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SAÚDE

Gastroenterologista alerta sobre importância da prevenção ao câncer do intestino

26 setembro 2022 - 11h00 Por Da Redação

 médica gastroenterologista Vanessa Puccinelli Dotti, do Instituto do Aparelho Digestivo, de Campo Grande, alertou, em entrevista concedida nesta segunda-feira (26) ao programa Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação, sobre a importância da prevenção ao câncer do intestino. Ela pontuou que os principais sinais e sintomas que podem ocorrer com quem tem câncer de cólon e reto ou colorretal são anemia por causas inexplicadas, principalmente após os 50 anos de idade, dor abdominal, alteração do hábito intestinal, ou seja, aquela pessoa que era muito regulada passa a ter constipação ou diarreia ou até mesmo uma alternância entre a constipação, intestino preso, e a diarreia, cólicas abdominais recorrentes e perda de peso com causa inexplicada.
 
“O tratamento vai sempre depender do que a gente chama de estadiamento do câncer, que é fazer uma avaliação e não somente o diagnóstico para determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo do paciente, ou seja, é a forma como o médico determina o avanço da doença no organismo de um paciente. Nós temos inclusive a possibilidade de tratar o câncer de intestino em fases iniciais por meio do próprio exame que o diagnostica, podendo ser feitas ressecções durante o exame, que se chama colonoscopia, e tratar o paciente. Então, é muito difícil dizer qual vai ser a forma de tratamento, posso ter um tratamento em uma fase inicial só pela ressecção via colonoscopia, ou pode requerer uma cirurgia, pode necessitar de uma quimioterapia ou radioterapia, eventualmente o câncer pode não estar mais restrito ao intestino, sendo necessária a ressecção de outras lesões em órgãos associados. Portanto, o tratamento vai depender desse estadiamento da doença”, detalhou Vanessa Puccinelli Dotti.
 
A especialista acrescenta que, quando a pessoa já apresenta um sinal ou sintoma, é provável que essa doença já esteja em um estágio mais avançado. “Mesmo que o câncer esteja restrito ao intestino, provavelmente já vai ser uma doença mais avançada que vai requerer pelo menos uma cirurgia. Sabendo que o câncer do intestino grosso foi o 2º mais prevalente entre homens e mulheres no ano passado no Brasil, o que a gente busca é a prevenção. Esse tipo de câncer é possível de ser feita a prevenção por meio de alimentação saudável, atividade física, manter um peso adequado, controlar o consumo de bebida alcoólica, dieta rica em fibra e é muito importante salientar que, a partir dos 45 anos, toda e qualquer pessoa deveria poder realizar a colonoscopia, que é um exame que vai analisar todo o intestino grosso”, ressaltou.


A médica Vanessa Dotti

Segundo a médica gastroenterologista, os profissionais de saúde buscam encontrar lesões pré-malignas, ou seja, as lesões que são benignas, mas, que, com o passar do tempo, vão crescer, dando origem ao câncer de intestino. “Com isso, a gente consegue prevenir em torno de 90% do câncer de intestino grosso. Na verdade, mesmo os sintomas iniciais já se referem a uma lesão instalada e cujo tratamento não vai ser simples como uma receita de colonoscopia. Se a pessoa já tiver uma perda de peso importante, uma anemia acentuada e alternância do hábito intestinal, terá uma lesão mais avançada, entretanto, podem acontecer casos iniciais do câncer de intestino terem sangramento nas fezes”, alertou.
 
Vanessa Puccinelli Dotti reforçou que a incidência de câncer de intestino é praticamente igual entre homens e mulheres, não tendo uma grande diferença com relação ao sexo do paciente. “Por isso, temos de fazer com que as pessoas entendam que há prevenções pré-determinadas, no homem a partir de certa idade tem o protocolo para fazer o controle de câncer de próstata, enquanto para a mulher é necessário fazer exames regulares de mama e útero. Já para homens e mulheres é preciso fazer exames para a detecção do câncer de intestino, então, temos protocolos a partir de determinada idade, ou, tendo a presença de fatores de risco, se deve iniciar os exames preventivos. Pois, existe o fator genético e, parentes de pessoas que tiveram câncer de intestino ou mesmo de mama, útero e ovários, são mais propensas a ter o câncer de intestino. Também é preciso ter um cuidado redobrado se há casos na família desse tipo de câncer em pessoas inferior a 50 anos de idade”, aconselhou.
 
Para a especialista, o exame de imagem, como ultrassom, tomografia e ressonância, não são métodos úteis para a prevenção do câncer de intestino. “A colonoscopia identifica diretamente a condição interna do órgão e detecta lesões que ainda não são visíveis nos exames de imagem. Esses exames de imagem são importantes no estadiamento da lesão, claro que lesões grandes são possíveis de serem evidenciadas por esses métodos. Por isso, a rigor é aconselhável fazer a colonoscopia a partir dos 45 anos de idade mesmo sem nenhum fator de risco, sem nenhuma queixa. Claro que esse exame não é anual e, dependendo do resultado, deve ser repetido depois de cinco anos ou se tiver alguma queixa que se faça necessário”, finalizou. 

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