“O maior prejuízo que tivemos não foi a crise econômica, foi a perda de vidas em decorrência da Covid-19”. Foi com essa frase que o governador Reinaldo Azambuja lamentou os óbitos por complicações do coronavírus em Mato Grosso do Sul em mais de um ano de pandemia. Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias do Grupo Feitosa de Comunicação nesta quinta-feira (1º), Azambuja ressaltou que apesar da quebra econômica imposta pela doença em todo o mundo, o Estado se sobressaiu apresentando índices superiores aos das 27 unidades federativas.
“A economia do MS foi uma das que menos sofreu diante a pandemia. Enquanto Brasil desabou no PIB em 2020, houve um crescimento no Estado. Lógico que a pandemia trouxe prejuízos a todos, mas a economia você recupera. Tivemos esses setores atingidos, pessoas vulneráveis, mas o prejuízo maior foi a perda de vidas e isso não tem como retomar. O apoio do “Retomada MS” ao setor de turismo, cultura e bares e restaurantes é extremamente importante em um momento de dificuldade”, explica.
No total, R$ 763 milhões, serão injetados na economia, em três eixos - auxílio financeiro, medidas fiscais e microcrédito orientado. Para o setor turístico estão previstos auxílio emergencial para trabalhadores deste segmento, isenção ou redução da alíquota de ICMS e isenção do IPVA, além de editais de inovação e promoção de eventos no valor de R$ 4 milhões, e linhas de microcrédito com juro zero. Para o setor cultural, além do auxílio emergencial no valor total de R$ 24 mi, um pacote de investimentos de R$ 21 milhões do FIC; mais R$ 15 milhões em festivais novos e tradicionais; e R$ 18,65 milhões em obras de reformas do patrimônio cultural.
“Essas medidas são para atender os mais necessitados. O problema do atraso do programa Mais Social foi em decorrência da demora do Banco do Brasil na entrega dos cartões. Vamos disponibilizar os cartões para mais de 10 mil famílias neste mês de julho, além de integrar o Vale Renda ao Mais Social. Todos aqueles que estiverem com o cartão vão poder fazer compras nos supermercados, quitandas, mercearias, democratizando a escolha do beneficiário. Atendemos o setor cultural no ano passado com apoio através do auxílio emergencial, e dessa vez voltamos com este benefício para os setores que foram mais prejudicados com a pandemia”, destaca.
Vacinação - O Governo Federal encaminha nesta semana novo lote com 68.460 doses de vacina contra Covid-19. A remessa é composta por 26.910 da Pfizer e 41.550 da Janssen. O Ministério da Saúde também irá enviar 165.500 doses da Janssen para estudo que irá realizar a imunização em massa de 13 municípios que fazem fronteira com outros países em Mato Grosso do Sul. Ao todo serão 233.960 doses recebidas durante essa semana. A decisão não caiu muito bem a algumas entidades ligadas ao comércio e também ao prefeito Marquinhos Trad (PSD), que considerou a iniciativa ‘injusta’.
Segundo o governador, Trad tem o direito de ficar magoado, mas reforça que todos saem ganhando. “Eu entendo o lado do prefeito, pois ele quer mais vacinas para a Capital, e ele terá. Conseguimos 5% a mais de vacinas da cota que teríamos para fazer este estudo. O Ministério da Saúde que é detentor disponibilizou 165 mil doses extras da Janssen para fazer um estudo nas 13 cidades de fronteira. Esses municípios tem uma população migrante, o cidadão sai de Ponta Porã e vai para Pedro Juan, por exemplo. Essa população migrante muitas vezes traz o vírus de outro País, e por isso que decidimos fazer essa blindagem na fronteira. Todos saem ganhando, pois estamos recebendo hoje 316 mil doses e Campo Grande está levando a cota maior. Mas além da Capital, eu defendo os outros 78 municípios do Estado”, destaca.
Com 41,29% da população imunizada com pelo menos uma das doses contra a Covid-19, Mato Grosso do Sul mantém a liderança na vacinação entre os estados brasileiros e, na previsão do governador, será o primeiro a alcançar a proteção de 100% da população com 18 anos ou mais. “Isso é um ganho para todos nós. Entendo o lado dos prefeitos que reclamaram, mas as doses extras que chegam, vem para o MS e atende as 79 cidades”, salienta.
Bolsonaro – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) veio ontem (30) a MS para lançar a Estação Radar, e o governador elogiou a postura de Bolsonaro em dar atenção à fronteira. “Eu não posso negar que o presidente teve um olhar para as fronteiras de MS. São três radares que criam uma base protetiva, principalmente no tráfico de armas e drogas. Só para você ter uma ideia, as forças do Estado apreenderam 780 toneladas de drogas. Neste ano já batemos a média do ano passado. Pedi ao presidente que ele olhe para a Bioceânica, duplicação da terceira pista da BR-262, e o apoio que o Governo Federal pode nos dar nas políticas públicas prioritárias ao Mato Grosso do Sul”, destaca.
Saída de Sérgio Murilo – O Governo do Estado deve oficializar em breve a saída do secretário de Governo e Gestão Estratégica, Sérgio Murilo, da governadoria. Murilo deixa a secretaria pouco mais de três meses e foi substituído interinamente por seu adjunto, Flávio César Mendes de Oliveira.
“O Sérgio cumpriu o seu papel, mas temos que lembrar que um governo é mutante. Tem pessoas que entram, outras que saem. Somos grato ao período em que ele ficou, mas ele vai cumprir um novo papel no partido Podemos. Vamos discutir com nossa equipe de governo, mas o importante é ver máquina funcionando, não parar nunca. A secretaria tem um papel fundamental, mas o importante é que a equipe esteja sintonizada com o povo sul-mato-grossense e a saída do Sergio não muda em nada com a mudança da secretaria de Governo”, finaliza.
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