De acordo com uma pesquisa feita em 2019 pelo IBGE, mais de 17 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência fisíca ou mental no Brasil. Deste número, apenas 817 mil possuem o ensino superior completo no país e em Mato Grosso do Sul, esse número cai para cerca de 10 mil alunos. Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta terça-feira (17), o professor de educação física, Gerson Jacobinha, especialista em atendimento à crianças com necessidades especiais destaca a importância da inclusão e dos direitos dessas crianças na sociedade atual.
"Hoje a família das crianças com necessidades especiais estão mais organizadas para buscar seus direitos, com várias associações de pais que buscam seus direitos, diferentemente de anos atrás, tanto nas redes públicas quanto privadas. Já ouvi relatos de crianças que foram barradas de estudar por ter uma necessidade especial e os país desses garotos (a) hoje tem mais ferramentas para buscar seus direitos", diz.
Segundo o professor, a aceitação de uma deficiência adquirida ao longo da vida é mais difícil de aceitar do que quando a pessoa já nasce com alguma necessidade especial, podendo afetar até em aspectos psicológicos.
O professor de educação física e especialista em atendimento à crianças com necessidades especiais, Gerson Jacobina - (Foto: Lorena Sone)
"Acredito que é mais complicado a aceitação quando ao longo de sua vida a pessoa se torna alguém atípico. Em um dia ela está jogando bola e no outro não é mais possível praticar o esporte da mesma forma e essa reviravolta pode gerar problemas psicológicos como a depressão e a própria não aceitação de uma nova vida".
Jacobina explica a importância da adaptação das atividades físicas para crianças com deficiência, destacando a importância do apoio dos pais e profissionais para a prática segura de esportes, não só na Capital, mas também no interior do Estado. "Geralmente nos munícipios menores já existem secretárias que atendem essas pessoas com esportes como natação, futebol de cegos e cadeirantes, o que falta é dar visibilidade para essas atividades.
O atendimento feito à crianças com necessidades especiais necessita de um trabalho individualizado em colaboração com a famíliam, sendo que o tempo para os resultados aparecerem podem variar muito de pessoa para pessoa.
"Primeiramente precisamos entender que cada criança tem um tempo de adaptação variado e em diversos casos, a família quer ver resultados do dia para a noite. O meu atendimento passa por trabalhar a parte motora e também a área cognitiva da criança. Atendo crianças que quando começou tinha muita dificuldades para se locomover e fazer atividades simples do dia a dia e hoje, após oito anos, tem uma vida totalmente diferente de quando começamos o atendimento.
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