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SETEMBRO AMARELO

Psicóloga destaca importância de campanhas sobre saúde mental

6 setembro 2023 - 10h20 Por Thaís Matos

Setembro Amarelo é uma campanha anual que busca dar visibilidade às questções de saúde mental e prevenção do suicídio. Durante este mês, várias instituições e pessoas estão se engajando em atividades de conscientização, divulgando informações e recursos que podem ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade emocional.

Para falar sobre o tema, o Giro Estadual de Notícias recebeu nesta quarta-feira (6) a psicóloga Ana Lydia Costa. 

Saúde mental é um assunto que vem sendo cada vez mais comentado nos últimos anos. “A gente tem visto as pessoas mais preocupadas em relação à saúde mental e a gente conversa, quebra tabus e dá uma liberdade maior para conversar sobre esse assunto, que é muito importante, porque sempre esteve ali, né?”, inicia a profissional. 

A psicóloga destaca como as campanhas, como a ‘Setembro Amarelo’, podem contribuir para ajudar as pessoas. “Temos que analisar que é uma linha bem tênue nessas campanhas, tem que ser muito bem colocado, muito bem falado para não gerar uma campanha reversa”, detalha. Para a profissional, o acolhimento precisa ser verdadeiro e humanizado.

Dra. Ana Lydia Costa destaca importânica de campanhas sobre Saúde Mental

“Porque a pessoa que estamos lidando já está em um momento crítico, já está, digamos assim, baqueada. Então a gente tem que saber acolher, chegar com um cuidado maior, com um carinho maior”, complementa. 

Em muitos casos, nem mesmo o profissional consegue entender o nível da dor e fragilidade do paciente. “Às vezes a gente acha que não é tudo isso, mas para a pessoa que está sofrendo, é uma dor real, é um sentimento muito forte e ela está tentando escapar dessa dor, está tentando tirar isso de dentro dela. Então tem que ter uma visão mais humana sobre essa questão”. 

A profissional da saúde destaca que a falta de humanidade e viver no “automático”, são alguns aspectos que podem contribuir para o desespero emocional. “Temos que fazer e dar conta de tudo. E se o outro tem alguma outra falha, a gente acaba não enxergando ele como humano, como uma pessoa. Às vezes, acabamos enxergando como uma falha e está errado, porque cada um tem a sua capacidade, cada um tem o seu próprio limite, tem a sua vivência”, pontua. 

Outro tabu comentado durante a entrevista, foi a ‘armadura masculina’. “Naturalmente a gente acha que o homem não pode sentir, não pode sofrer, não pode chorar, ele tem que ser, digamos, o provedor de tudo, inclusive de uma força maior. Eu concordo que vem de uma cultura, uma situação enraizada, mas aí voltamos naquele princípio: o homem, também é um ser humano, também tem sentimentos, ele também tem questões, sabe? E às vezes ele não está ou não é forte o suficiente para lidar com tudo isso. E está tudo bem. Não podemos julgar e apontar o dedo”, destaca a psicóloga. 

Como identificar que uma pessoa pode estar depressiva - “Não podemos generalizar, porque cada um apresenta um sintoma, mas os principais geralmente começam com um cansaço. Deixar de fazer algo que gostava, como um hobbie por exemplo. Você gostava de pescar e agora está cansado até para isso, é um ponto para observar”, explica. 

Conforme a profissional, o corpo dá sinais de escape. “Se está tendo muito sono, ou se não consegue dormir porque a cabeça está à mil, se está descontando um sentimento mal trabalhado comendo muito, começa a se isolar e se afastar das pessoas que estão próximas”. 

Não é ‘frescura’ - “Você falou dos anos 90, eu também sou. Eu lembro que quando eu era criança, adolescente ali, jamais a gente falaria sobre isso. Imagine uma criança tendo crise de ansiedade, ‘é frescura’”, pontuou a psicóloga. 

Outro ponto abordado pela psicóloga, foi o avanço da internet e tecnologias. “Sabemos que a internet é excelente porque a gente tem todo o conhecimento ali, notícias em tempo real. Porém, ela também pode agravar a situação, porque estamos expostos a coisas ruins em tempo real também. Então, a informação, ao mesmo tempo que ela ajuda, ela também, às vezes dá uma pesada”, complementa.

O problema fica mais evidente principalmente por conta das redes sociais. “Acaba sendo muito prejudicial, porque aquela pessoa está lá, no seu Instagram, no seu Facebook, no Twitter, e você acompanhando a vida alheia. Porque nas redes sociais a gente só vê isso, tudo é maravilhoso. Aí a pessoa acaba tendo, aquele misto de sentimento de inveja e de frustração por não ter uma vida tão perfeita quanto aquela pessoa também”, enfatiza. 

Prevenção - “A principal recomendação é procurar uma ajuda e buscar atendimento psicológico e provavelmente ser encaminhado para o psiquiatra pra gente fazer um trabalho multidisciplinar”, afirma a profissional. 

“Mas tentar rever as situações com outros olhares, tentar focar mais em coisas para o bem próprio, sabe? Fazer coisas que gosta mais. Então como eu falei no início, gosto de pescar, tenta pescar mais vezes, fazer exercício físico também é muito legal, porque a gente tem a liberação de hormônio, que ajuda a estabilizar a nossa parte química do nosso corpo, então assim focar em coisas que dê mais prazer”.

Ajuda - "As universidades geralmente oferecem atendimento por conta das pessoas que estão fazendo faculdade, né, que a gente chama de clínica escola. Então sim, tem às vezes uma taxa mínima e às vezes nem são cobradas, dependendo da situação". 

"Então é muito importante que tenha essa procura. Os próprios psicólogos fazem o valor da tabela social, que é abaixo do valor cheio de sessão. Muitos também trabalham com pacotes, são facilidades que tentam chegar em todos”.

Entender um pouco mais o outro e ter empatia também é importante."Temos total responsabilidade sobre aquilo que falamos. Para você pode ser apenas uma brincadeira, mas para a pessoa que está passando por uma situação difícil, pode ser um gatilho e isso é péssimo”, conclui a psicóloga. 

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