Em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias nesta quarta-feira (10), o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV/MS), Thiago Fraga, abordou diversos temas de interesse público e destacou as conquistas e desafios enfrentados pelo conselho.
Thiago Fraga ressaltou que o modelo de fiscalização do CRMV/MS se tornou referência para o sistema nacional de Conselhos Federal e Regionais. “Nossa fiscalização é realizada em conjunto com outros órgãos, proporcionando uma visão abrangente durante o processo. Trabalhamos em parceria com Procon, Decon, Delegacia de Crimes contra o Consumidor e agrodefesa para apreender produtos de origem animal irregulares”, explicou. Essas ações garantem que os consumidores recebam produtos e serviços de qualidade, já que os estabelecimentos se regularizam conforme necessário.
Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV/MS), Thiago Fraga
Fraga destacou a importância do canal de denúncias disponível no site do CRMV/MS, que tem recebido muitas queixas sobre médicos veterinários não inscritos e pessoas atuando ilegalmente na profissão. “Em casos de exercício ilegal da profissão, precisamos da colaboração de outros órgãos, como delegacias, para tratar das questões na esfera civil. O conselho não pode atuar diretamente nesses casos se o indivíduo não for um médico veterinário ou zootecnista", explica.
Fraga citou como exemplo a cidade de Dourados, onde a instalação de uma sede e a presença de uma fiscal fixa resultaram em melhorias significativas na fiscalização. “Já fiscalizamos todas as clínicas e supermercados, inclusive com ações orientativas junto com o Procon. Observamos um grande ganho para a classe médica veterinária e para a região Sul. Há planos para expandir esse modelo para Três Lagoas na próxima gestão", diz.
O presidente do CRMV/MS enfatizou a relação entre saúde pública e a responsabilidade dos tutores de animais. “Se um motociclista se acidenta por causa de um animal solto, o custo para o SUS pode ser muito alto. O CCZ faz um trabalho fenomenal, mas a responsabilidade também é do tutor do animal. Os tutores devem garantir que seus animais não causem acidentes ou transmitam doenças", aponta.
Fraga abordou a questão do elevado número de cursos de medicina veterinária no Brasil, que possui quase 600 cursos, enquanto o mundo inteiro tem pouco mais de 300. “Essa desproporção reflete-se nas críticas sobre a qualidade da formação. O Conselho não tem autonomia para fiscalizar esses cursos, mas podemos fiscalizar a presença de médicos veterinários em hospitais universitários. A qualidade dos profissionais é afetada, resultando em um aumento nos processos éticos", diz.
Por fim, o presidente destacou a obrigatoriedade dos estabelecimentos, como hotéis e pet shops, se registrarem no Conselho. “Recebemos denúncias diárias de acidentes ocorridos nesses locais. É crucial que os responsáveis pelos animais verifiquem se o estabelecimento possui registro no Conselho e um responsável técnico”, orientou.
Para denunciar irregularidades, basta acessar o site do CRMV/MS. Denúncias contra pessoas físicas devem ser nominais, enquanto denúncias contra estabelecimentos podem ser anônimas. O denunciante pode acompanhar o progresso da denúncia, garantindo transparência no processo.
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