Com a intensificação dos eventos climáticos severos, como temporais, rajadas de vento e descargas atmosféricas, que vêm atingindo Mato Grosso do Sul de forma cada vez mais frequente, a Energisa promove, nesta terça-feira (16), em Campo Grande, o 1º Seminário Sul-Mato-Grossense do Clima: As adversidades climáticas e seus impactos. O evento, voltado a especialistas e gestores públicos, tem como objetivo aprofundar o debate técnico e prático sobre os efeitos do clima nas áreas urbanas e rurais, com foco na prevenção e resposta rápida.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias, nesta segunda-feira (15), Elier Fioravanti, gerente de operações da Energisa MS, destacou que o seminário é resultado de uma construção que vem sendo feita há anos. “Essa ideia nasce da nossa vivência. Desde 2011, quando o grupo Energisa enfrentou a tragédia climática em Nova Friburgo, começamos a buscar soluções, ferramentas tecnológicas e experiências internacionais, como no Japão e na Flórida, para aprimorar nossa atuação frente a essas mudanças”, relatou.
Setor elétrico sob pressão: impacto direto das mudanças climáticas - Segundo Fioravanti, os efeitos das mudanças climáticas no setor elétrico já são evidentes. “Não estamos mais falando de chuvas isoladas. Hoje lidamos com tempestades violentas, aumento nas descargas atmosféricas e ventos com velocidade fora do padrão. Isso tudo afeta diretamente a rede de energia, tanto na zona urbana quanto rural”, afirmou.
Para enfrentar esse cenário, a Energisa investiu nos últimos anos em robustez e tecnologia. Um dos exemplos é o sistema self-healing, que permite a recomposição automática da rede, isolando pontos críticos e religando o fornecimento de forma mais ágil. “A ideia é que a rede tenha capacidade de se reconfigurar automaticamente, começando da subestação até o consumidor final. Mas, quando a vegetação atinge a rede, ainda é necessária a atuação humana”, explicou.
Elier Fioravanti explicou ao Giro Estadual de Notícias como os temporais estão afetando a rede elétrica e o que está sendo feito para reduzir os riscos
Fioravanti fez questão de frisar que o trabalho da Energisa não começa no momento da crise, mas bem antes. “Nosso plano de ação tem três fases: antecipar, recuperar e aprender. O primeiro passo é o planejamento, com mapeamento de riscos, capacitação das equipes, investimentos em tecnologia e mobilização de materiais. Isso tudo acontece fora do período crítico”, explicou.
A segunda fase é o recuperar, que se refere à resposta emergencial após o evento climático. A Energisa trabalha com equipes móveis, que atuam em diferentes regiões conforme a necessidade. “Nossas equipes não são fixas. Trabalham em nuvens e se deslocam para onde o impacto foi maior. Isso nos dá mais agilidade”, completou.
A terceira etapa, aprender, consiste em analisar cada evento, seja local, nacional ou internacional, para melhorar as práticas. “Temos que olhar para o que aconteceu em São Paulo, no Rio Grande do Sul, ou mesmo fora do país. Cada crise climática ensina algo novo sobre como proteger melhor a população e garantir a continuidade do serviço”, disse.
Fioravanti reforçou que a população tem papel fundamental na mitigação de riscos. “O principal ponto é o cuidado com a vegetação urbana. Árvores mal podadas ou plantadas sem planejamento são hoje o maior fator de queda de rede elétrica durante tempestades”, alertou.
Ele também destacou a importância de seguir os alertas emitidos pela Defesa Civil. “A população precisa confiar nos avisos. Quando há alerta de tempestade, é preciso levar a sério. Já vimos ventos arrancarem telhados, estruturas metálicas e jogarem objetos sobre pessoas e redes elétricas. São situações de alto risco”, enfatizou.
Seminário como ponto de partida para políticas conjuntas - O seminário, que acontece nesta terça (16), tem foco técnico, reunindo profissionais da Energisa, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Semtec, Cemtec e outras instituições ligadas à gestão de riscos. “Nosso objetivo é alinhar conhecimento técnico, trocar experiências e construir protocolos mais eficientes. É um evento de bastidores, mas com impacto direto na vida das pessoas”, explicou Fioravanti.
A ideia, segundo ele, é que nas próximas edições o evento seja aberto à população. “Este primeiro é para alinhar internamente. Mas no futuro queremos ampliar o debate e levar mais informação ao cidadão comum”, disse.
O profissional reforçou que o enfrentamento às adversidades climáticas exige ação conjunta. “Não é só a distribuidora de energia que tem responsabilidade. Precisamos da prefeitura, do governo estadual, da população. É um trabalho que só funciona com sinergia. Cada um precisa entender seu papel para que, juntos, a gente consiga superar os desafios impostos pelo clima", revela.
Sintonize o Giro Estadual de Notícias, segunda a sexta, das 07h30 às 08h30, pelo acritica.net e para as seguintes rádios de MS:
RÁDIO MARABÁ FM 93,9 – MARACAJU
RÁDIO BAND FM 100,9 - FÁTIMA DO SUL E REGIÃO DE DOURADOS
RÁDIO MONTANA FM 89,9 - INOCÊNCIA E REGIÃO DO BOLSÃO
RÁDIO SERRA FM 106,5 - RIO VERDE DE MT
RÁDIO SERRANA FM 91,3 – NIOAQUE
RÁDIO BAND FM 88,5 – PARANHOS
