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LOGÍSTICA

Rota Bioceânica avança com apoio do SetLog/MS para transformar logística de MS

7 novembro 2024 - 11h20 Por Da Redação

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (SetLog/MS) aposta na Rota Bioceânica como uma solução estratégica para expandir as exportações do Brasil pelos portos do Chile. Em entrevista nesta quinta-feira (7) ao Giro Estadual de Notícias, o gerente do SetLog/MS, Dorival de Oliveira, reforçou o empenho do sindicato em transformar a rota em alternativa sólida para o comércio exterior, além de ferramenta de integração cultural entre os países sul-americanos.

O projeto, segundo Oliveira, busca tornar Mato Grosso do Sul um polo de escoamento mais ágil e eficiente, reduzindo os custos e superando a dependência do sistema logístico voltado ao Oceano Atlântico. “Queremos oferecer uma nova oportunidade para nossa região e para os produtores escoarem suas mercadorias pelos portos do norte chileno”, destacou. Contudo, ele enfatizou a necessidade urgente de modernização nas leis aduaneiras para que o Brasil consiga competir de maneira justa no mercado internacional.

O impacto da rota vai além da economia e logísticas rodoviárias, integrando as comunidades locais e países vizinhos. Oliveira ressalta que a nova estrutura é uma chance de os brasileiros explorarem as conexões com os países do oeste. “Sempre estivemos de costas para o oeste, mas essa mudança de foco permitirá uma interação significativa com os povos sul-americanos”, disse. Ele também destacou a importância do fortalecimento de relações culturais e comerciais com Paraguai, Argentina e Chile, ressaltando a participação ativa do Paraguai na infraestrutura rodoviária.

Dorival de Oliveira, é gerente do Setlog/MSO projeto, segundo Oliveira, busca tornar Mato Grosso do Sul um polo de escoamento mais ágil e eficiente

A criação de uma estrutura adequada para a Rota Bioceânica envolve um desafio duplo: garantir segurança pública e implementar serviços logísticos ao longo do trajeto. De acordo com Oliveira, o projeto tem contado com o apoio de várias entidades acadêmicas e empresariais para promover condições seguras e adequadas para o transporte. “Precisamos assegurar que o pequeno produtor, por exemplo, possa acessar mercados maiores e que o trajeto seja seguro para todos os envolvidos”, afirmou.

A formação de profissionais também é um dos focos do SetLog/MS, que recentemente concluiu um curso de logística especializado na rota, formando 25 técnicos capacitados para atuar no corredor bioceânico. Oliveira destaca que o sindicato mantém diálogo contínuo com autoridades locais e de países vizinhos para garantir o funcionamento da infraestrutura de apoio, como postos de abastecimento e áreas de descanso, que serão fundamentais para o sucesso da rota.

"A capacitação de mão de obra é essencial para o sucesso da Rota Bioceânica. Em parceria com o Sest Senat, o SetLog/MS tem colaborado com programas de qualificação de motoristas e trabalhadores do setor, ajudando na transição de categoria para mais de 7.000 motoristas. Para 2025, está previsto um curso voltado à formação de motoristas internacionais, preparados para lidar com barreiras culturais e de idioma", revela.

A implementação total da Rota Bioceânica ainda enfrenta barreiras de infraestrutura e entraves na legislação aduaneira. Para Oliveira, a morosidade do sistema aduaneiro brasileiro ainda é um obstáculo crítico, que prejudica o escoamento de mercadorias e desmotiva investimentos. Ele ressaltou que um processo mais ágil, com menos exigências burocráticas, é necessário para facilitar o trânsito entre fronteiras. “Hoje, o Paraguai possui mais tratados de comércio do que o Brasil, e isso reflete a diferença de abordagem. Precisamos que nossa bancada federal atue para destravar o comércio, especialmente nas cidades fronteiriças como Corumbá e Ponta Porã”, explicou.

A previsão é que as obras necessárias para a conclusão da rota estejam prontas até 2026, incluindo a finalização de acessos essenciais, como o trecho que liga Porto Murtinho à ponte internacional. Segundo Oliveira, o avanço do projeto depende do apoio do governo federal para finalizar os processos alfandegários e viabilizar uma estrutura de imigração eficaz.

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