Eleito novo presidente da Assossiação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore (Nelore MS) para o biênio 2024/25, Paulo César Matos é conhecido no cenário pecuarista e assumiu o cargo após exercer a função de 2º Tesoureiro durante o biênio anterior (2022/23). A cerimônia de posse da presidência da associação ocorreu no último dia 16 deste mês.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta quinta-feira (26), Matos compartilhou seus objetivos à frente da Nelore MS, destacando a ênfase que dará ao melhoramento genético e à promoção da raça Nelore em Mato Grosso do Sul.
Com a diretoria espalhada por vários municípios do Estado, Paulo diz que o melhoramento genético da raça nelore do MS é uma das melhores do país. "É graças ao Mato Grosso do Sul que a raça tem se desenvolvido no Norte, Nordeste e até em outros países da América do Sul, e além disso, mais de 80% de todo gado do Estado é da raça Nelore. Para se ter noção da contribuição que temos com a economia sul-mato-grossense, a pecuária contribui com 31% do PIB industrial do nosso Estado", informa.
O presidente entende que, nos últimos anos, o avanço genético atingiu o ápice. "Produzimos touros melhoradores que cumpre com a necessidade do Brasil inteiro, produzindo uma carne precoce, de extrema qualidade, maciez, e isso é fruto de um trabalho técnico, feito junto aos criadores e a Embrapa. Então o que precisamos fazer nesse próximo mandato é, aproveitar essa evolução, manter ela em um processo crescente e criar métodos de divulgação para que esse crescimento possa refletir no comércio exterior".
Paulo foi nomeado presidente da Nelore MS no último dia 16 - (Foto: Rafael Rodrigues)
Conforme Matos, um dos focos para o próximo biênio será mudar a visão que o mercado internacional tem sobre a pecuária brasileira. "Precisamos trabalhar para trazer representantes de outros países para mostrar a qualidade da nossa carne e o processo de produção respeitando o meio ambiente", explica. Ele ainda complementa dizendo que nenhuma outra área preserva mais o meio ambiente que a pecuária: "O pecuarista no geral respeita a legislação, cuida das suas reservas, e é isso que precisamos que mercados externos enxerguem. Acontece que muitas vezes é criado uma falsa imagem de que não nos importamos com questões sustentáveis, para pagar mais barato em nosso produto", afirma.
Recentemente, a Acrissul publicou uma pesquisa divulgando uma queda no preço da carne vermelha, em setembro, onde apontavam uma diminuição de 42% nos preços. "Em muitas ocasiões, o culpado dos altos preços da carne é o próprio pecuarista, pois quando a arroba do boi entra em queda, o produtor continua vendendo praticamente com o mesmo preço para os supermercados e açougues. Então precisamos ampliar esse mercado e criar uma maior concorrência, com mais frigorificos para dar mais oportunidades tanto ao pecuarista, quanto ao consumidor", diz.
"A carne do MS talvez seja a melhor do mundo" - (Foto: Rafael Rodrigues)
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