A busca incessante por soluções rápidas e milagrosas para emagrecimento e cura de enfermidades é um fenômeno global que preocupa profissionais da saúde. Em uma entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta segunda-feira (7), a farmacêutica e conselheira do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF/MS), Daniely Proença discute os perigos da automedicação e como o desejo por resultados instantâneos pode colocar a vida em risco.
Com o verão se aproximando e o anseio por um corpo ideal, muitos recorrem a receitas de chás e medicamentos recomendados por conhecidos, ignorando as consequências potenciais. "O perigo mora na urgência", alerta Daniely. "As pessoas não medem os riscos e acabam por seguir indicações de leigos, expondo-se a sérios perigos para a saúde."
Embora os chás sejam produtos naturais, cada um contém princípios ativos que reagem no organismo de maneiras distintas. O uso indiscriminado pode causar problemas, especialmente se houver condições de saúde preexistentes ou interação com outros medicamentos. "Todo chá tem um ativo, todo chá tem uma reação", enfatiza a farmacêutica.
A farmacêutica Daniely Proença - (Foto: ACrítica)
A farmacêutica aponta a importância do papel do farmacêutico, um recurso muitas vezes subutilizado pela população. "Pergunte sempre", recomenda Daniely. O farmacêutico está qualificado para orientar sobre interações medicamentosas e pode ajudar a evitar que um chá para diurese, por exemplo, interfira na eficácia de um anti-hipertensivo.
A automedicação é uma realidade preocupante, estendendo-se além do uso de chás para incluir o consumo indevido de medicamentos armazenados em casa, muitas vezes fora da validade ou indicação correta. Proença reitera a necessidade de buscar orientação antes de consumir qualquer medicamento, seja por um incômodo comum ou sintomas mais graves que podem sinalizar doenças como a dengue.
Além dos riscos imediatos à saúde, há também a questão do descarte correto de medicamentos, tema de campanhas do Conselho Regional de Farmácia. Medicamentos vencidos ou não utilizados não devem ser mantidos em casa, onde podem ser acessados por crianças, animais de estimação ou idosos, aumentando o risco de intoxicação.
Proença conclui enfatizando que qualquer medicamento pode apresentar riscos e reações adversas. A automedicação, longe de ser uma solução, pode se tornar um problema grave. A recomendação é clara: buscar sempre a orientação de profissionais capacitados e respeitar a prescrição médica.
"O remédio só é necessário quando realmente estamos doentes", lembra a farmacêutica, reforçando a mensagem de que a prevenção e a consulta profissional são as chaves para uma saúde segura e eficaz.
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