O projeto MS+Ciência, criado em Mato Grosso do Sul para popularizar o conhecimento científico, tem se destacado nacionalmente ao unir ciência, arte e comunicação de maneira acessível e inovadora. Sob a coordenação do jornalista e pesquisador André Mazini, a iniciativa conquistou o 1º lugar no Prêmio Nacional de Boas Práticas em Ciência, Tecnologia e Inovação, promovido pelo CONFAP, e já soma mais de 1 milhão de visualizações com seus conteúdos digitais e radiofônicos.
Durante entrevista concedida nesta segunda-feira (1º) ao programa Giro Estadual de Notícias, Mazini detalhou como o projeto rompe os muros das universidades para levar ciência diretamente à sociedade. “A gente percebeu que não adianta só a universidade produzir pesquisa se a pesquisa não chegar até as pessoas. Nosso projeto busca criar estratégias para que o conhecimento científico não fique preso, mas se torne parte do cotidiano. Usamos desde revista até teatro e rádio”, explicou.
Um dos maiores impactos do projeto tem sido nas escolas. Com linguagem lúdica e uso de ferramentas como jogos, encenações teatrais e programas educativos, o MS+Ciência tem conquistado alunos e professores da educação básica. Mazini destaca que o diferencial está na forma como a ciência é apresentada:
“Essa nova geração cresceu com telas, redes sociais e estímulos constantes. Quando a gente quebra a expectativa deles com um ator em sala de aula ou com um game show no estilo ‘Passa ou Repassa’, o conteúdo é absorvido com muito mais atenção. Os professores têm nos recebido com muita carência de materiais assim.”
André: Projeto sul-mato-grossense usa arte e rádio para levar ciência ao dia a dia e já ultrapassou 1 milhão de visualizações
Além da abordagem divertida, o projeto também atua na formação de educadores e oferece suporte técnico para a criação de conteúdos científicos nas escolas, valorizando a iniciação científica desde o ensino médio.
Dois dos principais produtos do MS+Ciência são os programas Papo de Ciência e Estação Ciência. O primeiro é veiculado pela TV Educativa de Mato Grosso do Sul e busca humanizar a figura do cientista, mostrando o lado pessoal dos pesquisadores.
“Apesar de o brasileiro demonstrar mais interesse por ciência do que por esportes ou cultura, 93% não sabe citar o nome de um cientista brasileiro. No Papo de Ciência, nós trazemos o pesquisador para uma conversa informal, para mostrar que ele também dá risada, tem hobbies e é uma pessoa comum”, relatou Mazini.
Já o Estação Ciência é o primeiro conteúdo da equipe pensado exclusivamente para rádio. Os episódios são curtos, com cerca de um a dois minutos, e utilizam recursos teatrais para abordar temas científicos de forma lúdica, como uma entrevista com o “berrante” explicando seu som.
“A gente tem um núcleo de artes dentro do projeto e busca trazer esse conteúdo de forma leve, educativa, e que possa ser facilmente integrado à programação do rádio. É uma forma de atingir públicos que não estão tão presentes nas redes sociais”, disse.
Um dos grandes trunfos do MS+Ciência está no formato e na distribuição dos conteúdos: curtos, objetivos e multiplataforma. Essa estratégia permitiu que o projeto ultrapassasse 1 milhão de visualizações no último ano.
“Vivemos no país com uma das maiores médias de tempo de tela do mundo. Muitos pais nos relatam que não conseguem oferecer conteúdos educativos de qualidade para os filhos. Quando eles conhecem nossos vídeos, passam a compartilhar com a família. Isso gerou um engajamento orgânico, espontâneo, inclusive fora do país”, explicou Mazini.
De fato, o projeto já foi apresentado como case de sucesso na Argentina, Colômbia e Paraguai, e tem atraído o interesse de instituições de outros estados brasileiros, como Rio de Janeiro e Pernambuco.
Oportunidades para alunos e professores com o PIC Tec - Durante a entrevista, Mazini aproveitou para convidar professores e estudantes a participarem do PIC Tec, programa de iniciação científica para o ensino médio promovido pela Fundac. A ação oferece bolsas de até R$ 800 para docentes e R$ 400 para estudantes, além de suporte para a criação de projetos de divulgação científica.
“Queremos reunir professores e alunos que desejam aprender a criar conteúdos científicos para redes sociais e rádio. Vamos oferecer orientação gratuita sobre gravação, captação de áudio, roteiro. Basta acessar nossas redes no @midiaciencia e entrar em contato conosco.”
Mazini também relembrou suas próprias inspirações da infância, como os programas Mundo de Beakman e Castelo Rá-Tim-Bum, transmitidos pela TV Cultura. “Foram conteúdos que marcaram minha vida e me mostraram que ciência pode ser divertida. A gente tenta replicar essa sensação hoje para a nova geração", finaliza.
Quer conhecer mais sobre os projetos do MS+Ciência? Acesse o Instagram @midiaciencia.
Sintonize o Giro Estadual de Notícias, segunda a sexta, das 07h30 às 08h30, pelo acritica.net e para as seguintes rádios de MS:
RÁDIO MARABÁ FM 93,9 – MARACAJU
RÁDIO BAND FM 100,9 - FÁTIMA DO SUL E REGIÃO DE DOURADOS
RÁDIO MONTANA FM 89,9 - INOCÊNCIA E REGIÃO DO BOLSÃO
RÁDIO SERRA FM 106,5 - RIO VERDE DE MT
RÁDIO SERRANA FM 91,3 – NIOAQUE
RÁDIO BAND FM 88,5 – PARANHOS