Durante entrevista concedida nesta sexta-feira (28) ao jornalista Carlos Ferreira do programa Giro Estadual de Notícias, transmitido pelas emissoras de rádio do Grupo Feitosa de Comunicação, o deputado estadual reeleito Lidio Lopes, presidente estadual do Patriota, desaprovou a fusão da legenda com o PTB para cumprir a cláusula de barreira que estabelece a necessidade de o partido ter nove deputados federais. Além disso, ele agradeceu a expressiva votação que teve no 1º turno das eleições gerais, ressaltou que o Patriota cumpriu o compromisso com o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), e explicou o porquê de o partido decidir pelo apoio da candidatura a governador do PSDB, Eduardo Riedel, neste 2º turno das eleições.
"Tenho um trabalho muito efetivo em Mato Grosso do Sul e sou um dos poucos deputados estaduais que receberam votos nos 79 municípios do Estado, onde tenho uma frequência muito forte, visitando, conversando com a população e também pelos trabalhos sociais que a gente consegue realizar. Eu tenho um mandato muito focado na atuação da área social, como o centro de recuperação e um ônibus adaptado para ser uma unidade de saúde, com médico, dentista e até um advogado, que levo para os municípios do interior. Aqui em Campo Grande, eu tenho uma ambulância que faz um trabalho social de atender as demandas para levar os pacientes do hospital para as suas casas. Temos também um projeto de musicalização no contraturno das escolas para as crianças, que ensina música e dá oportunidade para que elas aprendam uma profissão", informou Lidio Lopes, explicando porque teve 32.412 votos.
Sobre a pandemia da Covid-19, ele lembrou que teve uma dificuldade muito grande e costumo dizer que todos nós somos sobreviventes
Segundo o deputado estadual reeleito, seu diferencial é sempre estar presente nas cidades do interior do Estado, visitando e levando emendas. "Graças a isso tive essa expressiva votação nas eleições deste ano. Além disso, a minha campanha é de amizade, de visitação, de estar com as pessoas conversando e o que me fez ser o 2º candidato a deputado estadual mais votado, inclusive aqui em Campo Grande e, por isso, tenho uma enorme gratidão com a população, que me credenciou a um novo mandato. Também tenho uma atuação muito forte na região do cone sul do Estado, pois sou filho de Iguatemi e por isso procuro sempre estar presente por lá", ressaltou.
Pandemia - Sobre a pandemia da Covid-19, ele lembrou que teve uma dificuldade muito grande e costumo dizer que todos nós somos sobreviventes. "Eu peguei Covid-19, tive de ser internado e digo que Deus me deu uma nova oportunidade, uma sobrevida e, agora, enquanto eu estiver aqui quero gastar o meu tempo servindo as pessoas e trabalhando pelo meu Estado. Porém, essa pandemia fez com que todos nós ficássemos muito reclusos, passando praticamente dois anos evitando sair muito de casa", ressaltou.
Na Assembleia Legislativa, Lidio Lopes reforçou que até hoje as sessões são no sistema híbrido e a maioria dos parlamentares está participando de maneira online. "O interessante é que, nesse período de reclusão, a Casa de Leis trabalhou mais efetivamente, sendo mais célere nas atividades, tanto nas votações, quanto nas proposições e isso incluindo as comissões e o plenário. Isso porque otimizamos a questão do debate físico, tornando as sessões mais rápidas na hora de analisar e votar projetos, não atrapalhando em nada o andamento do nosso trabalho", garantiu.
Particularmente, conforme o parlamentar, ele sentiu muito a pandemia, pois gosta de estar presentes nos municípios e, devido à Covid-19, teve de reduzir as viagens, limitando a sua presença junto à população das cidades do interior. "Na eleição de 2020, a campanha foi muito limitada em razão da Covid-19. A minha participação efetiva nas cidades do interior ficou comprometida nesse período", lamentou.
Fusão - A respeito da fusão do Patriota com o PTB, o presidente estadual da sigla revelou que pegou a legenda para ser construída em Mato Grosso do Sul e hoje está presente em 73 municípios do Estado. "Além disso, tivemos chapa de vereadores em 55 municípios e, atualmente, somos o 4º maior partido do Estado em número de prefeitos, com cinco gestores municipais, incluindo a Prefeitura de Campo Grande, onde a Adriane Lopes assumiu o cargo. Temos também 35 vereadores eleitos pelo Patriota e, proporcionalmente, a sigla é a que mais tem prefeitos eleitos dentro do Brasil", pontuou.
Lidio Lopes reforça que, para cumprir as cláusulas de barreira, que estabelecem 2% dos votos válidos em todo o País e em nove Estados diferentes, o Patriota teria de formar uma bancada de no mínimo nove deputados federais. "Infelizmente, o Patriota não conseguiu isso nesta eleição, elegendo só cinco deputados federais e isso dificultou ultrapassar a cláusula de barreira, obrigando a legenda a fazer uma fusão com um outro partido para que, juntos, possam atingir esse número mínimo para a existência da sigla", explicou.
Nessa fusão, que será com o PTB, deve sumir o nome Patriota e PTB para a criação de uma nova legenda. "Agora, teremos um período de avaliação das questões partidárias, mesmo porque, quando surge uma possibilidade de fusão, os parlamentares que já estão no mandato podem definir se permanecem ou vão para outra sigla. Agora, temos de definir os rumos a serem tomados", informou o deputado estadual reeleito, completando que o grande problema na fusão é a ideologia partidária.
"No caso do Patriota, o partido foi fundado com bases cristãs e familiares, com os princípios de um partido de direita, com muito respeito pelo País, então, para se unir a outra legenda é preciso analisar também os princípios dessa sigla. Qual os regramentos estatutários dele para que possamos ter uma linha de atuação. Essa é uma preocupação forte, tendo em vista que, por ser um partido novo, o Patriota foi construído com muito zelo e esmero aqui no Estado, tendo o cuidado sobre quem era convidado para se filiar, quais os nomes que apresentaríamos para concorrer a prefeito e vereadores nas cidades do interior, bem como nas eleições deste ano para a formação da chapa. Dessa forma, estamos receosos com essa fusão e é com muita tristeza que recebo a notícias que teremos de nos fundir", declarou o presidente estadual do Patriota.
Revisão da cláusula - Para Lidio Lopes, foram grandes as dificuldades do partido com esse novo regramento de chapa pura para formar as chapas para as proporcionais. "Passei por esse perrengue aqui em Mato Grosso do Sul, pois só temos oito vagas para deputados federais e ter candidaturas com densidade eleitoral para eleger um deputado federal não é fácil. Tanto que, basta verificar quantos partidos que lançaram chapas e não conseguiram eleger nenhum deputado federal aqui no Estado, apenas cinco siglas conseguiram", detalhou.
Ele reforçou que não tem dúvida que a Câmara dos Deputados irá rever esse regramento eleitoral devido à dificuldade registrada nas eleições deste ano. "Pelo menos oito partidos não atingiram a cláusula de barreira e terão de ser extintos automaticamente. Estamos caminhando para um enxugamento e acho que é necessário, pois temos 35 legendas e já muito coisa. Ainda devemos ter mais de uma dúzia de solicitações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a criação de novas siglas, o que é um absurdo, uma verdadeira pulverização de partidos", reclamou.
O deputado estadual reeleito lembrou que, quando era criança, o Brasil só tinha UDN e PDS e, quando começou a entender de política, era só MDB e Arena. "Só tínhamos duas siglas partidárias, como é hoje nos Estados Unidos, onde só tem Republicanos e Democratas, então, no Brasil foram abrindo essas alternativas e o resultado foi essa pulverização de legendas, que acabaram virando uma salada mista de partidos, o que acabou fazendo surgir esses regramentos. Porém, entendo que é uma cláusula natural que foi criada para limitar essa grande abertura de partidos, diminuindo também a quantidade de siglas no País", aceitou.
Lidio Lopes reforça que, para cumprir as cláusulas de barreira, que estabelecem 2% dos votos válidos em todo o País e em nove Estados diferentes, o Patriota teria de formar uma bancada de no mínimo nove deputados federais
Aliança com Marquinhos - Com relação à aliança com o ex-prefeito Marquinhos Trad, o presidente estadual do Patriota informou que o partido fazia parte do projeto dele desde 2016. "Construímos essa aliança com o ex-prefeito de Campo Grande, que abriu a oportunidade para o nosso partido fazer parte da chapa dele, convidando a Adriane Lopes para ser a candidata a vice-prefeita. Nós ganhamos as eleições e fomos para a reeleição em 2020, vencendo novamente. Em 2022, o projeto do Marquinhos era disputar o Governo do Estado e, por isso, ele renunciou ao cargo, fazendo a transição para a Adriane", recordou.
No 1º turno das eleições, conforme Lidio Lopes, Marquinhos foi o candidato do Patriota, com quem rodou os municípios pedindo votos. "Tinha uma lealdade muito grande a ele pela oportunidade que deu ao Patriota, em especial, a Adriane de estar à frente da Prefeitura de Campo Grande. Infelizmente, não conseguimos êxito em fazer com que o Marquinhos fosse para o 2º turno e, portanto, tivemos de tomar uma decisão sobre quem deveríamos apoiar. A diretoria estadual do partido reuniu-se e decidiu se ficaria neutro ou iria para um dos dois lados. Costumo dizer que, quem fica em cima do muro, ou é gato, ou é cerca elétrica", ressaltou.
Ele contou que ouviu os dois candidatos, Eduardo Riedel (PSDB) e Capitão Contar (PRTB), e, pelas propostas apresentadas por ambos, optou por caminhar com o Riedel no 2º turno. "Obviamente, tínhamos uma grande responsabilidade, eu como deputado estadual e a Adriane como prefeita da Capital, para direcionar os nossos filiados e apoiadores para o candidato que entendemos ser o melhor para Mato Grosso do Sul. Por isso, escolhemos o Eduardo Riedel, abraçando a candidatura dele a governador com o compromisso de fazer um trabalho muito grande nas minhas bases eleitorais no interior em seu nome e prosseguir com o belo trabalho que fizemos aqui em Campo Grande no 1º turno, mas agora pedindo voto para ele", pontuou.
Apoio a Riedel - O deputado estadual reeleito disse acreditar na vitória do Riedel neste domingo (30/10). "Na noite de ontem (27/10), no debate, a população do Estado que teve a oportunidade de assistir tirou suas conclusões, constatando que ele é o mais preparado para governar Mato Grosso do Sul. Não estamos no momento de entrar em nenhuma aventura, escolhendo um candidato que simplesmente disse que vai tocar para ver no que vai dar. Quando Campo Grande fez isso, de vamos ver no que vai dar, a população da Capital pagou um preço muito caro, uma conta que o Marquinhos pagou e a Adriane paga até hoje, tudo por um erro de gestão, que acabou criando uma dificuldade muito grande para o município", lamentou.
Para Lidio Lopes, foram grandes as dificuldades do partido com esse novo regramento de chapa pura para formar as chapas para as proporcionais
Por isso, de acordo com Lidio Lopes, a população de Mato Grosso do Sul não pode ser inconsequente e cometer esse mesmo erro, elegendo uma pessoa completamente despreparada para administrar o Estado. "Falo que está despreparado porque um candidato que, parlamentar como eu, não conhece a peça orçamentária do Estado, não tem propostas em cima do orçamento, é muito ruim. Não estou dizendo que, como deputado estadual, você precisa saber tudo, mas tem obrigação de conhecer o orçamento estadual e saber quais são as dotações orçamentárias e para qual órgão vai", cobrou.
O presidente estadual do Patriota destaca que, quando se candidata a governador, é preciso que, no mínimo, esmiúce o orçamento e saiba qual o poder de investimento para poder criar propostas convincentes e que na prática possam ser executadas. "Infelizmente, não ouvimos nada disso do candidato Capitão Contar, ele não falou nada do que poderia fazer por Mato Grosso do Sul com base na peça orçamentária. No debate, foi possível para o sul-mato-grossense poder, com muita tranquilidade, avaliar que o Eduardo Riedel está bem à frente, em questão de preparação, do que o Contar. O Riedel é uma pessoa séria, coerente, cristã e voltada para os princípios familiares. Por isso, o Patriota tomou a decisão de segui-lo no 2º turno", finalizou.
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