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CPI DO SERTANEJO

Empresário musical afirma que ‘CPI do Sertanejo’ inviabiliza crescimento de novos artistas

17 junho 2022 - 12h00 Por Rafael Pereira

Assunto cada vez mais em evidência, a ‘CPI do Sertanejo’ vem tomando conta de vários noticiários e sendo alvo dos Ministérios Públicos do País afora. O motivo? Altos cachês pagos a artistas por prefeituras estão na mira, e tudo isso após uma declaração polêmica de cantor Zé Neto – que faz dupla com Cristiano -, sobre a Lei Rouanet.

Segundo o empresário Jeferson Junior Teixeira, mais conhecido como ‘Ninho do Entretenimento’, a polêmica envolvendo o tema precisa ser discutido.  “A repercussão de uma fala foi tanta que chegou de um modo geral no Brasil inteiro [...] Trabalhamos com os artistas desde pequeno para que ele chegue no máximo que ele puder. Isso prejudica também os pequenos que estão começando, somente porque alguém quer ganhar mídia e holofote”, disse em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias de sexta-feira (17).

Para ele, muitos querem pegar carona no assunto para chamar a atenção. “Essa situação é para um olhar clínico do legislativo, não para os que só querem aparecer. Como uma cidade igual a Jateí, por exemplo, vai ter a oportunidade de ver o Luan Santana novamente? Você sabe o quanto a economia local gira quando acontece um show? O movimento é no comércio inteiro, seja nos restaurante, salões de beleza, hotéis e etc”, destaca.

Gusttavo Lima, que foi o segundo artista mais ouvido do Spotify no ano passado, virou o pivô da polêmica por ter o cachê mais alto entre os sertanejos do país. Outros músicos bastante populares recebem bem menos. A dupla Zé Neto & Cristiano, por exemplo, embolsa entre R$ 180 mil e R$ 550 mil, enquanto Bruno & Marrone tocam por R$ 500 mil, para citar dois exemplos.

Lima nega irregularidades. Por meio de sua assessoria de imprensa, ele afirmou que "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas".

A Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais, anunciou no último dia 28 o cancelamento do show do cantor que custaria aos cofres da cidade o valor de R$ 1,2 milhão. Ele iria se apresentar na cidade no dia 20 de junho, durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos. A prefeitura da cidade, negou irregularidades e disse que está atendendo aos pedidos do Ministério Público e colaborando com as investigações.

Para Ninho, a polêmica preocupa o futuro do setor, pois quando se fala no nome de um artista, acaba se reverberando por todos os cantos. “Demoramos dois anos para voltar a trabalhar e aí vem CPI, que é uma coisa que poderiam ter feito antes [...] Só falam do cancelamento, mas esquecem que por trás do artista tem o carregador da caixa de som, tem o garçom, tem aquele senhorzinho que vende pipoca na entrada, pessoas tentando ganhar a vida e o seu dinheiro”, finaliza.

Empresa – A Ninho Entretenimento cuida hoje de alguns dos principais nomes da música de Mato Grosso do Sul: Jads e Jadson, João Carreiro, Munhoz e Mariano, Patrícia e Adriana, Thiago e Miguel, Davizera e Geórgia Castro.

 “Todos os artistas que nós gerenciamos a carreira são de MS. São cantores que começaram pequenos, nos bares, casas de shows e que hoje se tornaram personalidades no cenário nacional”, comemora.

O empresário destaca que hoje é crucial o artista ter um escritório para auxiliar na divulgação do trabalho do profissional. “A gravadora hoje em dia soma, mas se não tiver um escritório com uma equipe preparada dificilmente o artista pode chegar onde ele tanto almeja”, afirma.

Se antes o alcance de audiência já era de difícil acesso e de grande disputa nas rádios brasileiras, hoje com a evolução das redes sociais, do cenário musical e das formas de se consumir música mundo afora não é muito diferente. “Todos os dias uma nova música tem a chance de se tornar um hit, mas mantê-las no auge é o desafio. Se você ‘estoura’ os trabalhos aumentam. Você tem que ter uma equipe empenhada em manter o artista entre o Top20 do Brasil”.

Sintonize o Giro Estadual de Notícias, segunda a sexta, das 07h30 às 08h30, pelo acritica.net e para as seguintes rádios de MS:

RÁDIO MARABÁ FM 93,9 – MARACAJU
RÁDIO BAND FM 100,9 - FÁTIMA DO SUL E REGIÃO DE DOURADOS
RÁDIO MONTANA FM 89,9 - INOCÊNCIA E REGIÃO DO BOLSÃO
RÁDIO SERRA FM 106,5 - RIO VERDE DE MT
RÁDIO SERRANA FM 88,7 – NIOAQUE
RÁDIO BAND FM 88,5 – PARANHOS