Mato Grosso do Sul vive um momento econômico sem precedentes, com indicadores que o colocam entre os estados mais dinâmicos do país. O diagnóstico é do vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-MS), Hudson Garcia, que classifica a economia sul-mato-grossense como “um ponto fora da curva” em relação ao restante do Brasil.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta sexta-feira (17), Hudson afirmou que o Estado poderá registrar um crescimento de dois dígitos no PIB, impulsionado pela força de setores como celulose, mineração, grãos e proteína animal.
“Temos o quarto menor índice de desemprego do país, com apenas 2,9% da população desocupada, e uma das maiores taxas de mobilidade social. Os dados mostram que o Mato Grosso do Sul está muito à frente da média nacional”, avaliou o economista.
Segundo Hudson, o bom desempenho se deve, principalmente, à iniciativa privada e a políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional, que têm permitido o avanço das cadeias produtivas e a geração de novas oportunidades.
“O Estado vem crescendo com responsabilidade. O que vemos é um conjunto de fatores que vão desde a industrialização até a inovação tecnológica, com atenção à sustentabilidade e à inclusão social”, disse.
Vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-MS), Hudson Garcia - (Foto: Lorena Sone)
Para ele, o Mato Grosso do Sul já é protagonista da nova economia brasileira. “Temos secretarias específicas voltadas para ciência, tecnologia, desenvolvimento econômico e povos originários. As ações estão integradas dentro de uma política pública que olha para o futuro e busca corrigir as desigualdades ainda existentes.”
Reforma Tributária: “um caminho sem volta” - Outro ponto abordado por Hudson foi a Reforma Tributária, em discussão no Congresso Nacional. Ele considera que o novo modelo, com a implantação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), representa uma modernização necessária.
“A reforma é irreversível. O IVA já é adotado em diversos países e traz mais transparência ao sistema. Ainda há debate sobre as alíquotas, mas a tendência é de redução da carga tributária e aumento da fiscalização. O famoso ‘jeitinho’ tende a desaparecer”, explicou.
O economista acredita que, com o novo sistema, Mato Grosso do Sul poderá atrair ainda mais indústrias e empreendimentos ligados às suas vocações naturais. “Vamos ver empresas de segunda e terceira geração se instalando aqui, aproveitando a base produtiva já consolidada”, afirmou.
Hudson também destacou a expectativa de que o Estado alcance 3 milhões de habitantes nos próximos anos, o que ampliará a base tributária e fortalecerá a arrecadação.
Ao falar sobre a popularização dos influenciadores de finanças pessoais, Hudson foi direto: “Vivemos uma avalanche de ‘gurus’ que prometem fórmulas mágicas para enriquecer. Isso empobrece o debate sobre economia e confunde as pessoas.”
Ele defende que o verdadeiro caminho para o desenvolvimento é o conhecimento aliado ao tempo e à prática. “A riqueza está em saber aplicar o que você aprende para melhorar a sua vida e a da comunidade. Nenhum influenciador ensina isso”, destacou.
Hudson também convidou o público a participar do XV Encontro de Economistas da Região Oeste (Eneoeste), que será realizado nos dias 30 e 31 de outubro, em Campo Grande. O evento discutirá temas como desenvolvimento sustentável, bioeconomia, finanças e políticas públicas.
“O Eneoeste não é só para economistas. Queremos ouvir o pequeno empreendedor, o estudante, o aposentado. É um fórum de debate aberto, para transformar ideias em ações e ações em impacto real”, afirmou o vice-presidente do Corecon-MS.
Com uma economia que cresce em ritmo acelerado e se torna exemplo nacional, Hudson Garcia reforça que o desafio agora é manter o equilíbrio entre expansão e inclusão. “O futuro já começou em Mato Grosso do Sul. Nosso papel é garantir que esse crescimento chegue a todos.”
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