A pandemia de Covid-19 contribuiu para intensificar problemas psíquicos e emocionais vivenciados pelo sul-mato-grossense. A solidão é reconhecida pela psiquiatria como um gatilho importante para transtornos de humor em pessoas predispostas. Diante deste cenário e do contexto das muitas incertezas trazidas pela Covid, a conscientização, a informação e o diálogo se tornaram ainda mais relevantes no que diz respeito à saúde mental. E para comentar sobre o assunto, o Giro Estadual de Noticias recebeu nesta segunda-feira (6), a psicóloga do Sistema Hapvida, Débora Silva.
Para Débora, alguns sintomas que devemos ficar atentos para procurar um profissional, são a irritabilidade, desânimo, sentimento de solidão e falta de controle, falta de sentido na vida, agitação psicomotora, choro constante e sem motivo, e outros motivos.
“O Google já fez pesquisa em relação a isso, e mostrou que em 2020 houve um aumento de 98% de pesquisa sobre o tema saúde mental, falamos disso no janeiro branco e no setembro amarelo, de modo geral as pessoas se preocupavam com o fator externo, com a aparência física, porém ultimamente dá pra perceber que as pessoas estão se preocupando com a saúde emocional”, afirma.
Segundo a especialista, de forma geral a liberdade de ir e vir é um bem muito precioso e quando nos vemos incapazes de sair o resultado pode ser a ansiedade. ”Precisamos mudar toda a nossa rotina, houve uma mudança de fatores ansiogênicos, o mais interessante é que agora precisamos voltar para nossa rotina, e vamos nos acostumando, somos seres sociais e adaptáveis, passamos um bom tempo no ritmo do home office e agora estamos voltando para a rotina normal”, salienta.
Conforme a psicóloga, o cérebro humano não consegue lidar com muitas incertezas ou alterações na rotina, isso gera a ansiedade. Existem algumas estratégias para lidar com isso, mas varia de pessoa para pessoa.
“Existe uma diferença muito grande entre a expectativa e a possibilidade, expectativa gera frustração que gera agressão, raiva e medo, a possibilidade não, se der tudo bem, se não, podemos tentar em outro momento. Podemos estabelecer metas de curto prazo, já que estamos em momentos de incerteza, temos por exemplo que a maioria da população está se vacinando, ainda assim é um momento de incerteza, um momento de medo, e a ansiedade é uma resposta natural frente a uma situação caótica”, explica.
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