Em entrevista concedida nesta quinta-feira (08) ao Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação, o diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, reforçou a importância da entidade para os micros e pequenos empreendedores de Mato Grosso do Sul. "Quando se fala em Sebrae, se olha primeiro para os micros e pequenos negócios, mas, a nossa essência é criar um ambiente favorável para a economia dos municípios", assegurou.
Tito Estanqueiro disse que, em um determinado contexto, quando o Sebrae pensou sobre como ir aos municípios contribuir para o desenvolvimento deles, foi concebido o Programa Cidade Empreendedora. "Esse programa, que basicamente é um programa que visa transformar o desenvolvimento nos municípios, não olha apenas para o empreendimento, olha para o ambiente legal dos pequenos negócios, olha para a agricultura familiar que está no entorno das cidades, olha para o empreendedorismo, que é fundamental para os municípios, olha para o potencial de compras públicas que muitas vezes as Prefeituras têm, pois é ela a dinamizadora da economia local", argumentou.
"Quando se fala em Sebrae, se olha primeiro para os micros e pequenos negócios, mas, a nossa essência é criar um ambiente favorável para a economia dos municípios", assegurou.
Ele informou que, no primeiro ciclo do Cidade Empreendedora, o Sebrae teve a participação de 22 municípios, enquanto no 2º ciclo esse número subiu para 33 municípios. "Em 2023, com certeza vamos ampliar esse número", projetou, recordando que o problema que o Sebrae teve com a pandemia da Covid-19 foi significativo, mas, de uma maneira geral, enquanto instituição de apoio ao pequeno negócio, se junto às outras instituições parceiras e criou o plano de biossegurança, que foi implantado em milhares de empreendimentos do Estado e permitiu que os comerciantes reabrissem os seus estabelecimentos e voltassem a atuar.
"Óbvio que foi um período muito difícil e que exigiu muita resiliência. O empreendedor por natureza já tem alguns desafios diários e a pandemia foi uma situação única que a nossa geração não tinha vivido. O Sebrae, de uma certa maneira, conseguiu fazer aquilo que era mais importante: estar ao lado do pequeno negócio e verificar o que ele precisava promover de mudanças para continuar operando. A inovação é a alavanca de tudo, seja em uma instituição como o Sebrae, seja na área pública, seja no pequeno negócio", declarou o diretor de operações do Sebrae/MS.
O diretor do Grupo Feitosa de Comunicação, Enrico Feitosa e o diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro
Tito Estanqueiro reforçou que foi uma caminhada exitosa e os números de atendimentos deste ano já superaram os dos anos anteriores, demonstrando claramente como o Sebrae está conseguindo estar mais perto, melhorando a atuação junto ao pequeno empreendimento e transformando para melhor muitos desses negócios durante o momento difícil devido à pandemia. "Quando o Sebrae cuida da pequena empresa, tem como principais objetivos a geração de emprego, melhoria da competitividade do pequeno negócio e inseri-lo no Estado, que vive um grande momento de atração de investimentos, dinamizando a nossa economia. Hoje, só está desempregado quem não está qualificado e esse será o nosso grande desafio em 2023, não só do Sebrae, mas de todo o Sistema S", afirmou.
O diretor de operações concedeu entrevista ao Giro Estadual de Notícias
Novo estatuto - Ele lembrou que, nesta semana, o governador Reinaldo Azambuja assinou a lei que cria o novo estatuto das micro e pequenas empresas, que é um grande passo para tentar harmonizar todo esse aparato de legislação que existe dificultando a vida do pequeno empreendedor. "Esse novo estatuto vai regulamentar a atividade econômica dos pequenos negócios e, na minha opinião, é um grande avanço, que agora tem de ser apropriado pelas associações comerciais dos municípios do Estado e também pelos sindicatos rurais porque isso vem para facilitar a vida de todos, seja desde o processo de abertura até o fechamento da empresa devido a alguma eventualidade", projetou.
Para Tito Estanqueiro, o Sebrae tem como meta estar junto dos micros e pequenos negócios e, como não tem sede em todos os municípios do Estado, trabalha com uma rede de atendimento, chamada de Sala do Empreendedor, que é uma parceria com as prefeituras locais para fazer um primeiro atendimento, tudo para facilitar a vida dos pequenos empreendedores. "Nós procuramos ajudar o empreendedor sobre como gerir o seu negócio, principalmente com relação aos custos, pois as receitas dependem da capacidade de venda de cada um, mas os custos requerem uma pesquisa para comprar mais barato e produtos de melhor qualidade, esse é o grande desafio", pontuou.
O diretor de operações do Sebrae/MS reforçou que a entidade tem de trabalhar em conjunto e a parceria acaba sendo essencial. "No caso da Cidade Empreendedora, por exemplo, os prefeitos queriam mais qualificação profissional e o Sebrae não tinha como fornecer isso, porém, tínhamos a parceria com o Senai. Dessa forma, conseguimos levar para esses municípios as unidades móveis de qualificação profissional. Na área do agronegócio, o Senar tem um programa que leva os cursos de extensão rural até os municípios e, dessa forma, atendemos os agricultores familiares. O Sebrae é uma hub que pega as demandas levantadas nos municípios e leva a solução do ponto de vista de serviços tecnológicos ou de gestão demandadas pelo pequeno negócio", comparou.
O diretor de operações do Sebrae/MS reforçou que a entidade tem de trabalhar em conjunto e a parceria acaba sendo essencial
Na avaliação dele, isso não é algo que acontece do dia para a noite e precisa da atitude do empreendedor. "Podemos mandar a melhor qualificação e um bom consultor para fazer uma orientação, mas, se o empresário não se dedicar de corpo e alma, perderá uma grande chance de repensar o próprio negócio. Quando um empreendedor procura o Sebrae, eu sempre peço a ele para avaliar direito suas intenções, pois abrir um negócio é essencial e alguém terá de pensar 24 horas, sobretudo quando está começando. Ele terá de abrir o mercado e de cara terá a concorrência dos que já estão no mercado, então, se deixar o seu empreendimento nas mãos de outras pessoas, não que elas não tenham capacidade, mas elas precisam estar convictas do desafio", alertou.
Tito Estanqueiro acrescentou que o Sebrae tem uma boa solução para isso: o Empretec, que, ao longo de cinco dias, permite ao empreendedor passar por um conjunto de vivências relacionadas ao pequeno negócio, verificando se a pessoa tem o perfil para o desafio. "É essencial para quem é empreendedor ter disponibilidade para o seu negócio para resolver os problemas do dia", informou, completando que este ano já foi muito positivo para os micros e pequenos empreendedores e ainda não tínhamos o novo estatuto. "Lógico que estamos vindo de anos difíceis que foram os da pandemia, mas, com esse novo estatuto, a abertura de pequenos empreendimentos ficará muito mais fácil, sobretudo na parte tributária", projetou.
Ele detalhou que, para os grandes empresários, o Governo do Estado sempre faz o Refis para que eles voltem a ficar em dia com o fisco estadual, agora, com o advento da transação tributária para os micros e pequenos, ficou muito mais fácil regularizar a sua situação perante ao fisco. "O novo estatuto vai fortalecer o ambiente de negócio local, as prefeituras vão perceber a importância de facilitar a implantação de pequenos negócios nos seus municípios, que são os grandes empregadores e que contribuem para dinamizar a economia local. Por isso, contem com o Sebrae, que está aqui para ajudar os micros e pequenos empreendedores", finalizou.
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