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DISPUTA

Esacheu Nascimento reforça desejo de retornar à presidência da Santa Casa

4 novembro 2022 - 12h00 Por Da Redação

Em entrevista concedida na sexta-feira (04) ao programa Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação, o advogado Esacheu Nascimento revelou o desejo de retornar à Presidência da Santa Casa de Campo Grande, que fará, na próxima quinta-feira (10), a eleição para a escolha de 50% dos membros do Conselho de Administração para um mandato de seis anos, além dos novos membros do Conselho Fiscal para um mandato de três anos. Ele reforçou que o seu grupo, que compõe a chapa "Nova Santa Casa", quer a retomada de uma gestão profissionalizada para a instituição e que foi deixada de lado pela atual diretoria.

"A Santa Casa de Campo Grande é na verdade um hospital de todo Mato Grosso do Sul, atendemos a população dos 79 municípios, além de Estados vizinhos, pois temos um fluxo de pacientes da região noroeste do Estado de São Paulo que acabam demandando serviços pelas nossas especialidades de altas complexidades com que se organizam os serviços médicos do nosso hospital. É um prazer falar para a população de Campo Grande e de todo o nosso Estado desse nosso projeto de voltar a administrar a Santa Casa da Capital se isso for da vontade dos nossos associados", pontuou Esacheu Nascimento.


Ele reforçou que o seu grupo, que compõe a chapa "Nova Santa Casa", quer a retomada de uma gestão profissionalizada para a instituição e que foi deixada de lado pela atual diretoria

Ele explicou que já é conselheiro, com mandato até 2025, porque o Conselho Administrativo reúne 18 membros e tem eleição a cada três anos para o mandato de seis anos, possibilitando que haja sempre uma renovação, bem como uma continuidade para que se tenha as informações necessárias para a gestão. "Estamos trabalhando com a renovação de nove conselheiros, a chapa Nova Santa Casa tem como líder o ex-presidente Sinval Martins Araújo, além de Antônio Morais Ribeiro Neto, a professora Maria Eunice de Souza Sá Silva, o médico-veterinário Marco Antônio Carstens Mendonça, entre outros", informou.

O ex-presidente da Santa Casa ressaltou que o motivo de lançar essa chapa é em razão de o atual grupo que está administrando o hospital enfrentar um descontentamento por uma grande parte dos associados devido aos rumos que tomou a gestão, com a paralisação de vários projetos essenciais para manter a instituição no topo e entre as melhores Santas Casas do Brasil. "Isso motivou esse grupo a me procurar e, inicialmente, declarei que não tinha intenção de retornar à gestão, pois é um trabalho voluntário, gratuito e ainda você tem sérios aborrecimentos com difamações de pessoas que não compreendem de fato o papel de um gestor de um hospital de praticamente 1.000 leitos, embora tenha em torno de 600 leitos ativos, mas pode receber até 1.000 pacientes ao mesmo tempo", argumentou.

Segundo Esacheu Nascimento, após exporem os fatos que esses associados entendiam como relevantes, acabou por aceitar a possibilidade de voltar a ser presidente da Santa Casa. "Primeiro teremos de eleger a chapa, que, reunida com os demais que já se encontram no Conselho, formando os 18 conselheiros, elege a nova Diretoria Corporativa e, nesse caso, na eventualidade de conseguir ser eleita a nossa chapa, é que eu terei a oportunidade de liderar essa diretoria. Para isso, nós conseguimos reunir um grupo em 2016 e depois em 2019, com algumas alterações, mas que foi capaz de fazer contribuições importantes", recordou.


O ex-presidente da Santa Casa ressaltou que o motivo de lançar essa chapa é em razão de o atual grupo que está administrando o hospital enfrentar um descontentamento por uma grande parte dos associados

Ele acrescentou que o seu grupo pegou a Unidade do Trauma com cerca de 50% das obras já realizadas, mas, quando foram verificar mais de perto, descobriram que mais de 10% teria de ser refeita. "Por isso, fomos a Brasília, falamos com o presidente da República, conversamos com o governador Reinaldo Azambuja e fizemos um pacto, surgindo um convênio e mais recursos próprios da Santa Casa. Assim, nós conseguimos, em dois anos, terminar a obra, equipar, mobiliar e colocar os pacientes lá dentro", assegurou.

Da mesma forma, conforme o ex-presidente, aconteceu com relação aos aspectos de higiene da Santa Casa, que eram muito ruins, mas não tinha condições de corrigir por conta própria. "Fomos buscar uma empresa altamente capacitada que cuida de 17 hospitais pelo Brasil, aliás, por indicação do governador e da promotora de Justiça Filomena Aparecida Depolito Fluminhan. Selecionamos entre as empresas que quiseram participar do certame e essa empresa que realmente tinha o know how promoveu uma reforma profunda na nossa lavanderia, comprou enxovais novos e criou toda uma nova visão de como atender o paciente dentro da Santa Casa", revelou.

Esacheu Nascimento lamenta que, com a nova gestão, esse contrato foi rompido e hoje a Santa Casa padece de uma dificuldade muito grande na parte do enxoval. "Às vezes, os pacientes não têm como se vestir apropriadamente dentro do hospital e são obrigados a trazer de casa as roupas, os pijamas, o forro de cama e até os travesseiros. Nós também fizemos reformas na maternidade e no 5º andar para criar a oportunidade de recepcionar pacientes privados e de plano de saúde. Chegamos a ter faturamento de R$ 3,5 milhões na média porque tivemos pico de chegar a R$ 6 milhões e também esse serviço foi descontinuado", reclamou.

Plano de saúde - Ele ressaltou que criou um plano de saúde que vem crescendo e atraindo nova clientela para a Santa Casa, pois, além do plano de saúde, esses clientes acabam sendo atendidos no Centro de Especialidades Médicas e na porta de entrada do hospital, que é o ProntoMed. "Ainda construímos um prédio administrativo para ampliar o espaço de atendimento hospitalar, tirando de dentro do hospital a parte de contabilidade, de recursos humanos, de planejamento, entre outros, e isso possibilitou um local mais adequado para os nossos funcionários administrativos", detalhou.

O ex-presidente completou que ainda reconstruiu o antigo Banco de Sangue e implantou um setor de oncologia, atendendo cerca de 1,5 mil pessoas mensalmente. "Enfim, fizemos a praça da saúde para os funcionários, reformando todo o entorno da Santa Casa, colocando um novo paisagismo, implantamos câmeras de segurança, pois nós tínhamos uma média de 60 a 80 assaltos de pacientes e visitantes por mês e até o sequestro de médicos quando saiam altas horas da noite do hospital. Com isso, em parceria com o 1º Batalhão da Polícia Militar, quando tinha qualquer suspeito já chamava os policiais militares e, dessa forma, nós conseguimos reduzir a média de assaltos por mês para três a quatro casos", informou.

Para Esacheu Nascimento, foi um trabalho bem extenso, mas valeu um reconhecimento em nível nacional como uma das melhores Santas Casas do Brasil, pois passou do 4º lugar para o 3º. "Todo esse trabalho nós queremos que tenha continuidade e isso que motiva esse retorno, essa candidatura. Nós queremos que a Santa Casa, não somente faça o que já está fazendo, mas que possa ampliar os seus serviços, pois reintroduzimos os transplantes de coração, de córnea e de rins, além de deixar tudo pronto para o transplante de medula, mas esses trabalhos foram paralisados, em parte pela Covid-19, que bloqueou a entrada de muitos pacientes, porém, por outro lado, entendemos que foi deficiência na gestão", analisou.

Por isso, de acordo com ele, está retornando com um grupo de pessoas muito capazes, incluindo três ex-presidentes, que são o Carlos Roberto Taveira, o Renato Katayama e o Sinval Martins. "Outra coisa que é importante registrar é que todos já discutimos que será preciso retomar uma gestão que seja reconhecida como realmente profissionalizada, o já tínhamos feito antes, a seleção do corpo gerencial da Santa Casa era feita com a consultoria renomada em nível nacional, a Falcone, e também esse trabalho foi deixado de lado e hoje as pessoas ocupam funções segundo o entendimento desse ou daquela diretor e nós queremos retomar essa gestão profissionalizada, uma gestão que possa dar resposta efetiva, considerando a capacidade do hospital, os seus recursos financeiros e a possibilidade de ampliação da receita porque isso é muito importante, já que sem dinheiro não há como você fazer gestão que possa beneficiar o paciente, que é a nossa única visão", garantiu.


Para Esacheu Nascimento, foi um trabalho bem extenso, mas valeu um reconhecimento em nível nacional como uma das melhores Santas Casas do Brasil, pois passou do 4º lugar para o 3º

O ex-presidente lembrou que saiu de 2016 com 20 mil cirurgias e, ao final da sua gestão, já estava fazendo cerca de 45 mil cirurgias por ano. "Da mesma forma que nós iniciamos um trabalho que foi reconhecido pela qualidade de ampliação do atendimento não somente esperando o paciente dentro da Santa Casa, mas indo até os bairros de Campo Grande. Em apenas um dia, nós atendemos duas mil pessoas com exames de vista e mais de 400 cirurgias de cataratas, portanto, essa visão de que o paciente é o mais importante para o hospital, nós queremos levar de volta para o Conselho de Gestão da Santa Casa", pontuou.

No entendimento de Esacheu Nascimento, é preciso que a população e os associados tenham conhecimento das finanças da Santa Casa, que, às vezes, por deficiência dos próprios gestores, não são tornadas públicas as informações. "O orçamento da Prefeitura de Campo Grande para a área de saúde é de R$ 1,3 bilhão por ano. Hora, a Santa Casa atende cerca de 60% dos casos de média e baixa complexidade e 70% dos casos de alta complexidade, então, é preciso que o gestor municipal tenha a visão de que é preciso pagar o preço justo, o mais próximo possível da realidade, para que possamos pagar os valores justos para os nossos médicos, enfermeiros e pessoal de apoio, seja da área de saúde, seja da área administrativa, afinal, todos eles têm um projeto de vida como trabalhadores e funcionários da Santa Casa", argumentou.

No entendimento dele, é preciso negociar com a prefeita Adriane Lopes e com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) um contrato, que já vem sendo negociado com muita dificuldade, mas, é preciso que o Poder Público tenha a compreensão de pagar o valor justo e também exigir os resultados. "O contrato com a Prefeitura da Capital tem um anexo que prevê quantas cirurgias e quantas atendimentos precisam ser feitos, sendo que é necessário fiscalizar isso. Na nossa época, nós tivemos alguns problemas, mas, de 70 mil pessoas por ano, elevamos para 180 mil por ano. Nesse sentido, criamos uma sala de gestão, onde era constatada a presença do médico desde a hora em que ele chegava ao hospital e todo o trabalho que era realizado, possibilitando a elaboração de estatísticas diárias do trabalho de cada um", lembrou.

Segundo o ex-presidente, é isso que deseja voltar a fazer, prestigiando os médicos, o corpo de enfermagem e, na medida do possível, pagar os salários que eles merecem. "Afinal, os filantropos somos nós, que colocamos o nosso tempo à disposição da instituição, mas os profissionais de saúde vão lá para prestar um serviço e precisam ser bem remunerados. Por isso, quero me dirigir aos nossos associados para que possa contar com a presença deles no dia 10 de novembro, às 18 horas, para que possam votar na chapa Nova Santa Casa para que juntos possamos realmente fazer uma nova Santa Casa de verdade, tanto no aspecto tecnológico, quanto no aspecto de recursos humanos e de manutenção predial, já que hoje estão bem desgastados todos os ambientes da Santa Casa. Precisamos ter um ambiente acolhedor, que dê dignidade naquele momento mais difícil que o ser-humano passa, que é quando está acometido de alguma doença ou quando precisa de alguma intervenção cirúrgica. É só essa a nossa motivação para retornar ao comando da instituição", finalizou. 

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