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DIREITO PREVIDENCIÁR

“O trabalhador vai pagar mais e receber menos”, entenda a nova previdência

11 julho 2019 - 14h28

Quatro meses e meio depois de chegar ao Congresso, a reforma da Previdência foi aprovada em primeiro turno na noite de ontem (10), na Câmara dos Deputados, por 379 votos a 131. A professora e advogada de direito previdenciário e coordenadora do do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário do Mato Grosso do Sul e região Centro-Oeste (IBDP), Juliane Penteado Santana, explica que atual texto reforma prejudica os pobres e que poucos setores serão beneficiados.

“O trabalhador vai ter que pagar por mais tempo para receber menos. Em resumo a aposentadoria programada vai ficar assim, trabalhar e contribuir mais tempo, para receber menos. Mas a questão é: o trabalhador com 60 anos de idade vai ter ainda oportunidade de trabalho nesse País para poder manter a sua contribuição?”, questiona a especialista.

Juliane desabafa que a maioria da população não sabe e não se interessa pelo assunto que vai definir a sua vida daqui para frente. “As pessoas não querem ouvir. Na ocasião da PEC do Temer, eu já pertencia a esse movimento, mas as pessoas se interessavam e se assustavam com o que vinha pela frente, tanto que as pessoas não deram o apoio. Hoje está sendo diferente, tanto que as pessoas foram até as ruas pedir a reforma da Previdência, apoiando essa proposta muito mesmo sem conhecer”, diz.

“O que esta acontecendo com essa proposta é muito grave. A população não tem conhecimento do quanto vai atingir os seus interesses pessoais, não como individuo, mas como sociedade. Enquanto sociedade vamos passar por alguns períodos bem difíceis depois da reforma aprovada”, ressalta.

Antes de seguir para o Senado, o projeto ainda precisa passar pela votação em segundo turno na Câmara, que deve acontecer na hoje, (11), após a análise de 20 destaques propostos pelos partidos, marcada para começar às 9 horas. Entre os temas a serem discutidos está a aposentadoria de policiais, mulheres e professores.