Nesta segunda-feira (8), o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Mato Grosso do Sul (Adepol/MS), André Matsushita, concedeu entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias, abordando os principais avanços e desafios enfrentados durante sua gestão iniciada no ano passado.
Desde o início de sua gestão, Matsushita destacou três pontos-chave: a defesa das prerrogativas dos delegados, a melhoria salarial e a imagem dos delegados perante a comunidade. “Desde o início da gestão, focamos na defesa das prerrogativas dos delegados, na melhoria salarial — recentemente alcançamos uma grande vitória nessa área — e na melhoria da imagem dos delegados de polícia perante a comunidade. Criamos o podcast 'Fala Delegado', que conecta a delegacia, a universidade e a comunidade em geral", afirmou Matsushita.
Ao falar sobre a relação entre a polícia e a população, Matsushita explicou os desafios históricos dessa aproximação. “Vivemos em um país onde, por diversas razões, a polícia não é enaltecida. Geralmente, somos retratados de forma truculenta e ignorante. Em novelas, por exemplo, os delegados são frequentemente mostrados como bêbados ou ladrões. Essa imagem se repete ao longo dos anos, dificultando a mudança dessa percepção", explicou.
Presidente da Adepol, André Matsushita - (Foto: Rafael Rodrigues)
Quando questionado sobre a modernização da Polícia Civil com o uso de tecnologia e inteligência policial, Matsushita destacou os avanços de Mato Grosso do Sul. “Muito pelo contrário, Mato Grosso do Sul está na vanguarda da tecnologia de inteligência. Adquirimos equipamentos e softwares, e estamos desenvolvendo a doutrina do uso da inteligência na Polícia Civil. Hoje, temos um departamento completo de inteligência. O uso da inteligência tem sido aplicado com bastante ênfase na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul", ressaltou Matsushita.
Matsushita ressaltou os bons resultados obtidos graças ao trabalho de inteligência. “O profissional de inteligência é conhecido como 'Soldado do Silêncio'. Ele trabalha sem ser visto. Muitas vezes, a delegacia ou a unidade recebe o crédito pela prisão, mas foi a inteligência que levantou todas as informações. O agente de inteligência não pode se expor, senão compromete seu trabalho. Aqui em Mato Grosso do Sul, temos uma inteligência muito potente, porque todas as instituições trabalham unidas", destacou.
Sobre a integração nas cidades, Matsushita destacou o uso das redes sociais e grupos de WhatsApp para divulgar ações e receber demandas de trabalho, além de viagens para as regionais para conversar pessoalmente com os delegados. “Utilizamos bastante as redes sociais e grupos de WhatsApp para divulgar nossas ações e receber demandas de trabalho. Temos trabalhado muito com os delegados do interior dessa forma. Além disso, fazemos viagens para conversar pessoalmente com os delegados, entender suas necessidades e levar essas demandas para a administração", disse Matsushita.
Sobre a decisão do STF na descriminalização da maconha, Matsushita expressou preocupação e incertezas. “Isso é uma questão muito sensível e ainda não está claro como vai funcionar. A nossa Constituição Federal atribui à Polícia Civil a responsabilidade de apurar infrações penais. No momento em que o STF transformou o porte de drogas em uma infração administrativa, essa responsabilidade deixa de ser da Polícia Civil. Tem algumas perguntas sem respostas que a sociedade precisa considerar", alertou Matsushita.
Ao ser questionado sobre a adoção de câmeras nos uniformes dos policiais, Matsushita defendeu que, se essa medida for adotada, deveria ser aplicada a todos os servidores públicos. “Se alguém precisa usar câmeras para monitorar ações, deveria ser todos os servidores públicos. Todos devem obediência à lei e têm suas atribuições regulamentadas. Se vamos exigir câmeras para fiscalizar o que o policial faz, essa regra deveria se aplicar a todos os servidores públicos, desde quem está na portaria até os mandatários. Colocar câmeras apenas nos policiais cria uma dicotomia, parece esquisito. Se queremos fiscalizar, devemos fiscalizar todos os servidores públicos", afirmou Matsushita.
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