Preservar uma tradição centenária, valorizar a cultura regional e, ao mesmo tempo, oferecer uma nova oportunidade de aprendizado gratuito para moradores do campo e da cidade. Essa é a proposta do curso de Viola Caipira promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar/MS), que está com inscrições abertas para a formação de uma nova turma em Campo Grande. Com início previsto para o dia 7 de agosto, o curso já conta com 50 inscritos, sendo a maioria do público composta por mulheres.
Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta quinta-feira (29), a assistente educacional responsável pelo programa, Vandielly Martins, detalhou o funcionamento e os objetivos da iniciativa. “A ideia foi do nosso gerente educacional, Lucas Garcia. Ele é muito ligado à música, adora tocar guitarra, e percebeu a necessidade de manter viva essa tradição no nosso estado. Então, decidiu criar o programa de Viola Caipira”, explicou.
Voltado tanto para iniciantes quanto para quem já tem algum contato com o instrumento, o curso tem carga horária de 80 horas, divididas em 20 encontros de 4 horas cada. A metodologia é essencialmente prática, com apoio de apostilas e partituras. “O instrutor ensina os alunos desde o básico — como segurar a viola — até realmente aprender a tocar bem o instrumento”, destacou Vandielly.
A proposta é que, ao final da formação, os alunos estejam aptos a executar músicas com desenvoltura. “No curso que iniciamos no ano passado, em Três Lagoas, começamos no final de outubro e, em dezembro, os alunos já estavam tocando algumas músicas na apresentação de encerramento. E ainda faltavam dez encontros para concluir o curso.”
Justamente por conta da dinâmica personalizada, cada turma comporta no máximo dez alunos, o que garante atenção individual por parte do instrutor. “Como o curso é bem técnico e temos apenas um instrutor, é importante que ele possa dar atenção individual a cada participante.”
Ao final do curso, os participantes que cumprirem pelo menos 80% da carga horária receberão um certificado de conclusão, documento que reforça a qualificação e valoriza o aprendizado dos alunos.
Apesar de ser um curso técnico, a motivação de muitos alunos vai além da técnica musical. “Quando fizemos o curso lá no ano passado, o principal relato dos participantes era o desejo de manter viva a cultura que herdaram dos avós. Alguns alunos, inclusive, tinham violas dadas pelos avôs. Eles queriam aprender a tocar por um motivo muito sentimental e emocional”, contou Vandielly.
Esse apego emocional à tradição caipira foi um dos combustíveis que sustentaram o projeto, mesmo após dificuldades iniciais. “Já tivemos turmas no ano passado, em Três Lagoas, mas não conseguimos concluir por falta de instrutor. Este ano, retomamos o projeto e agora ele vai seguir adiante de forma efetiva.”
Uma das grandes surpresas do programa tem sido o protagonismo feminino entre os inscritos. “Por incrível que pareça, a maioria do nosso público foi feminino”, revelou Vandielly. Essa tendência se mantém também na turma de Campo Grande. “Já temos 50 inscritos — e a maioria também é de mulheres.”
O perfil das alunas é variado, abrangendo desde jovens curiosas até mulheres mais velhas que veem na viola uma ponte com o passado familiar. “Elas querem dar continuidade a uma história que, muitas vezes, começou com os avôs ou pais violeiros”, destacou a assistente.
Após a formação da turma de Campo Grande, a ideia é expandir o programa para outras cidades de Mato Grosso do Sul. “Primeiro vamos concluir essa turma que inicia agora, no dia 7 de agosto. E depois, se Deus quiser, vamos expandir para outros municípios do estado.”
O curso, que será realizado no Sindicato Rural de Campo Grande, é destinado a iniciantes que desejam aprender a tocar o instrumento. Com início no dia 4 de junho, as aulas serão realizadas sempre às quartas-feiras, das 18h às 22h, totalizando uma carga horária de 80 horas. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas por meio deste clicando aqui.
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