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28 de setembro de 2025 - 16h56
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SAÚDE MENTAL

Neurometria ajuda a prevenir suicídios e diagnosticar distúrbios emocionais em poucos minutos

26 setembro 2025 - 13h00 Por Da Redação

A saúde mental tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões públicas, e um novo recurso tecnológico vem chamando a atenção por sua capacidade de detectar desequilíbrios emocionais com precisão e rapidez. Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, o psicólogo e neurocientista Jefferson Luiz Azevedo Morel, doutorando em Neurociências e Saúde Mental, explicou como a neurometria pode ser uma importante aliada na prevenção de transtornos mentais graves, incluindo a ideação suicida.

"Essa é uma conscientização que nós todos temos que ter, independente do mês", afirmou o profissional ao destacar a urgência de falar sobre saúde mental todos os dias, e não apenas durante campanhas específicas.

De acordo com o especialista, a neurometria é uma tecnologia que utiliza sensores conectados à cabeça e aos dedos para mapear em poucos minutos o estado do sistema nervoso central e periférico. Com o auxílio de inteligência artificial, é possível identificar alterações neurofisiológicas antes mesmo que os sintomas se manifestem de forma comportamental.

"Em seis a oito minutos, conseguimos detectar tudo que está disfuncional e já iniciar o tratamento. Junto com o diagnóstico, o sistema entrega protocolos de reequilíbrio específicos para as áreas afetadas do cérebro", explica.

Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, o psicólogo e neurocientista Jefferson Luiz Azevedo Morel, doutorando em Neurociências e Saúde Mental, explicou como a neurometria pode ser uma importante aliada na prevenção de transtornos mentais graves

Esses exames são baseados em biomarcadores e permitem uma análise detalhada do equilíbrio entre o sistema nervoso simpático e parassimpático. A tecnologia também detecta impactos de fatores como alimentação e inflamações silenciosas, que podem influenciar diretamente o funcionamento cognitivo e emocional.

Prevenção de infartos, AVCs e suicídios - Um dos grandes diferenciais da neurometria é sua capacidade preventiva. Ela não só identifica predisposições genéticas e emocionais, como também atua na mitigação de riscos associados a infartos, AVCs e transtornos mentais complexos.

"O aparelho previne, trata e diagnostica. Já conseguimos identificar, por exemplo, predisposição a infartos e AVCs e iniciar protocolos terapêuticos específicos, como o de variabilidade cardíaca e coerência cardíaca", relata o neurocientista.

Ao ser questionado sobre o crescente número de suicídios entre jovens em Mato Grosso do Sul, Jefferson alertou para os dados preocupantes: "Crianças hoje têm níveis de controle de ansiedade muito abaixo do ideal. O normal é entre 66 e 75, mas encontramos crianças com menos de 40. Isso indica dificuldade em lidar com frustrações e pressões do cotidiano".

Segundo o especialista, a alimentação está diretamente relacionada ao controle emocional. A chamada "reserva funcional alimentar", também medida pelo exame, mostra como o que comemos pode gerar alergias, inflamações ou intoxicações, fatores que influenciam diretamente o comportamento e a cognição.

"A criança quer alimento rápido, processado. Isso gera um estresse fisiológico que desregula o sistema nervoso e prejudica o controle emocional. É um fator multifatorial, mas a nutrição tem um peso significativo nesse desequilíbrio", pontua.

Apesar do avanço tecnológico, Jefferson reforça que a neurometria não substitui o atendimento psicoterápico convencional. "A IA não entende intenções, intuições ou empatia. Ela auxilia no diagnóstico e tratamento, mas a presença do psicólogo é insubstituível", afirma.

Durante a entrevista, ele explicou que o sistema também mede reações neuroemocionais ao vivo, ajudando o profissional a identificar, por exemplo, se o paciente está apenas concordando ou de fato compreendendo a terapia.

"Ela me mostra em tempo real se a abordagem terapêutica está funcionando ou se precisa ser trocada. É uma ferramenta que qualifica a atuação clínica e evita que a gente fique na dependência do relato subjetivo do paciente", detalha.

Outro ponto destacado é o impacto da neurometria na conscientização do próprio paciente. Com o diagnóstico visualizado em tempo real, ele se torna mais receptivo ao tratamento.

"A pessoa vê na tela o que está acontecendo com ela. Quando questiono se ela é agressiva com a esposa, por exemplo, e ela nega, mas o exame mostra outra coisa, não tem como massagear o ego", brinca.

Entre as condições detectadas pela neurometria está a inflamação subclínica, um processo silencioso que pode levar a doenças graves e até à morte súbita. "É uma das causas mais ignoradas da atualidade. São microlesões provocadas ao longo dos anos por estresse, má alimentação, tabagismo e noites mal dormidas", alerta.

Embora ainda não esteja amplamente disponível nos sistemas públicos de saúde, a neurometria já pode ser acessada em clínicas privadas por valores semelhantes aos de exames neuropsicológicos tradicionais.

"Trabalhamos com reembolso de planos de saúde. Produzimos os documentos e o paciente solicita o ressarcimento. É uma forma de tornar o acesso mais democrático", explica.

Além disso, Jefferson desenvolveu uma metodologia psicoterápica própria que integra os dados da neurometria a técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), potencializando os resultados do tratamento.

"Hoje, temos meios para evitar tragédias. Precisamos apenas divulgar, educar e romper tabus. A neurometria mostra o que muitas vezes nem o paciente consegue explicar. E isso, sem dúvida, pode salvar vidas", conclui.

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