Estamos acostumados em um período eleitoral com a presença de pesquisas, gráficos, projeções de cenários para as eleições. Muitas vezes se confirmam e outras vezes o resultado passa longe do que era previsto. O Ranking Pesquisa é um instituto com sede em Campo Grande formado por profissionais que atuam há duas décadas na área. Para esclarecer o processo de como é feita uma pesquisa de cenário eleitoral, o diretor e proprietário Antônio Ueno cedeu entrevista nesta terça-feira (24) para o Giro Estadual de Notícias.
O primeiro ponto que ele destaca se relaciona ao custo para fazer uma pesquisa eleitoral. Muitas vezes, segundo Ueno, as campanhas e candidatos têm o interesse em encomendar esse tipo de processo. A nível estadual, os valores para uma pesquisa de intenção de voto com base na resposta espontânea (sem apresentar as opções) e estimulada (com as opções do momento) fica em torno de R$ 35-40 mil.
O processo de construção de uma pesquisa, e não somente as eleitorais, tem por base vários pontos. Ele destaca a diferença da pesquisa para uma enquete. “A pesquisa é muito diferente de uma enquete que você coloca na internet. Eu vejo algumas citando que ‘tantos milhões’ de pessoas responderam. Não é a quantidade que vai responder que vai ser o resultado preciso”.
Ueno usou a analogia de uma casa para explicar que o plano amostral (ou seja, quais os perfis de pessoas a serem entrevistadas) é o alicerce do processo. “Os institutos utilizam os planos amostrais para que o resultado seja muito próximo ou a realidade do que está acontecendo. Lembrando que há uma margem de erro para cada pesquisa e dentro é onde o instituto deve acertar”. Além disso, completou que o acerto é o ‘cartão de visitas’ dos institutos de pesquisa, como é o caso do Ranking Brasil.
Algumas pessoas descredibilizam o trabalho e/ou resultado das pesquisas, em especial as eleitorais, por não terem sido entrevistadas ou pelo número que foi divulgado de amostras coletadas ser baixo. Sobre isso, Ueno sintetiza: “para você sentir o sabor de um café não precisa tomar a chaleira inteira. Uma explicação bem clara, basta tomar uma xícara de café e você vai sentir o sabor de todo o café”.
Acerca da importância das pesquisas para diversos setores da sociedade, em foco a economia e a política, Ueno relatou dois exemplos vivenciados por ele. O primeiro envolve o Shopping Bosque dos Ipês, localizado em Campo Grande na região da saída para Cuiabá. “Em 2012, uma empresa contratou o grupo que eu fazia parte para uma pesquisa na Capital a respeito de onde caberia um novo shopping. O local escolhido foi em frente ao Aeroporto de Campo Grande e o segundo ponto foi o Parque Sóter. A empresa achou por bem construir na saída para Cuiabá e deu no que deu”.
Outros exemplos envolvem a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), que o Instituto Ranking acertou o resultado nas últimas três eleições. Ademais, o Ranking tem outras credenciais citadas pelo diretor. “Recentemente a eleição suplementar de Angélica, também cravamos. Em 2020, de 51 municípios, nós acertamos 48. Dois municípios nenhum instituto acertou, Dourados e Costa Rica”.
Sobre as eleições para o Governo de Mato Grosso do Sul em 2022, o diretor ressalta que a tendência é que haja um segundo turno no dia 28 de outubro. No entanto, nenhum pré-candidato é favorito até o momento. “As eleições em Mato Grosso do Sul sempre foram concorridas, mas com poucos candidatos fortes. Em 2018, tivemos três candidaturas competitivas e nos anos anteriores sempre foram polarizações. Agora, a eleição de 2022 é diferente, nós temos fortes candidatos como ex-governador André Puccinelli (MDB), ex-prefeito de Campo Grande Marcos Trad (PSD), ex-secretário de Governo Eduardo Riedel (PSDB), Capitão Contar (PRTB) e Rose Modesto (União)”.
Sobre a situação do ex-prefeito da Capital, Urge sintetizou que Marquinhos Trad está “bem em Campo Grande, só que ele fica nos municípios mais distantes da Capital, ele não chegou”. Na última pesquisa feita pelo Ranking, eles analisaram dados de 30 dos 79 muncípios, o que contempla aproximadamente 70% dos eleitores do Estado.
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