As altas temperaturas e muita chuva. Essas são as características do verão entre os meses de dezembro e março e que são propícias ao aparecimento de escorpiões, exigindo cuidados redobrados da população. Em 2022, foram 3.205 ataques registrados desse animal em Mato Grosso do Sul, de acordo com o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica). E para falar sobre esse assunto entender as medidas recomendadas para evitar novos acidentes, o Giro Estadual de Noticias desta sexta-feira (10) recebeu o Coordenador Estadual de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica, Karyston Adriel Machado da Costa.
De acordo com Karyston o aumento dos acidentes com escorpiões no Mato Grosso do Sul, que já há mais de dez anos superou os acidentes com serpentes, se deve a urbanização e principalmente a capacidade desse animal se adaptar as áreas urbanas. “Na área urbana temos a presença de locais adequados e protegidos para os escorpiões como também o alimento em fartura, as redes de esgoto com baratas e outros insetos que servem de alimento, e com isso nós temos registrado um aumento significativo ano após anos em acidentes com escorpiões”, explica.
De acordo com ele, o período chuvoso também contribui. “A reprodução do escorpião acontece por volta de agosto e setembro, então quando chega dezembro esses filhotes já estão com capacidade de ocasionar acidentes graves. Coincide com o período de férias escolares e o verão. E o aumento do volume de chuvas acaba distribuindo esses escorpiões. A chuva aumenta o nível dos rios e também das redes de esgoto, espalhando esses animais nas cidades e consequentemente o acidente ocorre”, conta o especialista.
É muito comum que os escorpiões entrem nas casas das pessoas pelos ralos tanto das pias quanto do banheiro. “Isso acontece frequentemente em algumas regiões que tem ocorrência de muitos acidentes. A dona de casa acorda pela manhã para fazer o café, vai até a pia da cozinha e quando pega a bucha para lavar a louça se depara com um escorpião. Isso ocorre porque ele tem hábitos noturnos, já que ele sai à noite para se alimentar, sai pelo ralo da pia da cozinha, ou pelo banheiro e vai atrás da algum inseto para se alimentar, e depois volta para um lugar úmido e escuro”, esclarece.
O Giro Estadual de Noticias desta sexta-feira (10) recebeu o Coordenador Estadual de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica, Karyston Adriel Machado da Costa
Os grupos considerados mais vulneráveis são os trabalhadores da construção civil, crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro de casa ou nos arredores e quintais. Ainda nas áreas urbanas, estão sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusearem objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.
A grande maioria dos acidentes com escorpiões é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os acidentados apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático.
As crianças abaixo de sete anos apresentam maior risco de apresentar sintomas longe do local da picada, como vômito e diarreia, principalmente nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem a aplicação do soro em tempo adequado.
Os dois óbitos ocorridos ano passado motivados por escorpiões envolve crianças. “Tivemos outros casos graves que conseguimos reverter porque existe o soro apropriado que nos ajuda a fazer o tratamento dos pacientes”, conta.
O que fazer ao ser picado? - A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.
É importante lembrar que não é em todo caso de acidente que o soro será indicado, e apenas o profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. O antiveneno é indicado em casos moderados ou graves. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.
Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes. Desta forma, o soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS). As ampolas são enviadas pela pasta aos estados, que são responsáveis pela distribuição aos municípios e pela definição estratégica das unidades de referência para o atendimento destes casos. Essa logística deve ser feita de acordo com a situação epidemiológica de cada região e os estados possuem também autonomia para remanejar o soro de uma cidade para outra quando necessário. Os soros também não são disponibilizados na rede particular de saúde.
Sintonize o Giro Estadual de Notícias, segunda a sexta, das 07h30 às 08h30, pelo acritica.net e para as seguintes rádios de MS:
RÁDIO MARABÁ FM 93,9 – MARACAJU
RÁDIO BAND FM 100,9 - FÁTIMA DO SUL E REGIÃO DE DOURADOS
RÁDIO MONTANA FM 89,9 - INOCÊNCIA E REGIÃO DO BOLSÃO
RÁDIO SERRA FM 106,5 - RIO VERDE DE MT
RÁDIO SERRANA FM 88,7 – NIOAQUE
RÁDIO BAND FM 88,5 – PARANHOS