Em plena campanha do Novembro Azul, mês de conscientização sobre a saúde do homem, o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, localizado em Campo Grande, reafirma sua posição como referência estadual no tratamento oncológico. A instituição filantrópica, que atende 72% dos casos de câncer do SUS em Mato Grosso do Sul, tem intensificado ações de prevenção e ampliado significativamente sua estrutura para acolher pacientes de todas as regiões do estado.
“De cada 10 pacientes SUS, 7 são tratados no Hospital do Câncer Alfredo Abrão”, afirma Sueli Lopes Telles, presidente da instituição, em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta quarta-feira (12). Sueli destacou o funcionamento quase ininterrupto da unidade: “Nós atendemos por dia mais ou menos 600 pessoas. E eu não estou falando de cirurgias, nem de internação e nem do pronto-socorro. Estou falando de consultas, exames, quimioterapia, radioterapia e outros atendimentos como odontologia, fisioterapia, psicológico, assistência social”.
Mulheres na prevenção, homens ainda relutam - As campanhas de prevenção lideradas pelo hospital têm alcançado resultados expressivos, especialmente entre o público feminino. Durante o Outubro Rosa deste ano, a meta inicial de 1.760 exames foi superada com mais de 2 mil procedimentos realizados. “Foram 158 exames com alterações, então a importância do diagnóstico precoce é fundamental”, ressalta Sueli.
Já na campanha Novembro Azul, o engajamento masculino tem avançado, mas ainda é desafiador. “A gente precisa desmistificar que homem não chora, que homem não adoece. Homem precisa sim fazer prevenção. No ano passado, de 1.405 exames de PSA, 109 fazem acompanhamento precoce no hospital”, relata. Nos primeiros sete dias da atual campanha, mais de 500 exames de PSA já foram realizados.
Sueli: Unidade filantrópica de Campo Grande atende 72% dos casos oncológicos do SUS no estado e aposta em tecnologia, campanhas e parcerias para salvar vidas
Sueli reforça que o tratamento é gratuito e o acesso é facilitado: “Você pode ir ao posto de saúde do seu bairro e lá ser encaminhado. A regulação está mais simples, não demora tanto. Fez um exame com alteração, o posto já pede encaminhamento para oncologia e isso é feito rapidamente”.
Desde janeiro de 2024, quando assumiu a presidência do hospital, Sueli relata importantes avanços físicos e estruturais. “Nós tomamos a decisão de tirar um empréstimo de R$ 1,2 milhão e terminar um andar com 32 novos leitos. Inauguramos em dezembro com presença do governador, e daí ele lançou mais um andar, com investimento de R$ 1,25 milhão”, conta. Com isso, o hospital passou a contar com 64 leitos modernos e humanizados.
E o crescimento não para: parcerias com instituições como o Hospital A.C. Camargo e o Sírio Libanês viabilizaram consultorias e inclusão de pacientes em programas de pesquisa. “Antes não tínhamos isso. Hoje nossos pacientes já são triados para fazer parte dessas pesquisas”, afirma Sueli.
Sueli anunciou, com exclusividade, a entrada do setor privado como parceiro direto do hospital. “Lançamos o andar da família Agro. Cada família vai doar R$ 50 mil. Já depositaram a primeira parcela. Em quatro meses entregamos esse quinto andar”, revelou.
Além disso, os sistemas Sicredi União e Sicredi Campo Grande vão investir R$ 1,25 milhão para a conclusão do segundo andar, que abrigará 20 leitos de UTI. Segundo Sueli, o quinto andar será o primeiro 100% financiado por doações privadas. E mais: “A família Agro tomou a decisão de fazer outro andar. Então teremos dois andares patrocinados pelo Agro”.
O governo do estado também entra na equação com a finalização do novo centro cirúrgico, que terá oito salas e demandará R$ 2,5 milhões em investimentos. “Vamos passar de quatro para 12 salas cirúrgicas. Um avanço enorme para a oncologia do estado”, celebra.
Apesar de todas as conquistas, Sueli faz um apelo direto à população do estado. “Hoje, toda ajuda dos sindicatos rurais vai para Barretos. Eu não peço para deixarem de doar para lá, mas que uma fatia venha para o Hospital Alfredo Abrão. Afinal, atendemos 72% da oncologia do estado”.
Ela reforça o quanto a sustentabilidade financeira é desafiadora: “O SUS paga R$ 10 numa consulta, nós pagamos R$ 60. Então a gente precisa de ajuda”. As doações podem ser feitas pelo número 0800-663-13.
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