O diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista (TEA) e de outros transtornos comportamentais, como hiperatividade, TDAH e dislexia, é uma das principais ferramentas para melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens. Pensando nisso, o psicopedagogo e pesquisador Celso Cavalheiro, mestre e especialista na área, está lançando nesta sexta-feira (9), às 19h30, no Senac Hub Academy, o livro “Diagnóstico Precoce do Autismo e Outros Transtornos Comportamentais – Uma Lição de Amor”, que reúne estudos de caso e experiências que ele já teve com seus muitos atendimentos.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta quarta-feira (7), o Cavalheiro esclarece que o objetivo é levar informação para a sociedade como um todo e auxiliar pais, familiares e profissionais da educação no diagnóstico precoce, logo na primeira infância. "A escola é o primeiro laboratório que nós vamos passar na vida, e os professores convivem com as crianças por mais tempo às vezes que os próprios pais. Por isso, podem detectar comportamentos que ajudam no diagnóstico de vários transtornos”, explica.
O psicopedagogo aplica a metodologia Análise do Comportamento Aplicada (ABA), uma abordagem científica reconhecida internacionalmente que trabalha para que o indivíduo possa adquirir independência e a melhor qualidade de vida possível. “O foco do nosso trabalho clínico é quebrar o grau de dependência da criança para que, quando adulta, ela consiga resolver seus problemas. É a chamada educação para autoria”, detalha.
Celso Cavalheiro em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta quarta-feira (7)
Já o subtítulo “Uma lição de amor” se relaciona ao trabalho clínico do pesquisador, que atende pessoas carentes por meio de um trabalho social. “Quando eu tenho um trabalho com amor, dedicação e empenho, a criança tem um ganho muito mais rápido. Eu não posso tratar só a criança, tenho que tratar também a família, orientá-la de como fazer esse cuidado. O diagnóstico impacta emocionalmente a família, mas esse trauma poderia ser evitado, com o acolhimento dos pais a essa criança com comportamento atípico, que pode se desenvolver de maneiras surpreendentes”, completa Celso Cavalheiro.
O desejo de ajudar crianças, jovens e suas famílias vem de sua própria experiência como pai, pois o autor do livro tem um filho com sinais de TEA em grau leve, que hoje é formado e trabalha em uma grande corporação multinacional. A experiência para escrever, no entanto, ele acumula de 15 anos como diretor de escola, quatro anos de trabalho clínico e 35 anos de atividades na área da saúde, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e também em gestão pública da saúde, pois já ocupou o cargo de secretário de Saúde no município de Terenos – MS.
“Passei a trabalhar clinicamente depois que me especializei na psicopedagogia. São vários os profissionais que integram a equipe multidisciplinar para atender crianças com diagnóstico de autismo, mas o psicopedagogo está capacitado para intervir na execução e no planejamento das atividades cognitivas, que vão interferir positivamente em ganhos comportamentais. Não me atreveria a escrever sem apoio na ciência”, completa o autor do livro.
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