Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta terça-feira (20), o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), Jorge Michelc, compartilhou informações sobre o cenário atual e as expectativas para a produção de soja no Estado.
Segundo Michelc, o ano de 2024 apresenta um panorama desafiador para os produtores, com uma expectativa de diminuição significativa na produtividade em comparação à safra anterior. "Iniciamos uma avaliação detalhada de produtividade e, embora algumas áreas tenham superado nossas expectativas iniciais, enfrentamos uma queda considerável na produção", afirmou o presidente, destacando os esforços da equipe da Aprosoja/MS no monitoramento dessa situação.
O clima adverso, marcado por secas e altas temperaturas, foi apontado como o principal vilão dessa redução. "O atraso no cronograma de plantio e a necessidade de replantar aproximadamente 243.000 hectares ilustram os desafios impostos pelo clima", explicou Michelc, sublinhando a complexidade do cenário atual.
"O principal desafio enfrentado este ano foi decorrente de adversidades climáticas, destacando-se a seca e as altas temperaturas diárias que afetaram significativamente a produção. Essas condições levaram a um atraso de três semanas no cronograma de plantio. Além disso, enfrentamos a necessidade de replantar cerca de 243.000 hectares. Essas circunstâncias contribuem para a expectativa de uma redução considerável na produção, substancialmente inferior à do ano passado", enfatiza.
Os produtores de grãos em Mato Grosso do Sul enfrentam não apenas a queda na produção mas também uma redução nos preços, pressionando o fluxo de caixa e colocando em risco a sustentabilidade de suas operações. "A combinação desses fatores coloca os produtores em uma posição desafiadora, impactando sua capacidade de honrar compromissos financeiros", destacou.
Jorge Michelc em entrevista ao Giro Estadual de Notícias - (Foto: Rafael Rodrigues)
A Aprosoja/MS tem atuado ativamente para minimizar os impactos dessa crise, incluindo negociações com o Ministério da Agricultura. Sob a liderança de André Dobashi, ex-presidente e atual vice-presidente da associação, esforços estão sendo feitos para garantir uma linha direta de comunicação com o governo, buscando soluções como a prorrogação dos prazos de custeio e de investimentos.
"A Aprosoja Brasil já solicitou ao ministério a prorrogação dos prazos de custeio por ao menos seis meses, visando aliviar a pressão sobre os produtores para a venda imediata dos produtos na safra, embora ainda estejamos aguardando uma resposta. Também foi pedido o prolongamento dos prazos para investimentos que venceriam este ano. Contudo, acredita-se que essa medida de seis meses, embora útil, seja apenas uma solução temporária. Há uma necessidade urgente de estender os prazos de custeio para quatro anos, acompanhados de taxas de juros que sejam viáveis para os agricultores", revela.
Além disso, Michelc ressaltou a importância da tecnologia e da formação técnica oferecida pelo Senar e pela Aprosoja, que têm sido fundamentais para os avanços no setor. "Até o momento, colhemos 30% da área estimada, um progresso significativo apesar dos desafios", informou.
"Quanto à segunda safra, até o momento, plantamos cerca de 579.000 hectares, que correspondem a 26% da área estimada. Destaca-se a região Norte, com quase 61% da área já plantada. A região Centro tem 24% plantada, enquanto o Sul tem cerca de 21%. A estimativa para a área plantada da segunda safra de milho é de 2.218.000 hectares, uma redução de 6%, com uma produção estimada em 11.485.000 toneladas, 14% a menos que a safra anterior, e uma produtividade de 86,3 sacas por hectare, quase 20% menor", explicou.
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