Mesmo apresentando uma queda na taxa de desemprego, a demanda pela falta da mão de obra em Mato Grosso do Sul continua sendo realidade no Estado. Em entrevista nesta terça-feira (21) no Giro Estadual de Notícias, o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, destaca que o setor ainda encontra dificuldades nas contratações.
"A dificuldade de se encontrar mão de obra é enorme. Não me refiro a mão de obra qualificada e sim em um contexto geral. Aquele individuo que tem capacidade mínima para uma determinada função, se ele tiver a disposição e disponibilidade, ele terá a vaga. Em MS há um desafio maior: o Estado tem uma das maiores taxas de desocupação", detalha.
O coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende
No ano passado, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Santa Catarina encerraram o ano com uma taxa de desocupação abaixo de 4%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Enquanto isso, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Amapá continuam com taxas acima de 10%.
"Nós sequer temos onde buscar. Quem hoje está fora do mercado de trabalho de MS, é por que não tem a menor capacidade de alcançar aquela função do ponto de vista da formação técnica ou por que ele não está disposto a ingressar nessa população economicamente ativa. É um desafio muito grande, e isso não só no Estado", salienta.
Em Ribas do Rio Pardo, a 90 km de Campo Grande, a Suzano tem de recorrer a mão de obra de fora da região para dar conta de levar o seu investimento adiante e garantir o funcionamento da sua futura planta, cuja operação deve começar no segundo semestre do ano que vem.
A demanda da empresa por profissionais se dá em diversas fases: na de obras e montagem, por exemplo. E será necessária no momento em que a planta da companhia passar a operar plenamente. No pico, 10 mil empregos diretos devem ser criados.
"A dificuldade de se encontrar mão de obra é enorme"
Num Estado em que a disputa por mão de obra é grande - a taxa de desocupação em 2022 foi de apenas 3,3% -, a Suzano começou a treinar profissionais locais para trabalhar na nova planta. Já foram capacitadas 198 pessoas e, desse contingente, 133 estão praticando na unidade de Três Lagoas.
Financeiramente falando, compensa ingressar na área? - Segundo Rezende, as possibilidades de emprego nas indústrias devem continuar crescendo, proporcionando uma carreira promissora com salários que superam a casa dos R$ 10 mil.
"O setor da agroindústria de transformação, especificamente de celulose, o salário médio é muito bom, e em alguns casos podem passar dos R$ 10 mil, mas, tudo vai depender da formação e experiência do profissional. Não vai ser a ocupação mais ampla, mas é a de maior possibilidade de entrada e não vai ser raro encontrar profissional ganhando acima de R$ 4 a 5 mil. É um segmento bastante favorável", explica. Além da produção de celulose, Mato Grosso do Sul tem aproveitado o bom momento do agronegócio.
"São (destaques os) segmentos vinculados à produção de soja, milho, celulose e até de minério de ferro. E esse conjunto de atividades vem apresentando um bom desempenho há algum tempo", afirma Ezequiel.
Janeiro - O conjunto da atividade industrial foi responsável pela abertura de 2.321 postos formais de trabalho em Mato Grosso do Sul em janeiro, resultado de 8.736 contratações e 6.415 demissões. Esse foi o maior saldo registrado para o mês desde 2013, alcançando uma participação de 50% do total de vagas abertas no estado no primeiro mês do ano.
As atividades industriais que mais abriram vagas no mês de janeiro foram: obras de infraestrutura (+739), construção de edifícios (+527), instalações e serviços especializados para construção (+437), atividades de apoio à extração de minério de ferro (+126), abate de bovinos (+120), usinagem, tornearia e solda (+86), fabricação de açúcar (+78), curtimento e outras preparações de couro (+75), manutenção e reparação de tanques e reservatórios metálicos (+50) e fabricação de celulose (+49).
Entre as cidades com saldo positivo de pelo menos 50 vagas, destacam-se: Ribas do Rio Pardo (+1.103), Campo Grande (+413), Três Lagoas (+247), Corumbá (+182), Nova Andradina (+176), Rio Brilhante (+107), Deodápolis (+85) e Paranaíba (+83).
Sintonize o Giro Estadual de Notícias, segunda a sexta, das 07h30 às 08h30, pelo acritica.net e para as seguintes rádios de MS:
RÁDIO MARABÁ FM 93,9 – MARACAJU
RÁDIO BAND FM 100,9 - FÁTIMA DO SUL E REGIÃO DE DOURADOS
RÁDIO MONTANA FM 89,9 - INOCÊNCIA E REGIÃO DO BOLSÃO
RÁDIO SERRA FM 106,5 - RIO VERDE DE MT
RÁDIO SERRANA FM 88,7 – NIOAQUE
RÁDIO BAND FM 88,5 – PARANHOS