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PRIVATIZAÇÃO

Presidente do Sintect/MS se opõe ao modelo de privatização dos Correios

7 julho 2021 - 11h55 Por Hanelise Brito

“Quando você olha nível mundial, apenas sete correios no mundo são 100% privatizados, temos exemplo frustrados como da Argentina que não funcionou e Portugal que tenta a reestatização”. A afirmação é da presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Mato Grosso do Sul (Sintect/MS), Eliane Oliveira que esteve no programa Giro Estadual de Notícias desta quarta-feira (07) para falar sobre o modelo de privatização dos Correios. Eliane defendeu a classe de trabalhadores e afirmou que sua posição é contrária a ideia de privatização da empresa.

“Quando você lê o projeto de lei, ele não fala nada dos trabalhadores. Hoje, nós trabalhadores dos correios somos empregados públicos e não funcionários públicos. Alguns dizem que vamos ter estabilidade de 5 anos, mas sempre frisamos, estabilidade a qual custo se a empresa vai acabar”, disse.

Para evitar a privatização, os profissionais pretendem realizar manifestações em torno do assunto e rejeitar a proposta.

“Nós temos um calendário de negociação a nível nacional e na sexta-feira vamos realizar uma Assembleia virtual para encaminhamento de rejeição dessa proposta. No próximo dia 13, temos um ato em Brasília para tentar envolver os outros parlamentares que hoje ainda são favoráveis a privatização e também para buscar o apoio da sociedade”, declarou a presidente.

Sobre a possibilidade de envolver uma terceirização, Eliane afirmou que ela já é realidade na empresa.

“A terceirização já foi aprovada em 2017 e hoje O Correios pode contratar trabalhadores terceirizados. Inclusive, em determinadas situações, a empresa contratava mão de obra temporária para executar atividade do carteiro e dar um certo apoio, então essa terceirização já existe, mas a privatização que querem realizar não vai funcionar “afirmou.

Outro exemplo citado pela presidente foi os Estados Unidos, que segundo ela é uma grande potência, mas que não é 100% privatizada. Ela esclareceu que a União mantém o serviço do monopólio (serviço de estar nos pequenos municípios), mas que acumula um déficit de R$ 9 bilhões por conta da atividade.

“Muitos frisam que é preciso abrir um mercado concorrencial para que a iniciativa privada esteja presente. Hoje, o mercado concorrencial da encomenda é aberto e o que detém o monopólio é a carta. Se a iniciativa privada não vai nos pequenos municípios, isso com o e-commerce que é o mais rentável, imagine se ele vai querer transportar a cartinha que em menos de 1 real vai de um canto a outro no Brasil”, explicou.

Eliane destacou ainda o monopólio pode acabar e boa parte da população pode ficar sem a atividade nos pequenos municípios.

“Outra situação importante é em relação ao custo da encomenda. Temos o exemplo da energia que é privatizada e o preço que nós pagamos. Possuímos o mercado concorrencial aberto, e quando pesquisamos, vemos que pelos Correios o custo é mais viável. Ele serve como balizador de preço, inclusive para as empresas privadas e transportadoras”, ressaltou.

Sobre a possibilidade de aposentadoria para os veteranos, Eliane comentou que não há nenhum projeto de antecipação.

“Não há uma previsão, nenhum projeto de antecipação de aposentadoria, importante destacar que há trabalhadores que o seu único emprego foi o Correios e com certeza se acontecer a privatização, serão mais pais e mães de família que poderão estar na fila de desempregados do país”, finalizou.

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