Visão borrada, manchas escuras, dificuldade para enxergar cores e até cegueira total. Esses são alguns dos sinais de intoxicação causados pelo metanol, uma substância química que vem sendo encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas e que já provocou mortes e sequelas graves no Brasil.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta sexta-feira (3), a oftalmologista Daniela Gemperli explicou que o metanol é um solvente industrial utilizado na fabricação de tintas, plásticos e combustíveis. “Ele não tem cheiro nem cor, o que facilita sua adição em bebidas sem que o consumidor perceba. O objetivo de quem adultera é aumentar a quantidade do produto, reduzindo o custo”, destacou.
Segundo a especialista, após a ingestão, o metanol é metabolizado no fígado e transformado em ácido fórmico — um composto altamente tóxico. Ele tem afinidade pelo sistema nervoso central, rins e, especialmente, pelo nervo óptico. “Os primeiros sintomas podem aparecer entre 6 e 24 horas após o consumo. Além de dor de cabeça, náusea e confusão mental, o sinal mais característico é a alteração visual: visão borrada, mudança na percepção das cores e até cegueira repentina, indolor e bilateral”, explicou.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta sexta-feira (3), a oftalmologista Daniela Gemperli explicou que o metanol é um solvente industrial utilizado na fabricação de tintas, plásticos e combustíveis
A médica reforça que o dano ao nervo óptico é rápido e, muitas vezes, irreversível. “O nervo funciona como um cabo de transmissão entre os olhos e o cérebro. Quando morre, não existe regeneração. O transplante de córnea, por exemplo, não resolve, porque o problema não está na parte externa do olho, mas no nervo”, esclareceu.
O tratamento imediato pode incluir uso de antídotos específicos — que estão em falta no mercado — e até hemodiálise para tentar eliminar a toxina do organismo. “Mesmo com atendimento rápido, há risco de sequelas visuais permanentes, como dificuldade para enxergar no escuro ou baixa sensibilidade ao contraste”, alertou.
A orientação da oftalmologista é evitar bebidas de origem duvidosa e sempre exigir que os produtos sejam abertos na frente do consumidor. “Infelizmente não existe um teste rápido para identificar metanol na bebida. A recomendação, neste momento, é ter cautela, especialmente com destilados, até que as autoridades de saúde consigam reforçar a fiscalização”, ressaltou.
Com casos recentes confirmados no país, incluindo mortes e internações, a médica enfatiza que a prevenção é a única forma de reduzir os riscos. “Estamos falando de uma cegueira irreversível. A pessoa sai para se divertir e pode terminar com a vida transformada para sempre. É preciso responsabilidade e atenção redobrada ao que se consome”, finalizou a doutora Daniela Gemperli.
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