A pandemia do coronavírus trará as empresas a oportunidade de se reinventar e para o Governo a chance de fazer reformas estruturantes. A opinião é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção em MS (Sinduscon-MS) Amarildo Mello em entrevista ao programa "Giro Estadual de Notícias" desta segunda-feira (13). "Eu creio que a pandemia traz solução para empresas se reiventarem e o momento do Governo rever com clareza e fazer reformas estruturantes, tributária e administrativa", enfatizou Mello.
O presidente do Sinduscon-MS destacou a força do setor da construção civil como mola propulsora da economia e a importância das medidas de apoio do Governo federal. A Caixa anunciou na semana passada a liberação de R$ 43 bilhões para financiamentos. Cerca de 530 mil unidades habitacionais devem construídas com o pacote. As medidas permitem uma pausa de 90 dias (três meses) nos contratos de financiamento imobiliário. Os pedidos de suspensão nas prestações superavam os 100 mil até o final do mês de março.
A medida é muito importante porque permite que as empresas continuem trabalhando normalmente. Uma das medidas é de seis meses de carência tanto para pessoas físicas quanto para empresas. "O setor é um grande gerador de empregos. Quando injetamos dinheiro vimos imediatamente o emprego voltar. Teremos empregos assim que começa a obra. Acredito que neste momento de crise temos a oportunidade de nos reiventar mostrar a capacidade de grandes projetos nacionais", afirmou Mello.
Ele alega que hoje existem grandes discrepâncias entre os salários do setor público e privado. "Precisamos de uma reforma administrativa para reduzir a desigualdade salarial por exemplo entre os setores públicos e privados. Temos que limitar o salário ao teto máximo", frisou ele.
Sobre a reabertura parcial do comércio ele esclarece que acha favorável que sejam seguidas as recomendações de saúde e segurança dos trabalhadores. No caso da construção ele reforma a importância das medidas. "Na construção são muitos diaristas, semanistas que precisam do trabalho. Se parar, eles não recebem, até porque o índice de informalidade ainda é muito alto, Por isso entendo que a retomada parcial das operações é como um remédio. A dose tem que ser exata. Se for pouco não cura,m se usar acima pode matar o doente", afirmou Amarildo Mello.