Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta terça-feira (18), o deputado estadual Rinaldo Modesto (Podemos) fez uma defesa enfática da educação, do apoio ao terceiro setor e da necessidade de humanizar o serviço público.
Modesto, que está no quinto mandato como deputado estadual, não hesita em afirmar que a política exige vocação. "Cada qual fique na vocação que foi chamado", citou, referindo-se ao apóstolo Paulo. Para ele, o parlamentar precisa estar próximo das pessoas, ouvindo demandas e propondo soluções. "Quando você faz algo com alegria, com prazer, a probabilidade de dar certo é muito maior", disse.
Educação como pilar do desenvolvimento - Defensor da educação desde os tempos de vereador, Modesto destacou os avanços na área. Segundo ele, o governo estadual investiu cerca de R$ 1,1 bilhão em melhorias educacionais no último ano. Entre os projetos que ajudou a viabilizar, está a expansão do ensino de robótica. "Apresentei um projeto para que todas as escolas do Mato Grosso do Sul recebessem kits de robótica. Hoje, 60% já foram contempladas", afirmou.
A questão salarial dos professores também foi abordada. Atualmente, Mato Grosso do Sul paga o maior salário inicial do Brasil para docentes concursados, mas os convocados ainda enfrentam diferenças significativas nos vencimentos. "Não podemos aceitar que um professor convocado, que tem a mesma formação, muitas vezes até mais qualificação, receba metade do que ganha um concursado", argumentou.
Outra conquista mencionada foi a climatização das salas de aula. "Estamos avançando na climatização das escolas, porque aprender em um ambiente confortável faz toda a diferença", pontuou.
O terceiro setor e o papel da política - Além da educação, Modesto ressaltou a importância do terceiro setor no atendimento à população mais vulnerável. Ele defende a regulamentação de uma lei que destina 1% do ICMS arrecadado sobre cigarros e bebidas alcoólicas para instituições sociais.
"Essas entidades fazem um trabalho que o Estado, sozinho, não consegue. Cuidam de crianças soropositivas, idosos acamados e dependentes químicos. Precisamos garantir recursos para que sigam atuando", explicou.
Deputado Rinaldo Modesto cobra apoio financeiro para instituições que atendem vulneráveis - (Foto: Lorena Sone)
Modesto citou o Cottolengo Sul-Mato-Grossense como exemplo. "Lá, cuidam de crianças e idosos com paralisia neurológica severa. São pessoas que precisam de atenção 24 horas por dia. Não basta só dinheiro, é preciso vocação", frisou.
Política e proximidade com o eleitor - O deputado também chamou atenção para o distanciamento de parte da população em relação à política. "Muita gente não lembra em quem votou dois anos atrás. Isso é um problema, porque impede que cobrem e acompanhem o trabalho do parlamentar", alertou.
Para Modesto, a transparência e o contato direto com a população são fundamentais. "Muitas leis que apresentei nasceram de conversas com cidadãos. Um advogado me ligou um dia, dizendo que precisava usar um banheiro químico na feira e não tinha. No dia seguinte, apresentei um projeto e virou lei", exemplificou.
Os recentes casos de feminicídio no estado também foram discutidos. O deputado expressou pesar pelas mortes e defendeu mudanças estruturais no atendimento às vítimas. "A violência contra a mulher em Mato Grosso do Sul ainda é uma das mais altas do Brasil. Isso tem que acabar", afirmou.
Modesto lembrou que já aprovou uma lei que obriga escolas a ensinarem noções básicas da Lei Maria da Penha como tema transversal. "Precisamos educar desde cedo. Se um menino é criado por uma mulher, por que cresce sem respeitá-las? Isso precisa mudar", argumentou.
O parlamentar também cobrou melhorias no atendimento às mulheres vítimas de violência. Ele citou falhas no funcionamento da Casa da Mulher Brasileira e defendeu a ampliação das Salas Lilás no estado. "A primeira Sala Lilás do Mato Grosso do Sul foi um projeto meu. Hoje já temos 46 espalhadas pelo estado. Mas precisamos de mais, e de um atendimento humanizado", afirmou.
Para ele, a resposta precisa ser rápida e eficiente. "Não podemos permitir que uma mulher saia de um local que deveria acolhê-la e vá direto para a morte. Isso é inaceitável", disse, referindo-se ao caso da jornalista Vanessa, assassinada após procurar ajuda. "Fazer política é servir. Meu trabalho sempre foi e sempre será voltado para melhorar a vida das pessoas. Esse é o nosso dever", concluiu.
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