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SAÚDE MENTAL

'Nem tudo precisa acontecer no fim do ano': psicóloga alerta sobre autocobrança durante as festas

10 novembro 2025 - 10h00 Por Da Redação

Com a chegada de dezembro, uma temporada tradicionalmente associada à celebração, reencontros e planos para o novo ciclo, também vêm à tona sentimentos de ansiedade, frustração e angústia. Em entrevista concedida ao Giro Estadual de Notícias, nesta segunda-feira (18), a psicóloga Gisele Oliveira trouxe reflexões valiosas sobre os impactos emocionais dessa época e orientações para quem deseja terminar o ano de forma mais leve e equilibrada.

“A vida não é sobre consumo. Felicidade é você aproveitar os bons momentos com quem você ama”, afirmou a especialista logo nos primeiros minutos da entrevista, ao comentar sobre o ideal de vida perfeita promovido pelas redes sociais.

Apesar do apelo emocional das festas de fim de ano, encontros familiares podem se transformar em fontes de desgaste psicológico, principalmente quando envolvem relações marcadas por julgamentos ou comentários indesejados. Gisele explica que a chave para enfrentar esses momentos está no autoconhecimento.

“É importante o autoconhecimento para que as pessoas consigam perceber por que esses conteúdos desses familiares afetam tanto elas. Infelizmente, existem parentes que são um pouquinho tóxicos. E, dependendo do nível de toxicidade, às vezes é melhor manter um pouquinho de distância”, pontuou.

A psicóloga Gisele Oliveira falou sobre os desafios emocionais que marcam o fim de ano, o peso das cobranças internas e externas, e a importância de se respeitar os próprios limites

Segundo a psicóloga, aceitar o convívio com familiares apenas por obrigação pode ser prejudicial. “Ninguém é obrigado a nada. Nós somos adultos, e o adulto tem a liberdade de escolha”, destacou, citando Viktor Frankl: “A última das liberdades do ser humano é a liberdade de escolha”.

Mesmo quando não há conflitos externos, muitas pessoas enfrentam uma cobrança interna que as faz sentir insuficientes. Comparações com outras pessoas — seja pela roupa, pelo carro ou pelas conquistas do ano — acabam se intensificando em um período de tanta exposição social.

“A mídia traz um ideal de sucesso que não é verdadeiro. A grande maioria das pessoas está em suas casas, vivendo com aquilo que dá. E isso está tudo bem”, explicou Gisele, alertando para os impactos que essa autocobrança pode ter na saúde mental.

Os sintomas mais comuns, segundo a psicóloga, vão desde insônia e ansiedade até pensamentos autodepreciativos. “É importante pensar que não vale a pena comprometer sua saúde mental por causa de um momento ou de uma expectativa gerada”, aconselhou.

Para Gisele Oliveira, o segredo para um fim de ano mais saudável está em um planejamento coerente com a realidade individual. “O planejamento precisa ser mensurável, com pequenas metas. Não vai dar para realizar os dez sonhos. Realize um e comemore”, sugeriu.

Ela também enfatizou a importância de estabelecer limites nas relações e nas finanças. “Você vai se permitir, mas depois vai comprometer seu orçamento o ano inteiro? Viva de acordo com seu chão, não com o teto do outro.”

Essa ideia se estende à famosa promessa de ‘vida nova’ no dia 1º de janeiro. Para a psicóloga, todo dia é uma nova chance, sem precisar de uma data específica. “Enquanto tiver vida, você tem oportunidade. A gente precisa parar de se sabotar.”

Outro ponto sensível abordado foi a solidão que muitas pessoas enfrentam nesta época. “Uma das necessidades mais profundas de todo ser humano é o pertencimento. Muitas vezes, a pessoa já passou o ano inteiro desconectada, e o final do ano só intensifica essa sensação”, explicou Gisele.

A saída, segundo ela, está em cultivar vínculos significativos ao longo do ano. “Não importa ter dezenas de pessoas que nos amem. Pode ser uma só, mas uma relação de qualidade já traz sentido para a vida.”

Trazendo conceitos da psicanálise, Gisele destacou o desequilíbrio entre razão, impulso e cobrança como um dos maiores vilões do bem-estar emocional no fim de ano. “O superego diz que você tem que, que não pode. O id diz ‘vamos nos permitir’. O ideal é silenciar um pouco todos eles e agir com maturidade. A maturidade é tomar posse da própria vida com aquilo que a gente realmente dá conta”, refletiu.

Para quem está se sentindo pressionado ou emocionalmente esgotado, a psicóloga deixou um recado simples, mas poderoso: “A vida é um sopro. Viva o hoje. Não espere o final do ano para fazer um amigo secreto, para preparar um almoço especial. Faça hoje, com o que você tem e com quem está com você agora.”

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