Metas inatingíveis, assédio moral e a redução drástica de funcionários estão levando os trabalhadores das agências bancárias de Mato Grosso do Sul ao adoecimento físico e psicológico. Essa informação foi confirmada pela presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, Neide Rodrigues, em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta terça-feira (11).
Bancário ou vendedor? A pressão por metas que nunca param de crescer - "Hoje, o bancário não é mais um prestador de serviço. Ele virou um vendedor", declarou Neide durante a entrevista. Segundo ela, os bancos têm imposto metas desproporcionais e repetidamente as dobram assim que são alcançadas, criando um ciclo de exaustão. "Se o trabalhador bate 100% da meta hoje, amanhã ela dobra. Isso é desumano e está adoecendo os bancários", completou.
De acordo com o sindicato, muitos trabalhadores estão sendo afastados por problemas de saúde, principalmente transtornos de ansiedade e depressão. A situação é agravada por casos de assédio moral, com gestores pressionando funcionários a cumprirem metas sob ameaças veladas de demissão.
A presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, Neide Rodrigues - (Foto: Lorena Sone)
Outro ponto crítico destacado na entrevista foi o fechamento de agências bancárias no estado, o que impacta não só os trabalhadores, mas também a população. Cidades do interior enfrentam filas intermináveis devido à falta de funcionários. "Quem não consegue resolver pelo aplicativo tem que ir até a agência. E lá encontra filas longas e poucos atendentes", disse Neide.
A presidente também criticou a falta de convocação dos aprovados em concursos públicos para estatais como a Caixa e o Banco do Brasil. "Os concursos aconteceram, mas as vagas não foram preenchidas, sobrecarregando quem ficou", afirmou.
Sindicatos reforçam apoio aos trabalhadores - Para proteger os bancários em situações de assédio ou pressão, o sindicato disponibiliza canais de denúncia sigilosos. Neide enfatizou a importância de os trabalhadores denunciarem abusos. "Nosso papel é garantir condições dignas de trabalho. Não podemos normalizar o adoecimento por conta de metas abusivas", afirmou.
O sindicato também mantém uma mesa de negociações com os bancos para discutir a revisão das metas e propor alternativas que priorizem a saúde mental dos trabalhadores.
Com os casos de adoecimento mental crescendo, a entidade sindical cobra a criação de programas específicos de acompanhamento psicológico para os funcionários. "A saúde mental do bancário está em risco. Precisamos de ações urgentes para evitar que a situação se agrave", concluiu Neide. A expectativa é que as negociações avancem nos próximos meses, com o sindicato pressionando as instituições financeiras a revisar suas políticas internas.
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