O uso irracional de medicamentos tem sido um dos grandes problemas observados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos últimos anos. Segundo estudos da instituição estima-se que mais da metade dos medicamentos ditos “naturais” são prescritos, vendidos e utilizados de forma inadequada.
Com o objetivo de ressaltar os riscos da automedicação, o Conselho Federal de Farmácia (CRF), tem a data 05 de maio, como o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Para falar um pouco mais sobre a campanha, o programa Giro Estadual de Notícias desta quinta-feira (05) recebeu a Dra. Daniely Proença, conselheira do Conselho Regional de Farmácia do Mato Grosso do Sul (CRF-MS).
Para a campanha de 2022 o foco será no segmento de medicamentos fitoterápicos ou os populares “produtos naturais”, que são utilizados de forma indiscriminada por mais de 50% da população que está à procura da “promessa do milagre” ou no intuito de se tornar mais saudável.
“As campanhas que temos feito são para a informação quanto ao uso desses medicamentos, pois as plantas medicinais trazem benefícios à saúde, o problema é a maneira desenfreada como estão sendo utilizadas e o desconhecimento das pessoas que as vendem”, explica Daniely.
Ainda conforme a conselheira, a população se apega muito ao processo de atingir um objetivo ou resolver seus problema de saúde de forma imediata e se esquecem dos efeitos colaterais que certas substâncias podem acarretar. Em vista disso, o conselho entende a importância de conversar sobre o assunto e reforçar a relevância dos profissionais farmacêuticos.
“O farmacêutico é o profissional qualificado, a gente estuda sobre as plantas medicinais, sobre os fitoterápicos, então nós temos o conhecimento de todos os benefícios que os produtos tem. A maior questão é a falta de proximidade entre a população e o profissional.”
Atualmente por onde passamos tem ao menos uma farmácia a cada um quilômetro, ou em números basicamente uma farmácia para cada 2.700 habitantes e isso tem aumentado ainda mais o rigor das fiscalizações e campanhas voltadas para o uso de medicamentos, como explica a doutora.
“Nós temos atuado buscando pela qualidade de vida da população. Então quando fazemos as fiscalizações, nós gostaríamos que as pessoas entendessem que estamos procurando pelo seu bem estar e saúde e que sabemos os riscos que a venda indiscriminada pode trazer à população”, pontua.
Algumas pesquisas mostram que mais de 60% da população utiliza ou já utilizou chás e ervas com o intuito de se tornar mais saudável, ou mesmo por algumas pessoas que buscam emagrecimento rápido e milagroso, no entanto, fazem essa utilização sem procurar um farmacêutico, e desconhecem os riscos que algumas dessas substâncias podem causar ao organismo, pois essas substâncias podem ser potencializadas quando associadas com outros medicamentos, causando efeitos colaterais e até podendo levar à morte.
Os chás medicinais ou fitoterápicos só devem ser adquiridos em locais licenciados, como as farmácias e os produtos devem ser registrados na Anvisa. A manipulação é permitida em farmácias magistrais licenciadas.
PROGRAMA GIRO ESTADUAL DE NOTÍCIAS
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