Em comparação aos números apresentados no Brasil sobre a Covid-19, o Japão apresenta números menores quanto aos infectados e óbitos, mas ainda sim apresenta números significativos como cerca de 400 casos por dia. Prestes a sediar as Olimpíadas 2020, a qual foi adiada para este ano devido à gravidade da pandemia no mundo, a capital do país se prepara para os jogos e estuda medidas mais restritivas para aplicar durante o evento. Contando sobre o estilo de vida no Japão, o correspondente da TV Cultura, Silvio Mori, fala sobre a pandemia e os preparativos para as Olimpíadas no país.
De acordo com o jornalista, o governo japonês adotou inúmeras medidas para conter o avanço do vírus, o que apresentou uma leve queda, mas que nas últimas semanas os números voltaram a subir, resultando preocupação quanto as Olimpíadas que darão início daqui a três meses, em julho.
“No Japão não existe lockdown, e sim o estado de emergência, onde há apenas pedidos para que os comércios fechem mais cedo e que as pessoas voltem mais cedo para suas casas. Justamente para tentar diminuir o contágio do vírus”, explicou Silvio.
A forma como o governo japonês vem trabalhando é diferente das medidas do Brasil, como quando uma pessoa testa positivo para Covid-19, no Japão, após este resultado o governo se encarrega a fazer uma mapeamento das pessoas com quem o infectado teve contato, declarando assim, isolamento para todas estas pessoas que possam ter contraído o vírus.
Devido aos inúmeros investimentos, o correspondente afirma que os jogos precisam acontecer na visão do país. “As olimpíadas acontecerão este ano! O governo japonês e os organizadores não estão medindo esforços para que os jogos aconteçam”, pontuou sobre o evento na cidade de Tóquio.
Contudo, Silvio deixa claro que muitas alterações vêm sendo feitas para que a Olimpíada aconteça, como a proibição do publico estrangeiro, que se refere à vinda de torcedores de outros países, devido à fronteira estar fechada para mais de 170 países, incluindo para o Brasil.
Em decorrência as medidas, os membros dos comitês olímpicos internacionais estão sendo afetados diretamente, além dos membros das federações esportivas, juntamente com a imprensa e os patrocinadores.
Somando as medidas restritivas, também será aplicada a redução do quadro de funcionários que iriam trabalhar durante os jogos, bem como o corte de 30% do total de colaboradores, incluindo voluntários que iriam integrar a equipe.
“Ainda em abril serão definidas quantas pessoas poderão entrar nos locais das competições, e claro, sempre cumprindo com as normas de biossegurança, como distanciamento, álcool e máscara”, explicou o correspondente, que ainda acrescentou “O acesso da imprensa também será restrito, mesmo como o cadastramento feito tempos atrás, essa medida será aplicada”.
Economia no Japão - Quanto à economia do país, o correspondente da TV Cultura, Silvio Mori, falou sobre como o governo japonês tem lidado com o ‘salvar vidas X salvar economia’, questão bastante discutida aqui no Brasil.
“A Covid-19 atingiu bastante a economia do Japão, mas o governo vem adotando medidas, desde o início da pandemia, para que as empresas não quebrem. O governo vem dando suporte para os empresários, empreiteiras e autônomos, o que tem feito a diferença”, ressaltou.
Segundo ele, no início da pandemia, mesmo já sendo comum o uso da máscara há muito tempo no país, o governo japonês distribuiu máscaras para todos do país, além da ajuda financeira no valor de 100 mil ienes – valor convertido em reais equivale a cerca de R$ 5 mil – para todos os cidadãos residentes do Japão, independente da nacionalidade.
“O governo também deu suporte às empresas, a partir que estas comprovassem as perdas causadas pela covid, seja com valores doados ou empréstimos com carência de um ano para serem pagas. Ação foi feita justamente pensando na movimentação da economia do país”, finalizou Silvio.
Independente das medidas, muitas empresas e comércios, como bares, restaurantes, entre outros, não resistiram à pressão da pandemia e fecharam as portas.
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