemos de forma sustentável”, afirmou.
Dourados
Na entrevista o deputado Barbosinha, que tem pretensões de concorrer ao cargo de prefeito em Dourados nas próximas eleições, ainda falou sobre os problemas de saúde e arrecadação enfrentados no município, e a importância da escolha por parte da população de um bom gestor. “Dourados foi uma cidade que expandiu muito e cresceu no perímetro urbano. Mesmo assim as estruturas públicas não acompanharam o crescimento. Por isso vemos estas crises da saúde. Como deputado tenho cobrado ações do município do Ministério da Saúde e do Governo ações integradas para socorrer a população”, disse.
O deputado ainda destacou que a opção tomada pelos eleitores em algumas eleições foi pelo populismo dos candidatos. “Isso precisa mudar. A maior cidade do interior merece um bom gestor. E nesta próxima eleição teremos uma reflexão mais aprofundada do assunto”, concluiu.
A entrevista completa você confere no player.