Durante a pandemia, o aumento do número de casos de crianças que estão com excesso de peso ou que apresentam um quadro de obesidade tem preocupado a comunidade médica e reacendido o alerta para as consequências do problema, por isso, em entrevista ao Giro Estadual de Notícias do Grupo Feitosa de Comunicação, o Dr. Guilherme Steinmetz, Pediatra do Sistema Hapvida debateu nesta quinta-feira (29), as causas e consequências da obesidade infantil.
Segundo Steinmetz, uma estatística aproximada revela que se a criança fica menos de uma hora na frente de uma televisão ou de uma tela, temos uma chance de 10% da criança desenvolver obesidade, com mais de 5 horas isso salta para mais de 40%, e para mudar esse quadro, o especialista afirma que a educação alimentar deve começar bem cedo, “Temos que mudar a mentalidade na verdade desde a mamãe, sabemos que desde o período de gravidez, a influência da alimentação dela, vai ser importante no futuro, temos que tirar as crianças da tela, justamente por anúncios de fast-food, e comidas industrializadas que fazem muito mal para elas”.
Ainda de acordo com o pediatra, a pandemia só colaborou para a piora nos quadros de obesidade no país, “A pandemia sem dúvida alguma veio como mais um dos problemas que agravou a obesidade infantil. Observamos todos os dias na consulta que devido ao sedentarismo, ou a impossibilidade das crianças estarem saindo para fazer algum tipo de atividade física, junto com o costume de horas intermináveis na frente do celular, aumentaram com certeza o número de crianças com sobrepeso e obesidade.”
Levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), no mês de maio, mostra que 1.096 pessoas que perderam suas vidas devido a covid-19 tinham obesidade. Isto representa 16,9% dos óbitos pela doença em Mato Grosso do Sul. Esta comorbidade só fica atrás das doenças cardíacas, diabetes e hipertensão, entre as vítimas fatais.
Porém bons hábitos alimentares podem evitar tragédias maiores, como o agravamento para outros tipos de doenças, como pressão alta, diabetes e até o AVC, “A pior coisa da obesidade é que ela pode levar a outras doenças no futuro, a chance de uma criança obesa ser um adulto obeso é muito maior, e consequentemente desenvolver doenças crônicas degenerativas, como a pressão alta e a diabetes ou mais graves como o AVC”.
O pediatra ressalta ainda que a obesidade infantil pode ter dois tipos, exógena ou endógena, quando ela é endógena, a doença já vem da base da criança, um exemplo é a tireoide, onde ela pode desenvolver a obesidade sem o fato de ter uma dieta pouco balanceada. Já a exógena é devida a uma alimentação inadequada.
“A obesidade pode ainda ser prevenida com o bom aleitamento materno, quando a criança é mantida até os seis meses prevenimos bastante a questão da obesidade. Não é só o prato colorido, o bom hábito alimentar começa desde a gestação. Mudar a ideia de que criança gordinha não é criança saudável é muito difícil, hoje nós sabemos que não é mais, isso deve ser evitado de toda a forma, até porque sabemos que a obesidade infantil não tem um tratamento, temos que focar principalmente na prevenção. Quanto mais trabalharmos essa parte educacional, melhores serão os resultados”, afirma.
Com o retorno às aulas, surge ainda outra preocupação, área da saúde mental, que de acordo com Steinmetz, é um influenciador direto na dieta, e a parte estética com certeza pode pesar na cabeça da criança, “Sabemos que a prevenção e o acompanhamento da obesidade infantil não é só em casa, a escola também é fundamental, agora com o retorno às aulas, o fator da escola ajudar na prevenção, tanto na alimentação quanto na observação desses casos é muito importante. É importante ressaltar principalmente as mudanças de comportamento, dependendo da idade ela pode começar a pedir para não ir à escola”, finaliza.
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