Escolhido pelo governador Eduardo Riedel para assumir o comendo da Secretaria Estadual de Educação (SED) com a missão de levar ensino de qualidade aos 192 mil alunos da Rede Estadual de Ensino (REE), em 348 escolas, Hélio Queiroz Daher concedeu entrevista ao Giro Estadual de Notícias do Grupo Feitosa de Comunicação nesta quarta-feira (11) onde falou dos desafios e objetivos para a educação de Mato Grosso do Sul.
O novo secretário que já fazia parte da ultima gestão se sentiu honrado com o convite para ser secretário de educação. “É uma responsabilidade quando o governador me convidou para cuidar da educação de Mato Grosso do Sul. Primeiro fiquei lisonjeado. Obviamente a responsabilidade é maior porque a expectativa das pessoas em cima de alguém que é de carreira é muito maior, mas enfrento isso com tranquilidade e a certeza que faremos um bom trabalho”, declara Daher.
Segundo Daher, o grande objetivo para a educação no Mato Grosso do Sul é torná-la mais moderna e com foco na educação de tempo integral. “Riedel desde a eleição sempre teve muito claro o que ele queria para educação do Estado. Uma educação moderna, atrativa, focada na educação de tempo integral, mas respeitando as necessidades principalmente do interior porque precisamos entender que temos jovens que precisam trabalhar, então focado na expansão da oferta de tempo integral sem 'enforcar' o jovem que precisa trabalhar. Um foco grande na educação profissional e qualificação aproveitando esse boom de investimentos que estamos recebendo em Mato Grosso do Sul”, projeta o secretario.
O plano nacional de educação prevê que até 2024 o Estado tenha no mínimo 50% da escolas oferecendo o tempo integral. “No primeiro ano de governo Riedel nós já vamos atingir essa meta. Para 2024 buscaremos atingir a meta do plano estadual de educação que prevê que 65% das escolas oferecendo o tempo integral. Para alem das metas, nosso grande objetivo é universalizar a oferta de tempo integral, ou seja, que todo município do Estado tenha uma escola de tempo integral”, afirma.
Em 2023 o Estado irá atingir 171 escolas de tempo integral. Hoje MS é uma das redes com maior percentual do Brasil. Para Hélio, a aceitação das pessoas para escola de tempo integral está diretamente ligada a estrutura da escola para oferecer o serviço e que as famílias aprovam quando percebem que a escola está preparada.
“A família acredita na escola de tempo integral quando ela observa que a escola tem condição de oferecer o serviço. Estamos investindo muito em infraestrutura para que de fato a escola tenha condição de permanecer com esse estudante o dia todo. Ocorreram tentativas anteriores de se oferecer escolas de tempo integral sem a estrutura adequada, sem um refeitório, sem um espaço de interação dos estudantes e isso acabou deixando a população com uma imagem negativa do que seria a educação de tempo integral. Hoje estamos resgatando a imagem oferecendo uma escola mais estruturada, que tenha condições de fato receber esse aluno o dia todo. É mais caro? Sim! Você precisa de um investimento maior, não é simplesmente você permanecer com o jovem o dia inteiro na escola. Você passa de uma para três refeições, a contratar professores para atuar na hora do almoço desenvolvendo atividades lúdicas, atividades de interação, clubes de ciência e leitura. Então você passa ter uma necessidade de investimento maior tanto em folha de pagamento, tanto em estrutura para que a escola seja adequada e que a família possa acreditar de fato nessa nova forma de oferta”, explica.
Violência nas escolas - No retorno das aulas presenciais, aumentou o índice de violência entre os alunos. Para Daher isso de certo modo já era esperado e existe uma equipe de psicólogos na rede de ensino que trabalham nesses casos. “Nós já imaginávamos que o retorno após um tempo poderia acontecer isso. A REE tem serviços de psicólogos, temos profissionais em todas regionais e uma coordenadoria de psicologia educacional que vem emitindo orientações para as escolas de como trabalhar essa situação. Precisamos ajudar não só os estudantes, mas também as famílias que perderam a questão da rotina e criaram outras, perederam o costume de seguir os horários das escolas e isso exige um tempo de readaptação”, afirmou.
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