Nesta segunda-feira (2), o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), Alexandre Barbosa, anunciou, em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias, que a categoria realizará uma paralisação de quatro horas na próxima quinta-feira (5), como forma de pressionar o governo do Estado a cumprir compromissos assumidos anteriormente. Barbosa ressaltou a insatisfação dos policiais civis com a falta de diálogo e indicou que uma greve geral pode ser efetivada caso as negociações não avancem.
"O que acontece é que não queremos tomar essa atitude, mas o governo está nos forçando. Até o momento, não houve diálogo, convocação ou reunião para avançarmos ou discutirmos uma nova proposta. Estamos esperando por isso, mas o governo está nos empurrando para medidas mais drásticas", revela.
Desde 2016, quando o atual governador Eduardo Riedel ainda era secretário de governo, o presidente afirmou que a categoria vem aguardando o cumprimento de promessas, como a equiparação salarial aos seis melhores estados do país. No entanto, Mato Grosso do Sul atualmente ocupa a 18ª posição no ranking salarial das polícias civis do Brasil. Segundo Barbosa, nos anos seguintes, o governo não conseguiu cumprir as promessas feitas. "Agora, como governador, voltamos a cobrar o cumprimento desse compromisso. Ele afirmou que, tanto no ano passado quanto neste ano, iria honrar a promessa", afirmou Barbosa.
Presidente do Sinpol/MS em entrevista ao Giro Estadual de Notícias - (Foto: Rafael Rodrigues)
Recentemente, o governo propôs a incorporação do auxílio alimentação ao salário, medida que inicialmente parecia positiva. No entanto, a proposta incluía um parcelamento da diferença de 18% em três vezes: 6% este ano, 6% no próximo ano e mais 6% no ano seguinte. "A proposta foi aceita, mas, em uma reunião no dia 20 de agosto para ratificar o acordo, o governo voltou atrás, alegando que não teria condições de cumprir o parcelamento", explicou Barbosa. Com isso, o governo sugeriu apenas a incorporação do auxílio alimentação e o adiamento das negociações para o próximo ano.
O presidente do Sinpol/MS destacou que a incorporação do auxílio alimentação é inaceitável nos termos propostos, pois, ao ser incorporado ao salário, ele passa a ser tributado, o que reduziria o valor final recebido pelos policiais. "Queremos que o governador cumpra sua palavra, como foi acordado conosco, e estamos dispostos a ir até as últimas consequências para garantir isso", enfatizou.
Na última quinta-feira (29), o sindicato realizou uma manifestação na Assembleia Legislativa, pedindo que os deputados estaduais criem uma comissão para intermediar as negociações com o Estado. "Não queremos chegar ao ponto de uma greve, pois isso prejudica a população", afirmou Barbosa, alertando que o governo está forçando a categoria a tomar medidas mais drásticas.
Sobre a paralisação de quatro horas planejada para esta quinta-feira, Barbosa esclareceu que a ação começará com uma paralisação de 4h, como um sinal claro de que os policiais estão dispostos a intensificar suas manifestações. "Não queremos prolongar isso por 12 ou 24 horas, mas, se for necessário, teremos que tomar essa atitude", disse.
Barbosa também falou sobre as condições de trabalho dos policiais civis, destacando que a carga horária oficial é de 40 horas semanais, mas que, na prática, muitos trabalham muito mais do que isso, sem receber qualquer compensação por horas extras. "Enquanto outros trabalhadores recebem por horas adicionais, nós não temos esse direito", apontou. Ele citou a situação de escrivães e investigadores no interior do Estado, que muitas vezes ficam de sobreaviso durante os finais de semana e feriados, sem poder sair da cidade ou participar de eventos, e tudo isso sem remuneração adicional.
Na entrevista, Barbosa mencionou ainda os desafios enfrentados pelos policiais que trabalham na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, áreas de alta periculosidade devido à presença de facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho. "Ninguém quer permanecer na fronteira porque o trabalho lá é extremamente perigoso", afirmou, destacando a necessidade de um adicional de fronteira para compensar os riscos elevados.
Além disso, Barbosa comparou a situação salarial dos policiais civis de Mato Grosso do Sul com a de outros estados. "Hoje, Amazonas oferece o maior salário do país para policiais, além de outros benefícios, como sobreaviso remunerado e lazer para os profissionais. Quando comparamos, percebemos que deveríamos estar em uma situação semelhante, mas estamos muito distantes disso", criticou.
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