O Dia Mundial do Fisioterapeuta é celebrado em 8 de setembro. Esses profissionais têm um papel muito importante no tratamento de doenças, recuperação de pacientes e também melhorar a qualidade de vida das pessoas. Para debater sobre o tema, o Giro Estadual de Notícias recebeu nesta terça-feira (5) o fisioterapeuta e presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Mato Grosso do Sul (CREFITO-13), Renato Nasser.
O especialista fala sobre o impacto dos profissionais no sistema de saúde de Mato Grosso do Sul. “Apesar de termos aproximadamente 4 mil profissionais, existem algumas regiões que têm uma demanda reprimida muito alta. Então, por incrível que pareça, essa quantidade de profissionais não dá conta de suprir as necessidades da população que precisa de acompanhamento”, explica.
Segundo o profissional, Campo Grande tem uma lista de espera enorme para atenção especializada, entretanto, o número de fisioteraupeutras contratados pela prefeitura é muito pequeno.
O especialista fala sobre o impacto dos profissionais no sistema de saúde de Mato Grosso do Sul
“Em algum momento da vida a gente vai precisar de um fisioterapeuta, seja para acompanhamento de alguma disfunção momentânea ou para um acompanhamento mais a médio e longo prazo. Em casos de alguma doença neurofuncional ou alguma fratura, alguma alteração que dependa um pouco mais de tempo para a sua recuperação”, aponta.
Apesar da suma importância do profissional, foi na pandemia que a profissão ganhou visibilidade, tendo em vista que antes o fisioterapeuta era procurado apenas em situações de traumas, como acidentes. “Eu digo infelizmente, porque nós precisamos de uma pandemia para poder ter a nossa profissão reconhecida em determinado momento. Mas é inegável que a pandemia contribuiu. Muitas pessoas puderam ter a experiência pessoal de receber o tratamento do fisioterapeuta e ter a sua saúde restabelecida por conta desse trabalho”, salienta.
Atendimento - O fisioterapeuta pode atuar nas doenças crônicas de maneira preventiva, promovendo saúde e melhorando qualidade de vida. “Vamos fazer um recorte pensando em idosos que apresentam, por exemplo, degeneração articular, osteoartrite e osteoartrose. É um trabalho preventivo que vai melhorar bastante a funcionalidade, a capacidade de realizar suas atividades do dia a dia”, explica.
Pacientes com doenças crônicas degenerativas geralmente precisam de acompanhamento por muito tempo, o que possibilita uma relação de amizade entre profissional e paciente. “Ao longo do tempo essas pessoas vão vendo a importância que a fisioterapia e o fisioterapeuta fizeram na vida dela. Não é só dela conseguir realizar alguma coisa que antes ela fazia com facilidade e num determinado momento não conseguia fazer. Mas isso já é uma alegria enorme, tanto para o paciente, quanto para o fisioterapeuta que possibilitou que ela conseguisse”, enfatiza.
Caso Kayky Brito - O ator Kayky Brito foi vítima de um atropelado no Rio de Janeiro que o deixou em estado gravíssimo na última semana, apesar de estar estável, a condição ainda é muito delicada, tendo em vista que o ator sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas. Sobre o caso, o Dr. Renato ressalta a importância do acompanhamento.
“Situações como essa são aquelas em que o fisioterapeuta vai permanecer lado a lado com o paciente, acompanhando cada passo da evolução até ele se restabelecer completamente ou, na melhor das condições que ele poderá restabelecer. Não pode garantir uma recuperação completa em algumas situações, mas certamente a gente consegue melhorar muito as funções de determinadas pessoas e em condições específicas”, apontou.
Além do trabalho do profissional, é muito importante a colaboração do próprio paciente. “Muitas vezes vamos atender essa pessoa, vamos precisar que ela faça determinados exercícios. Ela precisa estar comprometida com o tratamento também. Então, nesse trabalho, a responsabilidade é compartilhada entre os profissionais da saúde, o próprio paciente que precisa ter essa motivação, esse engajamento para conseguir se restabelecer”.
Sobre as dificuldades enfrentadas pela profissão, o médico e presidente do Conselho de Fisioterapeutas, ressalta que a remuneração inadequada é o maior desafio. “ Nós temos um projeto de lei que estabelece o piso salarial para o fisioterapeuta e para o terapeuta ocupacional. Certamente esse é um gargalo que nós temos dentro da nossa profissão”, afirmou.
Atuação do Crefito 13 - O Conselho atua com fiscalização e orientação para evitar o exercício ilegal da profissão. "Quando a gente fala em restaurar a capacidade física de uma pessoa, a gente está falando que isso é uma atribuição específica do fisioterapeuta. Não tem outro profissional que possa fazer isso. Mesmo com a fiscalização em 100% do Estado, a gente ainda encontra o exercício ilegal da fisioterapia ou situações que colocam em risco a saúde da população".
O médico ainda faz um alerta, a fiscalização também é possível com a ajuda da sociedade. "Qualquer pessoa pode fazer a denúncia de maneira identificada ou não. É muito importante, nós apuramos todas as denúncias. Então, manda pra gente, qualquer situação que pareça um exercício legal. Temos uma estratégia para conseguir pegar determinadas irregularidades. Então é muito importante o papel da população e dos próprios profissionais nas denúncias”, conclui.
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