Uma das consequências causadas pela pandemia da covid-19 foi a pressão psicológica enfrentada por profissionais de várias áreas. Não foi diferente com os trabalhadores da rede bancária, que foram e ainda são, essenciais para a população durante todos esses meses de pandemia. Para falar sobre o assunto, o Giro Estadual de Notícias recebeu nesta terça-feira (07), a presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande/MS e Região, Neide Rodrigues.
De acordo com a presidente, o Sindicato dos Bancários tem se preocupado muito com a saúde emocional dos profissionais da rede. Segundo ela, foi comprovado através de uma pesquisa científica, que não é possível garantir as mesmas demandas que os anos anteriores. “Temos dialogado com a direção dos bancos e com os trabalhadores. Têm que denunciar para o Sindicado, não temos muito o que fazer quando não temos o conhecimento. Muitas vezes o bancário está trabalhando doente, ele não se afasta por medo de perder o emprego e depois perde o emprego da mesma forma, porque o banco e o sistema financeiro não tem coração, ele pensa no lucro em primeiro lugar”, relata.
Presidente do sindicato, Neide Maria Rodrigues
O índice de demissões desses profissionais aumentou consideravelmente durante esse período. “A maioria dos trabalhadores estão sendo demitidos mesmo em tratamento médico, eles estão com problemas psicológicos, devido a pressão de vendas de produtos, cumprimento de metas. Não somos contra metas, mas não dá pra ser da forma como está sendo colocado. As pessoas estão adoecendo em virtude dessas situações. A maioria estão voltando para as agências, porque estamos conseguindo ganhar essas ações”, detalha.
Entre os anos de 2020 e 2021, a presidente destaca que o número de demissões chega a uma redução de cerca de 20%.
Durante o período de pandemia, os bancários estiveram na linha de frente de atendimento ao público. Devido a grande procura da população às agências, foi necessário solicitar um plano para garantir a segurança dos profissionais. “Nós tivemos muito trabalho e começamos a fazer negociação com a FENABAN (Federação Nacional dos Bancos) para proteger esses funcionários, devido ao grande número de pessoas nas agências. Tentamos negociar, na tentativa de ter EPI’s, rodízio de funcionários e horário reduzido, mas sem deixar de atender a população”, finaliza.
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