Em entrevista concedida nesta quinta-feira (6) no Giro Estadual de Notícias, o coordenador de Controle de Vetores da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Mauro Lúcio Rosário, traçou um panorama alarmante sobre a atual situação de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. “A situação ainda é muito preocupante. Saímos do olho do furacão, mas ainda estamos no meio do vendaval”, alertou Rosário, referindo-se ao risco iminente de novas epidemias no Estado.
MS que já enfrentou a declaração de estado de emergência em 659 municípios no início do ano devido às arboviroses, continua em alerta. As reuniões mensais da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), envolvendo todos os secretários de saúde do estado, têm mantido o foco nas estratégias de prevenção e controle. Rosário destacou a utilização de ferramentas como o LIRA (Levantamento de Índice Rápido) e armadilhas para ovos, que fornecem dados em tempo real sobre as regiões mais infestadas, permitindo intervenções rápidas.
O coordenador falou sobre os trabalhos na SES - (Foto: Rafael Rodrigues)
Um dos grandes desafios mencionados pelo coordenador é a resistência da população em buscar atendimento médico quando acometida pelos sintomas das arboviroses. Segundo ele, de cada dez infectados, apenas dois procuram um médico, enquanto os outros recorrem a farmácias, igrejas ou curandeiros. “Respeitamos as crenças individuais, mas é essencial entender a importância do atendimento médico. Sem a devida notificação médica, nossas ações de bloqueio químico e controle ficam comprometidas”, explicou.
Rosário também esclareceu o comportamento peculiar do Aedes aegypti, que difere dos mosquitos comuns. “A saliva do Aedes possui efeitos anestésicos e anticoagulantes, o que permite que a fêmea se alimente sem ser percebida. Esse processo ocorre diariamente, em todos os lares”, disse. Ele reforçou a importância de a população eliminar possíveis criadouros dentro de casa, pois o controle efetivo depende da colaboração de todos.
Com cerca de 9.000 profissionais entre agentes comunitários de saúde e de endemias em ação, o estado se esforça para educar e informar a população sobre sua responsabilidade no combate ao vetor. “Não adianta termos todo esse arsenal de combate se não tivermos a colaboração da comunidade. A conscientização é crucial”, concluiu Rosário, fazendo um apelo para que a população entenda a gravidade da situação e a necessidade de ações conjuntas para evitar novas epidemias.
Último boletim - Quatro novas mortes por dengue foram confirmadas em Mato Grosso do Sul, de acordo com o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quarta-feira (5). Além desses, outros 13 óbitos estão sendo investigados em todo o estado.
Os falecimentos ocorreram nos municípios de Chapadão do Sul, Aparecida do Taboado e Mundo Novo. As vítimas incluem uma menina de 8 anos, dois homens de 38 e 91 anos, e uma idosa de 74 anos.
Até o momento, o Estado registrou 10.358 casos confirmados de dengue no ano corrente, com outros 20 mil casos ainda sob investigação pela SES.
Nos últimos 14 dias, o município de Iguatemi apresentou a maior incidência da doença, seguido por Itaquiraí e Juti, destacando-se no ranking de áreas com alta incidência de dengue.
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