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POLÍTICA

Luiz Ovando diz que trabalhador rural sem-terra é eufemismo para meliantes

20 março 2023 - 11h00 Por Da Redação

Deputado federal reeleito pelo PP, o médico Luiz Ovando concedeu, nesta segunda-feira (20), uma entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação, quando abordou diversos temas, em especial, as invasões de terras que estão acontecendo em diversos Estados do Brasil, inclusive em Mato Grosso do Sul. "Quando você tem uma invasão de propriedade privada, há um claro ataque à Constituição Federal, em seu Artigo 5º, que preserva o direito sagrado à vida, à educação e à propriedade", declarou.

Ele completou que esses invasores fazem parte de um grupo de malfeitores. "Esse pessoal se diz trabalhador sem-terra, trabalhador sem-terra é um eufemismo para meliantes, quero deixar isso aqui bem claro. Então, quando você pede a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é para verificar exatamente quem está instigando, financiando e orientando essas invasões. Porque está havendo uma agressão à Constituição e, quando falamos em Constituição, estamos falando de um pacto que as pessoas fazem entre elas, tendo seus representantes no sistema político organizado", detalhou.

Luiz Ovando ressaltou que o ser humano tem sua natureza de liberdade, então, quando esse indivíduo é colocado na natureza, ele fará de tudo para preservar a sua integridade e a sua vida. "Só que o homem percebeu que sozinho não conseguiria sobreviver por muito tempo. Se a gente for ver a perspectiva de vida da época que o indivíduo era sozinho, vivia de 25 a 30 anos, no máximo, hoje ele vive 80. Então, isso mostra que a organização é factível, é benéfica", exemplificou.


Luiz Ovando ressaltou que o ser humano tem sua natureza de liberdade, então, quando esse indivíduo é colocado na natureza, ele fará de tudo para preservar a sua integridade e a sua vida

O parlamentar destacou que, quando se faz uma Constituição e se tem representantes escolhidos pelo povo, o homem deixa de lado um pouco da sua liberdade e do seu estado natural. "Ele concede para uma organização esse estado de liberdade para que ele possa ser mantido. A propriedade faz parte disso, ela é a extensão do indivíduo, então, quando alguém vai lá e invade a propriedade, esse alguém está invadindo você, está invadindo a sua dignidade e isso não é permitido", reforçou.

Para Luiz Ovando, quando o governo de esquerda diz que a reforma agrária é um dever social, esquece que o direito à propriedade também é importante. "Aquele indivíduo que está ali produzindo na terra, ele emprega, gera riquezas, gera impostos e reverte em benefício social. Então, essa conversa mole que o pessoal fala que a terra é improdutiva, não há terra improdutiva. A própria Constituição já estabelece a indenização de área de terra improdutiva, essa terra pertence a alguém, então, chega lá e fala 'Carlos você tem uma terra que não está produzindo, eu vou te pagar x que é o preço de mercado, vou ficar com essa terra e vou distribuir aos trabalhadores ditos sem-terra que querem trabalhar nela', mas a gente vê que não é isso que acontece", lamentou.

Segundo o deputado federal, o que está acontecendo é uma manipulação política de desestabilização porque o atual presidente da República não foi beneficiado ou não foi pelo menos paparicado pelo agronegócio, que tem crescido de forma significativa nesse País, respondendo por mais ou menos 27,4% do PIB (Produto Interno Bruto). "Aí vem a outra história que a agricultura familiar é responsável por grande parte da alimentação, mentira, não é. As agriculturas não podem ser separadas, elas se complementam da mesma forma. Assim como não posso dizer que meu dedo mindinho tem menos valor do que o polegar, os dois são importantes em determinadas situações e se complementam e nós temos que ter isso muito claro", analisou.


Para Luiz Ovando, quando o governo de esquerda diz que a reforma agrária é um dever social, esquece que o direito à propriedade também é importante

Nesse sentido, ele reforça que a população precisa entender que a instalação provisória de uma CPI tem força de Justiça em termos de convocação. "É mais alto do que qualquer setor do País para se esclarecer uma determinada situação e é o que temos aí com essas invasões de terras. O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi atrás daqueles que financiaram as pessoas que estavam na frente dos quartéis do Exército, comprometendo inclusive e tirando a liberdade de muitos, até do ponto de vista econômico", argumentou.

Reformulação - Ainda durante a entrevista, o parlamentar lembrou que a Câmara Federal, de uma maneira geral, teve uma reformulação, uma renovação em torno de 52%. "Isso foi significativo e traz bastante experiência de deputados que já foram em outras legislaturas, ou mesmo deputados estaduais ou alguns vereadores que chegam e também em um cenário político bastante desafiador, pois tivemos a mudança na linha de atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro para o presidente Lula. São dois polos totalmente diferentes, no caso direita e esquerda, o liberalismo junto com o socialismo, ou seja, separados, gerando um certo atrito. Toda convivência na sua fase inicial é natural que haja produção de calor em decorrência desses atritos", explicou.

Na visão de Luiz Ovando, isso tem acontecido, mas a coisa vai realmente esquentar de agora em diante. "A partir desta semana, as comissões começam a se reunir, pois foram instaladas na semana passada porque houve aí uma negociação bastante ferrenha em termos de espaço, de presidência, de composição para que haja verdadeiramente um equilíbrio na Casa de Leis. Nesta semana é que estaremos indo para lá e começaremos os verdadeiros debates e embates, quero crer bastante construtivos, para essa legislatura", projetou.

Para o deputado federal, é importante fazer uma análise de que alguns se frustraram com a não reeleição de Jair Bolsonaro. "A população, de uma maneira geral, não podemos negar isso, tem um grande ponto de interrogação quanto à veracidade e à legitimidade das eleições, por tudo aquilo que aconteceu, não vamos entrar nesses detalhes. Ao mesmo tempo, a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro foi significativa na eleição de 99 deputados federais do PL e esse pessoal tem marcado presença, é um pessoal experiente, um pessoal combativo", ressaltou.


Ainda durante a entrevista, o parlamentar lembrou que a Câmara Federal, de uma maneira geral, teve uma reformulação, uma renovação em torno de 52%

Ele reconheceu que a Câmara dos Deputados tem uma separação e isso é bastante evidente. "Tem alguns do PL que foram eleitos não com a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro e, ao mesmo tempo, do outro lado, da oposição, na época oposição, atualmente situação, elegeu um número significativo de deputados, tanto o PT, quanto o PSOL, partidos de oposição e se juntaram em uma federação. A federação tem a finalidade de dar força política a grupos que pensam, que agem, que objetivam determinadas finalidades. Então isso tem gerado e eu quero crer que isso aprimore", pontuou.

Luiz Ovando disse que tem alguns que não são lá muito ecléticos em alguns aspectos, certamente querem espaço e não estão muito preocupados com a questão ideológica, mas com a questão pessoal de influência nas suas bases, e aí negocia para cá e para lá. "Eu digo sempre a minha posição, é importante que o sul-mato-grossense que votou saiba disso, o Bolsonaro era a nossa referência, mas não é o fato do Bolsonaro não ser mais presidente que eu mudei de posicionamento. Eu continuo defendendo valores e princípios a semelhanças do que defendia o presidente Bolsonaro e eu não os defendo pelo presidente Bolsonaro. eu os defendo por convicção mesmo daquilo que é coerente, então nós continuamos na mesma linha de ação, defendendo a família, a vida, o liberalismo, a capacidade de iniciativa, a dignidade humana, enfim. Então nós continuamos nessa discussão", afirmou.

Princípios - Para o progressista, há algum tempo que não se fala em princípios, por exemplo, você não pode falar muito. "O ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln dizia que o indivíduo calado é sábio, quando abre a boca você deixa de ser, você já se revela e a gente insistia com o presidente Jair Bolsonaro que falasse menos. O que acontece é que na hora que precisava falar, ele não falou, que era dar um norte à população, durante praticamente dois meses o povo na frente dos quartéis. Aí, alguns mais práticos se decepcionaram e isso aumentou negativamente a influência, a frustração da eleição, a falta de posicionamento do presidente em relação às eleições, o reconhecimento de dizer eu reconheço ou não reconheço, enfim, alguma coisa precisava ser dita e isso levou à frustração de parte da população", ponderou.

Agora, conforme o parlamentar, isso não tira o mérito do ex-presidente, que causou uma mudança nesse País. "Hoje, a população sabe o que é Supremo, o que é STJ, o que é CPI e o nome dos ministros. Então, é importante estar muito atento para o governo que entra aí e eu questiono a sua legitimidade do ponto de vista eleitoral", afirmou, lembrando que, por incrível que pareça, embora esteja lá dentro, vendo e participando de grupos, não há um esclarecimento sobre os reais culpados dos fatos do dia 8 de janeiro deste ano. "Tivemos ali uma atitude ditatorial por parte do Supremo Tribunal Federal, em que prendeu pessoas praticamente inocentes, idosos, pais, crianças, doentes e que foram presas de uma artimanha, de uma armação", avaliou.

Luiz Ovando ressaltou que não está delirando. "Na vida existe uma coisa que se chama probabilidade, é estatística, e nós somos de ciência, a população tem que atentar para isso, o que é a probabilidade, a probabilidade varia de 0 a 1, isso significa que há chance de acontecer, o que nós vimos ao longo do mandato do presidente Jair Bolsonaro, as pessoas saindo às ruas, grande número de aglomerados 1,5 milhão, alguns até de 2 milhões de pessoas na rua em que terminado aquilo estava tudo em ordem, limpo. Aí você vai para Brasília, 8 de janeiro, o ministro da Justiça atual, Flávio Dino, já tinha tomado conhecimento através da Abin, da Sibin, que é o sistema de informação, o próprio presidente Lula já havia tomado informação de que iria haver uma manifestação e eles simplesmente nada fizeram, até tiraram aqueles que ficam no subsolo do Palácio do Planalto, dando condição dos vândalos adentrarem nos prédios públicos e destruírem e fazerem aquilo ali", argumentou.

O deputado federal completou que o povo bolsonarista, o povo patriota não faria aquilo e isso se chama probabilidade. "A chance é muito pequena de que eles realmente tenham sido os causadores. Aí eles criam um clima para desmobilizar e aqui é importante que a população bolsonarista, a população patriota saiba que isso não deve ser motivo de desmobilização, deve ser motivo de fortalecimento dos princípios e valores e disposição de continuar lutando por uma nação justa. Então eu quero crer que isso virá à tona, não podemos aceitar esse tipo de situação que foi feita querendo jogar a culpa em cima daqueles que defenderam a pátria com projeto, porque o que estamos vendo hoje aí é uma pátria sem projeto", lamentou.


Ele reconheceu que a Câmara dos Deputados tem uma separação e isso é bastante evidente

O progressista acrescentou que o povo não pode esquecer do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Cada hora que a esquerda fala, estão sempre falando alguma coisa, não há um projeto, eles querem desconstruir aquilo que foi construído, aquilo que melhorou a arrecadação, aquilo que melhorou a condição social, aquilo que aumentou a produção, a exportação, que aumentou o superávit da balança comercial, enfim, querem desconstruir e o que está acontecendo, está começando a haver redução da oferta de emprego, logo-logo o desemprego pode bater à porta. Eu espero que isso não aconteça, espero que passe um fluxo de sabedoria pela cabeça do presidente Lula e comece a olhar para frente, para que possa estabelecer um projeto para que as coisas possam verdadeiramente acontecer. Parece que eles ainda não entenderam essa necessidade", alertou.

Luiz Ovando declarou que o que acontece é que de uma maneira geral a oposição não pode ser oposição por oposição. "O que nós estamos vendo é que não há proposição. Eles vêm lá com essa história da terceira, não sei nem como a gente usa isso, porque na língua portuguesa não tem, estão preocupados com essa deformação, eles começam até na língua, no costume, a língua neutra, essa coisa estranha, eles começaram com esse tipo de coisa. aí vai lá e coloca alguém que é pouco recomendado para ser ministro de família, influencer, enfim, são situações difíceis e aí o pessoal começa a fazer oposição, é claro, se você vai colocar alguém, vamos colocar aqui, ministro da aviação, tem que ser alguém que entende de aviação, ministro dos transportes aéreos, tem que ser alguém que entenda de transporte aéreo, não é alguém que vai lá e diz olha isso aqui é um trans que vai ser ministro de família, isso é um contrassenso, um tapa na cara de quem realmente valoriza as coisas", ponderou.

Então, conforme ele, nós precisamos entender que essa oposição ela deve existir e continuar, mas quando o presidente fizer e propor, o que até agora não aconteceu, coisas consistentes, coerentes, visando realmente o bem-estar da população, a direita vai apoiar. "Eu já disse isso há muito tempo, a minha posição é de coerência, eu quero um país evoluindo, desenvolvendo o potencial de seu povo. Eu não posso ser contra um presidente que vá propor exatamente essa potencialidade, agora se tiver coisa errada, absurda, essa coisa que eu comentei sobre a língua portuguesa, sobre distorção de valores familiares a gente vai continuar sendo contra", avisou. 

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