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SAÚDE

'Saúde começa pela boca' é lema que guia ações preventivas da SES em escolas e comunidades

1 setembro 2025 - 14h30 Por Da Redação

A saúde bucal na infância é determinante para a qualidade de vida na vida adulta. Essa é a premissa que norteia as ações da Coordenadoria de Saúde Bucal da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul, que tem intensificado seus esforços preventivos em escolas, comunidades rurais e áreas ribeirinhas.

Em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias nesta segunda-feira (1º), a coordenadora Giovana Soares Buzinaro detalhou as frentes de trabalho e destacou um dado expressivo: o número de procedimentos em saúde bucal saltou de 300 em 2023 para mais de 6 mil em 2024.

“A saúde bucal na primeira infância é determinante para a vida adulta. É nesse momento que se criam os hábitos de higiene, e por isso estamos trabalhando junto com os municípios e o Ministério da Saúde para inserir essas práticas já nas escolas. O objetivo é vincular esses cuidados desde cedo, de forma lúdica e educativa”, explicou a coordenadora.

O principal foco da SES tem sido a conscientização nas escolas estaduais, por meio de ações como escovação supervisionada, aplicação tópica de flúor e palestras educativas. A meta estabelecida para 2024 é aumentar em pelo menos 20% a escovação supervisionada nas instituições de ensino.

“Nós percebemos um aumento muito grande tanto na educação em saúde bucal quanto nos métodos de higiene oral. Saímos de uma média de 300 procedimentos em 2023 para 6 mil em 2024. Esse salto é resultado direto dos incentivos aplicados nas escolas”, afirmou Giovana.

Ela ressalta, no entanto, que os efeitos dessas ações são graduais. “É difícil prever agora o impacto direto, porque os resultados são colhidos a longo prazo. Mas estamos no caminho certo para mudar a cultura de cuidados bucais da população sul-mato-grossense.”

Além das ações nas escolas, o trabalho da SES também alcança regiões afastadas dos centros urbanos com o uso de unidades odontológicas móveis e fluviais. Hoje, o estado conta com mais de 600 equipes de saúde bucal credenciadas, que atuam tanto nas unidades de saúde quanto diretamente nos territórios.

“O território é um local estratégico. O dentista precisa sair da cadeira odontológica e ir até onde está a população. Muitas vezes, estamos lidando com comunidades ribeirinhas, quilombolas ou assentamentos rurais. A presença nessas localidades é essencial para garantir acesso à saúde bucal”, explicou.

Esse trabalho envolve também uma logística baseada em dados técnicos, como o índice CEPID (CPO-D), que avalia a média de dentes cariados, perdidos e obturados por indivíduo. Com base nesses indicadores, a SES consegue direcionar melhor suas equipes e ampliar a cobertura.

A coordenadora destacou que, além do trabalho institucional, é fundamental que a população adote hábitos mínimos de cuidado com a saúde bucal. Ela reforça que a escovação correta e o uso do fio dental são atitudes simples, mas com grande impacto.

“Recomendamos escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia, após as refeições, com escova de cerdas macias e cabeça pequena, para evitar danos à gengiva e aos dentes. O fio dental deve ser usado sempre antes da escovação. Isso previne tanto as doenças causadas por microrganismos quanto os desgastes não cariosos, como a abrasão causada pela escovação excessiva ou incorreta”, alertou.

Ela também destacou um fenômeno preocupante: a chamada “síndrome do envelhecimento bucal precoce”, provocada por erosões e lesões cervicais em jovens que utilizam escovas inadequadas ou têm hábitos de higiene muito agressivos.

Sangramento e escovas elétricas: o que saber? - Durante a entrevista, Giovana respondeu perguntas enviadas por ouvintes e esclareceu dúvidas comuns sobre saúde bucal. Sobre o sangramento durante a escovação, ela foi categórica:

“Não é normal sangrar, mas é comum. Isso acontece geralmente por inflamação na gengiva, que pode ser revertida com mais higiene, especialmente com o uso do fio dental, que alcança áreas onde a escova não chega.”

Ela também comentou sobre as escovas elétricas: “Elas são boas auxiliares, sim. Mas precisam ser usadas corretamente, com a angulação indicada pelo fabricante, por tempo suficiente, e respeitando os cuidados com a estrutura gengival.”

Uma preocupação recorrente entre pais e cuidadores é a escolha do creme dental infantil. Produtos coloridos e com sabores atraentes ajudam na adesão das crianças à escovação, mas exigem atenção quanto à concentração de flúor.

“O flúor é o principal agente preventivo contra cárie. A pasta ideal deve ter entre 1100 e 1500 ppm de flúor. No entanto, crianças com menos de cinco anos não têm reflexo de cuspir, então a ingestão da pasta pode levar à fluorose, que causa manchas brancas nos dentes permanentes. A quantidade deve ser mínima — um grão de arroz até os cinco anos e um grão de ervilha a partir dessa idade.”

Para Giovana, o diferencial das ações da SES está na continuidade e no planejamento. A saúde bucal é tratada como política pública de longo prazo, com base em dados e estratégias locais. “Nosso papel é garantir que a prevenção seja o nosso guia, e a redução dos agravos, o nosso resultado. Estamos avançando com responsabilidade e compromisso com a população", finaliza.

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