Nesta quarta-feira (22), em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, a diretora-presidente da MSGás, Cristiane Alkmin, fez um balanço de sua gestão iniciada em julho de 2024. A executiva destacou os esforços para expandir o uso do gás natural em Mato Grosso do Sul, alinhando a estatal à transição energética e às metas globais de descarbonização.
"Nosso foco é expandir o uso do gás natural em residências, comércios e indústrias, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do estado", afirmou Cristiane. Ela explicou que o gás natural, por ser menos poluente do que o GLP (gás liquefeito de petróleo) usado em botijões, é estratégico na agenda ambiental do governo estadual.
Cristiane também enfatizou o compromisso de Mato Grosso do Sul em ser o primeiro estado brasileiro a alcançar a neutralidade de carbono até 2030. "Um exemplo concreto é a Suzano, que está descarbonizando sua frota de milhares de caminhões a diesel para o uso de gás natural. É um avanço significativo para o estado", ressaltou.
Apesar dos avanços, a diretora-presidente reconheceu os desafios para a ampliação do uso do gás natural no estado. Segundo Cristiane, a baixa densidade demográfica de Mato Grosso do Sul, com 2,8 milhões de habitantes em um território extenso, dificulta a expansão da infraestrutura, especialmente nas áreas residenciais.
"Enquanto em estados como São Paulo e Rio de Janeiro os prédios estão próximos, facilitando a distribuição, aqui a distância entre construções torna o processo mais complexo", explicou.
Mesmo assim, a MSGás já está investindo na ampliação da rede de distribuição. Atualmente, a rede parte da Bolívia, passa por Ribas do Rio Pardo e atende Três Lagoas. A empresa está investindo cerca de R$ 200 milhões na construção de 125 quilômetros de gasodutos que chegarão a Inocência, atendendo à indústria de celulose Arauco. Também há planos de expansão para Dourados, a segunda maior cidade do estado.
Outro destaque da entrevista foi o biometano, combustível sustentável com a mesma composição molecular do gás natural, mas menos poluente. Cristiane apontou que o biometano é uma oportunidade promissora para o estado, especialmente com a redução do ICMS de 17% para 1,8%, medida adotada pelo governo estadual para incentivar sua produção.
"O biometano é um mercado estratégico para Mato Grosso do Sul, e pretendemos dialogar com produtores rurais, usinas de cana e gestores de aterros sanitários para fomentar sua produção", afirmou.
Cristiane Alkmin, diretora-presidente da MSGás
Segundo Cristiane, a Lei do Combustível do Futuro, que prevê a incorporação crescente de biometano nos próximos anos, deve impulsionar o mercado. No entanto, ela reconhece que o custo elevado do biometano, cerca de 50% acima do gás natural, ainda é uma barreira. "A entrada da Petrobras no mercado, com uma chamada pública, é um divisor de águas e criará oportunidades para a expansão desse combustível", disse.
Durante a entrevista, a diretora-presidente detalhou os incentivos oferecidos para a conversão de veículos ao uso de gás natural. "Quem faz a conversão recebe isenção de taxas do Detran, redução do ICMS de 17% para 12% e um incentivo financeiro de R$ 2.000, além de um desconto de 10% na conversão, que pode ser parcelada em até 10 vezes", destacou.
Cristiane explicou que essas medidas tornam o gás natural uma opção econômica e ambientalmente vantajosa, especialmente para veículos pesados, como caminhões. "Estamos ampliando o uso do gás natural como parte da transição energética e promovendo benefícios econômicos para empresas e cidadãos", afirmou.
A atuação da MS Gás em parceria com o governo estadual e a Secretaria de Meio Ambiente também foi destacada na entrevista. Cristiane mencionou a importância do contrato assinado com a Arauco, que será uma das maiores indústrias de celulose do estado e utilizará o gás natural da MS Gás por 20 anos.
"Essa parceria nos permite planejar nossos investimentos de forma eficiente. Pretendemos iniciar as obras em 2026 para atender à Arauco, que estará em operação em 2027", revelou.
Cristiane ressaltou que, apesar de não utilizar recursos do Tesouro Estadual, a MS Gás tem uma gestão fiscal rigorosa. "Cada real arrecadado com o consumo de gás natural é investido com responsabilidade, garantindo o maior benefício para a população sul-mato-grossense", concluiu.
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