Ao participar nesta quarta-feira (08) do programa Giro Estadual de Notícias, levado ao ar pelas emissoras do Grupo Feitosa de Comunicação, o novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, coronel bombeiro Frederico Reis Pouso Salas, reforçou que o grande desafio à frente a corporação é manter a "excelência" dos serviços prestados à sociedade sul-mato-grossense. "O nosso desafio é continuar prestando um serviço de excelência à sociedade de Mato Grosso do Sul e para aqueles que venham a visitar o nosso Estado, bem como aqueles que utilizam as rodovias federais que cruzam o nosso território", completou.
Ele ressaltou que, para conseguir esse objetivo, o Corpo de Bombeiros utiliza toda a sua nossa estrutura, desde a prevenção de acidentes, que é o "carro chefe" da corporação, até quando essa prevenção falha, causando vítimas que precisam de socorro. "Nesse sentido, temos de manter funcionando as nossas estruturas para atender a todos", garantiu, informando que o Corpo de Bombeiros está presente, com estrutura física, em 31 municípios de Mato Grosso do Sul, mas a cobertura é de 100% dos 79 municípios porque essas estruturas físicas atendem as localidades vizinhas.
"O nosso desafio é continuar prestando um serviço de excelência à sociedade de Mato Grosso do Sul e para aqueles que venham a visitar o nosso Estado, bem como aqueles que utilizam as rodovias federais que cruzam o nosso território", completou
"É claro que, dependendo da urgência da ocorrência, o atendimento fica prejudicado pela distância, mas, para mitigar isso, temos um planejamento constante. O Governo do Estado já está em fase de conclusão de um concurso público para a seleção de 250 militares para serem soldados bombeiros e 10 militares para serem oficiais bombeiros. Esse reforço fará com que a gente consiga avançar para mais três cidades sul-mato-grossenses", reforçou o coronel bombeiro Frederico Reis Pouso Salas.
Investimentos - O comandante-geral do Corpo de Bombeiros recordou que, nos últimos anos, o Governo do Estado focou muito no investimento em segurança pública. "Nos meus 28 anos de Corpo de Bombeiros, os últimos oito anos foram os mais prósperos para a nossa instituição, tanto em infraestrutura física, quanto na parte de recrutamento de militares. Hoje, se visitarmos os quartéis do Corpo de Bombeiros nos 31 municípios onde temos unidades, não vamos encontrar nenhum abandonado, graças aos investimentos feitos nos últimos anos, incluindo a aquisição de viaturas. Temos uma quantidade de viaturas novas suficientes para atender os nossos municípios", assegurou.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros recordou que, nos últimos anos, o Governo do Estado focou muito no investimento em segurança pública
Ele pontuou que o Corpo de Bombeiros tem uma crescente evolução no tocante a estar inserido em todas as camadas e setores da sociedade. "Nós trabalhamos para isso, procuramos ir até às escolas e até às empresas por ser muito importante para nós a questão da prevenção, pois ajuda a reduzir custos, danos e atendimentos às vítimas, preservando a qualidade de vida do cidadão. Esse item faz com que a corporação esteja inserida cada vez mais na rotina diária do cidadão e, por isso, queremos aumentar isso porque também traz economia para o Estado", comparou.
Quando se fala em estar junto à sociedade, o coronel bombeiro Frederico Reis Pouso Salas afirmou que é uma evolução, pois antes isso não era possível, mas, graças à tecnologia e à imprensa, a população comum está acessando os serviços do Corpo de Bombeiros. "Isso é um eixo estrutural do nosso Governo, que é a inclusão de todos, promovendo um ambiente próspero através dos meios digitais. O Corpo de Bombeiros está investindo fortemente nisso para que, quando o cidadão precisar da corporação, tenha, a um click no celular, acesso aos nossos serviços. No caso dos incêndios florestais, Mato Grosso do Sul é um Estado verde e um patrimônio de todos, extrapolando fronteiras e, nesse sentido, temos investido nessa aproximação com a população", revelou.
Incêndios florestais - Com relação aos grandes incêndios florestais registrados em 2020, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros garantiu que foi a pior temporada de incêndios florestais em Mato Grosso do Sul e isso extrapolou fronteiras, chegando ao Paraguai e à Bolívia, além de atingir também o Estado vizinho do Mato Grosso. "Posso afirmar que neste ano de 2023 não teremos os mesmos prejuízos à nossa fauna e flora porque o investimento do Governo do Estado foi muito robusto nesta área após os episódios de 2020. Todos os municípios, em especial o de Corumbá (MS), receberam caminhões de combate a incêndios florestais", informou.
Ele completou que as guarnições especializadas de combate a incêndios florestais foram capacitadas e contam com equipamentos de proteção individual, tendo sido adquiridos pelo ex-governador Reinaldo Azambuja duas aeronaves de combate a incêndios florestais com capacidade de transportar até três mil litros de água, cada uma delas. "Esse conjunto faz com que possamos trabalhar melhor, atuar mais rápido e consiga evitar estragos semelhantes como os ocorridos em 2020", disse.
Ele completou que as guarnições especializadas de combate a incêndios florestais foram capacitadas e contam com equipamentos de proteção individual
Para o coronel bombeiro Frederico Reis Pouso Salas, quando se tem conhecimento, os objetivos são alcançados com mais facilidade. "Além disso, toda a parte de infraestrutura foi reformada e até ampliada, como o quartel de Corumbá, que agora conta com uma ala apropriada para os bombeiros militares, bem como para os voluntários que são acionados em casos de grandes incêndios florestais. Com todo esse respaldo, os nossos bombeiros militares ficam mais confortáveis para trabalhar. Os nossos cursos de preparação são muito exigentes, tanto na parte teórica, quanto na parte prática. Quando um bombeiro militar vai até o Pantanal para apagar o fogo, ele está utilizando apenas uma parte do conhecimento adquirido na sua formação. São nove meses de formação para que o bombeiro militar tenha condição de atender a população da melhor maneira possível", finalizou.
De pai para filho: novo comandante-geral seguiu exemplo familiar
O novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, coronel bombeiro Frederico Reis Pouso Salas, 48 anos, tem a quem puxar para se aventurar nessa carreira. Ele é filho do coronel bombeiro José Reis Pouso Salas, 80 anos, que já está na reserva e foi transferido de Cuiabá (MT) para comandar o quartel do Corpo de Bombeiros de Campo Grande (MS) na década de 90 do século passado.
"Quando nós oficiais ingressamos no curso de formação, nos são dadas todas as condições para nos tornarmos um comandante. No meu caso, além de tudo isso, tive o exemplo do meu pai, que foi comandante do Corpo de Bombeiros na década de 90 do século passado. Porém, a passagem dele pela corporação é muito mais profunda e mais interessante do que isso", revelou o coronel bombeiro Frederico Reis Pouso Salas.
Ele contou que o seu pai veio para Campo Grande deslocado de Cuiabá em 1970, quando o Mato Grosso ainda era um só, para inaugurar o quartel mais antigo da Capital, que é o da Avenida Costa e Silva. "Esse quartel atenderia a região sul do Mato Grosso. Como nasci em 1975, meu pai estava em Campo Grande com a minha mãe. Eu sou um filho da corporação, como muitos outros militares, que trazem no sangue esse desejo e essa vontade de salvar vidas alheias", revelou.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros acrescentou ainda que praticamente nasceu dentro do quartel porque desde pequeno conviveu com o dia-a-dia dos bombeiros. "Ouvia as histórias que meu pai contava, acompanhava o cotidiano de seu trabalho, no exercício de suas funções", lembrou.
Ele disse que, quando chegou a fase adulta, hora de decidir o que fazer, optou pela administração de empresas. "No entanto, logo após a conclusão do curso percebi que não era isso o que queria de fato para a minha vida profissional", recordou, completando que o pai assumiu o cargo de comandante do Corpo de Bombeiros do Estado no dia 7 de março de 1990 e, cinco anos depois, deixou a corporação. "Justamente em 95, quando meu pai se ausentou, eu ingressei. Costumo dizer que ocupei a vaga dele", brincou.
Já o coronel bombeiro aposentado contou, na sua versão da história familiar, citando um ditado popular. "A fruta não cai longe do pé". "Minha história em Campo Grande começou em 1970, quando começou de fato a funcionar operacionalmente a Companhia Independente do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de Mato Grosso. Passei boa parte da minha vida nos bombeiros. Vivi todos esses 40 anos da corporação. Realizei curso para oficial em São Paulo, e, em 25 de setembro de 1970, participei do processo que ativou o 2º Destacamento da Companhia Independente de Bombeiros", relatou.
Essa unidade, localizada na Avenida Costa e Silva, foi denominada "Núcleo de Formação de Bombeiros" e contava à época com o efetivo de 33 homens, sendo dois aspirantes a oficiais, um sargento, um cabo e 29 soldados. "Assumimos a missão de busca e salvamento. Por tudo isso, foi uma boa surpresa e sentimento de muita alegria ver meu filho pela primeira vez fardado. Soube ali que tudo que eu doei nesses 40 anos de serviço continuaria tendo relação com alguém da minha família", disse o coronel bombeiro da reserva.
Ao longo dessas quatro décadas, algumas mudanças ocorreram. O coronel cita o apoio do Estado que melhora a cada ano, além da própria necessidade da população em ascensão que, consequentemente, faz com que os bombeiros cresçam também. "Hoje temos unidades em vários municípios do Estado e em diferentes regiões da Capital. O atendimento é bem mais amplo", disse.
Mas a tradição com os pilares que sustentam uma das corporações mais respeitadas pela sociedade brasileira permanece intacta, garante o coronel. "É a ganância em servir ao próximo. Isto está arraigado no oficial. Temos o semelhante como foco principal", finalizou o coronel bombeiro da reserva José Reis Pouso Salas.
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