No mês de conscientização e combate à violência contra a mulher, o Governo do Estado em parceria com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS) lançam a campanha #TodosPorElas, para sensibilizar e conscientizar a sociedade para prevenir e erradicar o feminicídio no estado.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, a deputada Lia Nogueira (PSDB) destacou que um dos projetos para o segundo semestre de 2024 é decretar o funcionamento integral das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.
"Para nós, a primeira questão que levantamos é a importância das delegacias de atendimento à mulher funcionarem 24h. As estatísticas mostram que os casos de violência, em sua maioria, eles ocorrem à noite, entre a madrugada, e normalmente a mulher tem que esperar amanhecer para buscar um auxílio, o que faz com que muitas desistam de denunciar o agressor. Eu creio que com as delegacias funcionando 24 horas em Mato Grosso do Sul, nós vamos ter um avanço muito grande em relação ao combate contra esse tipo de violência.", enfatiza.
Deputada estadual Lia Nogueira em entrevista ao Giro Estadual de Notícias
Além dos projetos dentro da Assembleia, neste mês de agosto a Comissão de Defesa e Proteção dos Direitos das Mulheres contra a Violência da Assembleia, em parceria com a Comissão de Direitos da Mulher da OAB, vai promover campanhas de conscientização em várias regiões do Estado.
"Nós vamos fazer uma espécie de formação em várias comunidades em Mato Grosso do Sul. São regiões aqui de Campo Grande, Dourados e também escolhemos aldeias indígenas, aonde nós vamos levar essas orientações para as mulheres. Explicando sobre a Lei Maria da Penha e de que forma ela é aplicada", explica.
A deputada também explicou sobre o Projeto de Lei que prevê a reinserção de mulheres vítimas de violência no mercado de trabalho. "Eu creio que esse ano nós vamos conseguir passar um projeto de lei de minha autoria, que é um programa de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência em Mato Grosso do Sul. Esse PL é uma forma de incentivar o empresário ou a iniciativa privada a enxergar essa mulher", conclui.
Com um eleitorado em sua maioria composto por mulheres, a ALEMS conta hoje com três mulheres. Sobre o tema, a deputada acredita que isso vem do histórico de um país ainda machista. "Nós, mulheres, obtivemos o direito ao voto há quantos anos? Os homens já votavam enquanto nós não tínhamos esse direito. Depois que conquistamos o voto, começamos a lutar por mais espaços na política, e então veio a lei das cotas. A lei das cotas estabelece 30%, mas ainda assim é difícil para as mulheres. Muitas ficam na zona de conforto, cuidando da casa, dos filhos e do marido, sem se envolver politicamente", opina.
A parlamentar revela que embora tenhamos avançado, ainda há muito a conquistar. "Precisamos, este ano, levantar a bandeira em Mato Grosso do Sul para que as mulheres ocupem espaços de poder no Executivo e no Legislativo. Gosto de falar do Legislativo porque a vida pública geralmente começa como vereador. Temos estatísticas que mostram que os maiores casos de violência contra a mulher na política ocorrem nas câmaras de vereadores, onde as mulheres sofrem agressões verbais e assédio. Por isso, precisamos conquistar esses espaços e levantar essa bandeira", analisa.
A recente convenção do PSDB em Dourados, realizada no último fim de semana e que confirmou o nome do ex-deputado Marçal Filho (PSDB) como candidato à prefeito, foi marcada por críticas à organização do evento.
"A convenção municipal é o pontapé inicial para a campanha, e percebi que o espaço para o evento seria insuficiente para o tamanho do PSDB. Comentei isso com a organização, mas a coordenação não é minha. Quando o dia chegou, havia muita gente e calor. Minha crítica foi sobre a necessidade de uma organização melhor, mas isso não afeta minha postura em relação ao meu grupo e ao PSDB", disse.
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