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CIDADE

Quatis dividem espaço com campo-grandenses e ganham guia para convivência segura

14 maio 2025 - 13h00 Por Carlos Guilherme

Quem vive em Campo Grande está acostumado a cruzar com quatis nos parques da cidade. Seja no Parque dos Poderes, nas Nações Indígenas, no Sóter ou em outras áreas verdes da capital, esses simpáticos animais silvestres se tornaram parte do cenário urbano. Pensando nessa convivência cada vez mais frequente, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) lançou o Guia de Boas Práticas para a Coexistência entre Seres Humanos e Quatis, apresentado nesta quarta-feira (14) pela coordenadora de Saúde Única da pasta, Danila Frias.

O documento, inédito no estado, busca orientar a população sobre como interagir de forma segura com os quatis, respeitando os limites da fauna silvestre e evitando riscos à saúde pública. Durante entrevista ao Giro Estadual de Notícias, Danila detalhou os objetivos do guia, elaborado com base em estudos técnicos e experiências de campo em áreas com alta incidência desses animais.

“O objetivo principal do guia é fornecer informações acessíveis e práticas para que as pessoas possam interagir com os quatis de maneira segura, sem comprometer a saúde pública nem o bem-estar dos animais”, afirmou Danila. “É uma ferramenta de educação ambiental que respeita os princípios da saúde única, integrando os cuidados com os seres humanos, os animais e o meio ambiente”.

A coordenadora de Saúde Única da pasta, Danila Frias - (Foto: Lorena Sone)

O aumento do número de quatis em áreas urbanizadas, como trilhas, estacionamentos e parques, vem preocupando técnicos e ambientalistas. Segundo Danila, o principal problema é a alimentação inadequada oferecida pela população.

“Quando os quatis se habituam a receber comida diretamente das pessoas, perdem a habilidade de buscar seu próprio alimento, o que os torna vulneráveis e até agressivos”, alertou a coordenadora. “Além disso, alimentos industrializados e restos de comida humana causam desequilíbrio nutricional, doenças e alteração de comportamento”.

Ela enfatizou que, embora pareçam dóceis, os quatis são animais silvestres e podem agir de forma imprevisível quando se sentem ameaçados ou encurralados. Por isso, o guia recomenda expressamente que não se tente tocar, acariciar ou alimentar os animais, ainda que estejam acostumados à presença humana.

“Os quatis, apesar de parecerem dóceis, são animais silvestres e podem reagir de forma imprevisível quando se sentem ameaçados. O contato direto representa risco tanto para as pessoas quanto para os próprios animais”, explicou Danila.

Lixo e turismo ecológico - Outro ponto importante destacado por ela diz respeito ao descarte inadequado de lixo, principalmente em pontos turísticos. Em locais como o Parque das Nações Indígenas e o Parque do Prosa, é comum ver grupos de quatis revirando sacolas e latas de lixo em busca de comida.

“É fundamental que a população entenda que a melhor forma de proteger os quatis é não interferir no seu comportamento natural. O lixo é um atrativo que coloca esses animais em risco e também contribui para a proliferação de doenças”, afirmou.

O guia orienta que os resíduos sejam sempre descartados em lixeiras fechadas e que se evite ao máximo o consumo de alimentos nas trilhas ou em áreas de preservação ambiental. Segundo a coordenadora, essas atitudes simples podem fazer grande diferença para a preservação da fauna local.

Para ampliar o alcance das orientações, a SES iniciou a distribuição do guia em escolas, centros de visitantes de unidades de conservação e unidades básicas de saúde. A ação faz parte de uma campanha educativa mais ampla, que deve se intensificar nos próximos meses, especialmente em regiões onde o contato entre humanos e quatis é mais frequente.

“Estamos levando esse material para os espaços onde esse tipo de interação acontece com mais frequência. A ideia é que as pessoas se conscientizem desde cedo sobre a importância de respeitar os limites da natureza”, disse Danila. “Trabalhar a educação ambiental com base no conceito de saúde única é uma estratégia que traz benefícios para toda a sociedade”.

A abordagem da saúde única — que reconhece a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental — está presente em todo o conteúdo do guia. O documento explica como o desequilíbrio ecológico pode favorecer o surgimento de zoonoses e outras ameaças à saúde coletiva.

Campo Grande, com sua vasta área verde integrada ao ambiente urbano, é um exemplo emblemático de cidade que compartilha espaço com a fauna silvestre. A convivência com quatis, embora admirada por moradores e turistas, exige cuidados e responsabilidade.

“A convivência harmoniosa com os quatis é possível desde que cada um faça sua parte. É uma questão de respeito, cuidado e responsabilidade com a biodiversidade”, concluiu Danila Frias. Você pode acessar o guia completo nesse link.

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