Diferentemente de “100 Anos de Solidão”, a obra literária mais importante do escritor colombiano Gabriel García Márquez, o livro “Uma Gravidez de 9 anos”, da educadora física Hellen Madonna Cury, não conta a história das diversas gerações da fictícia família Buendía, mas sim os nove meses de gravidez e outros três meses pós-parto da autora. Distribuída em três volumes, a obra será lançada no próximo dia 9 de dezembro, às 18 horas, no espaço Les Amis Bistrô, localizado na Rua José Antônio, 644, no Centro, em Campo Grande (MS), e a arrecadação das primeiras vendas vai para a comunidade do Portal Caiobá.
Segundo Hellen Madonna, que se formou em Educação Física pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) no ano de 2001, tudo na sua vida foi um pouco mais tarde do que para a maioria das pessoas. “Desde os processos fisiológicos de uma menina até os processos sociais, como o primeiro namorado. Então, o meu casamento e a gestação da minha primeira filha não podiam ser diferentes. Nunca tive esse sonho de casar e ter filhos, mas encontrei no meu marido um companheiro, que respeita as minhas individualidades e vice-versa. Por exemplo, ele adora pescar e não serei eu quem vou privá-lo disso. Temos uma vida de respeito e parceria”, declarou.
A escritora conta que casou aos 40 anos de idade e, de repente, deu uma vontade louca de ser mãe. “Aí, resolvi tentar, retirando o meu Diu em fevereiro e, em março, já estava grávida. Aquilo foi um susto para mim, me peguei em pânico e, para não enlouquecer, comecei a escrever. Dessa experiência saiu o meu livro, que decidi chamar de ‘Uma Gravidez de 9 Anos’, que é distribuído em três volumes, sendo o primeiro quando descobri a gravidez, o segundo quando já me sentia como uma verdadeira grávida e no terceiro e último relato o fim da gravidez, o parto e os primeiros três meses após o nascimento”, detalhou.
Hellen Madonna em entrevista ao Giro Estadual de Notícias
Hellen Madonna explica que o título é porque, como descobriu muito cedo a gravidez, esse período ficou muito longo. “Para mim, não foram 9 meses de gravidez, mas 9 anos. Porém, o meu livro relata, de forma bem-humorada, essa experiência de vida. Escrevi como um diário pessoal e, como minha filha chama Maria Luíza, abaixo do título do livro está escrito ‘O Diário da Malu’. Nesse livro, fui relatando a minha visão, a minha experiência, como o meu corpo reagiu, da minha maneira, de uma pisciana, quarentona, enfrentando esse processo”, pontuou.
A escritora relata que termina o livro nos três meses após o parto, ou seja, a chamada exterogestação, que são os três meses depois que a criança nasce. “Eu terminei o livro com 12 meses – 9 de gestação e 3 de nascida - da minha filha. Trata-se de um livro escrito a mão, sincero, sem filtro e gostaria muito que ele chegue às pessoas porque eu trabalho com pessoas, conheço muitas instituições, muitos bairros, que precisam de muita ajuda, de muito auxílio. Quero dedicar a arrecadação das vendas das primeiras semanas do lançamento do livro para essas pessoas, que muitas vezes não têm nem CPF ou instituições que não têm CNPJ e, por isso, não conseguem receber ajuda oficial de órgãos públicos, sejam de nível municipal, estadual ou federal, mas que precisam muito do nosso olhar”, finalizou.
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