O penúltimo mês do ano ficou marcado pelo forte calor em Mato Grosso do Sul, e isso contribuiu para as queimadas no Pantanal sul-mato-grossense. Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta quarta-feira (13), a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do Centro de Proteção Ambiental (CPA) do Corpo de Bombeiros, destacou que o mês foi atípico se comparado com os meses anteriores.
“Novembro de 2023 foi atípico, com mais de 1.800 focos de calor, só superado pelo registro de 2002. Em comparação a 2022, onde tivemos 62 focos, o número em 2023 foi extraordinariamente alto. Mesmo com todos os recursos e legislação avançada, incêndios ainda ocorrem”, explica.
Até outubro deste ano, o Corpo de Bombeiros reduziram significativamente o número de dias necessários para combater incêndios - de uma média de 12 dias para apenas cinco. “Isso demonstra uma maior eficiência. No entanto, as ondas de calor e as condições climáticas de novembro tornaram a situação mais desafiadora”, informa.
Ela detalha que o referencial do Corpo de Bombeiros inclui países como os Estados Unidos e nações europeias, como Portugal e Espanha, que têm investimentos significativos em material, pessoal e tecnologia para combate a incêndios florestais, assim como fazemos aqui em MS. “Atualmente, MS é uma referência nacional no combate a incêndios florestais. Mesmo em países desenvolvidos, incêndios acontecem anualmente. Preparamo-nos para esses desastres, buscando respostas cada vez mais efetivas”, reforça.
A tenente-coronel Tatiane Inoue - (Foto: Rafael Rodrigues)
A responsável pelo CPA explicou que focos de calor não são necessariamente incêndios. “Os 12 grandes incêndios durante a Operação Pantanal foram extintos com a ajuda do Corpo de Bombeiros. Em outubro, esperávamos chuvas, mas elas foram escassas, especialmente no Pantanal, prolongando a estiagem. Isso agravou a situação, com massa de combustível seca e ondas de calor”, detalha.
O Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro chegou a registrar 43° C sensação térmica próxima de 50° C, e ventos de mais de 50 km/h. “Observamos um incêndio avançar 21 km em menos de 24 horas, uma velocidade de propagação impressionante”, recorda.
Meio ambiente – Sobre os impactos diretos no bioma pantaneiro, a tenente-coronel afirma que trabalho em conjunto são feitos para obter informações detalhadas sobre as análises de fluxos de incêndio.
“O impacto dos incêndios florestais é amplo, afetando não só a flora, mas também a fauna, que se recupera mais lentamente”, detalha.
Além disso, há impactos sociais e econômicos significativos. “Por exemplo, comunidades ribeirinhas e tradicionais dependem do bioma para sobreviver. Recentemente, um incêndio em Miranda afetou uma comunidade que trabalha com abelhas, prejudicando sua produção e causando danos econômicos e sociais. Proprietários de terras também são impactados e colaboram conosco no combate aos incêndios. Por isso, a prevenção é crucial, incluindo a criação de aceiros e o manejo integrado do fogo”, detalha.
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